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Análise Crítica: Conceito de Rota e Roteiro no Turismo - Consistência e Aplicabilidade, Resumos de Turismo

Uma análise crítica sobre os conceitos de rota e roteiro no turismo, enfatizando a importância de ter conceitos consolidados para o planejamento e gestão eficaz. Os autores realizaram uma pesquisa bibliográfica para comparar e analisar diferentes concepções de rota e roteiro, destacando a necessidade de um conceito unificado que se enquadre nos desafios do turismo contemporâneo. O texto inclui referências a autores, dicionários, cartilhas e outros materiais relacionados à temática.

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Raimundo
Raimundo 🇧🇷

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IX FÓRUM INTERNACIONAL DE TURISMO DO IGUASSU
17 a 19 de junho de 2015
Foz do Iguaçu Paraná Brasil
ROTA E ROTEIRO: DESAFIOS PARA UMA NOVA CONCEITUAÇÃO
Leonardo M. Gonçalves
Renata Maria Ribeiro
RESUMO: O apogeu da atividade turística e a busca incessante da academia em realizar pesquisas,
formular novos conceitos, e aprimorar ideias posteriores, ocasionaram a disseminação de inúmeros
conceitos distintos em torno da temática turismo. Nesse contexto, insere-se a dicotomia entre a teoria
do turismo e a prática turística. Adentrando no âmbito do planejamento turístico, se confronta a
discussão a respeito dos conceitos de rotas e roteiros, que como consequência atinge o
planejamento turístico e o avanço nos estudos científicos, uma vez que a inexistência de um conceito
consolidado dificulta a atividade turística. Desse modo, para realizar uma reflexão teórica sobre os
conceitos existentes no turismo vigente, foram utilizados os conceitos de vários autores, entidades e
órgãos relacionados à área, bem como dicionáriosespecializados e de língua geral. Por meio do
levantamento desses conceitos, tornou-se possível compará-los e analisar a carência de um conceito
consolidado que seja capaz de entrelaçar e se enquadrar nos novos desafios do turismo
contemporâneo.
Palavras-chave: Planejamento; Rota; Roteiro; Conceito.
INTRODUÇÃO
O planejamento do turismo é um tema que é retratado em inúmeros
congressos, encontros, fóruns e seminários. Os autores procuram avaliar a sua
importância e tecem diretrizes que podem e devem ser adotadas para uma
hegemonia da atividade turística e, sobretudo, uma aplicação da teoria em que se
tenha menor probabilidade de falhas.
Salienta-se que a teoria é essencial para que seja possível nutrir o meio
prático comum aporte teórico, tendo embasamentos nas experiências e pesquisas
realizadas durante a formação da teoria e que por sua vez foi capaz de mensurar as
possíveis falhas que a sua aplicabilidade poderia ocasionar. Segundo Molina e
Rodríguez (2001, p.13)
[...] Pode-se afirmar com segurança que o planejamento continua sendo, e
será uma estratégia e um instrumento valioso para orientar o sistema
turístico, ainda quando se consolide a economia aberta e se liberem muitos
processos sociais e culturais [...]
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IX FÓRUM INTERNACIONAL DE TURISMO DO IGUASSU 17 a 19 de junho de 2015

ROTA E ROTEIRO: DESAFIOS PARA UMA NOVA CONCEITUAÇÃO

Leonardo M. Gonçalves Renata Maria Ribeiro

RESUMO: O apogeu da atividade turística e a busca incessante da academia em realizar pesquisas, formular novos conceitos, e aprimorar ideias posteriores, ocasionaram a disseminação de inúmeros conceitos distintos em torno da temática turismo. Nesse contexto, insere-se a dicotomia entre a teoria do turismo e a prática turística. Adentrando no âmbito do planejamento turístico, se confronta a discussão a respeito dos conceitos de rotas e roteiros, que como consequência atinge o planejamento turístico e o avanço nos estudos científicos, uma vez que a inexistência de um conceito consolidado dificulta a atividade turística. Desse modo, para realizar uma reflexão teórica sobre os conceitos existentes no turismo vigente, foram utilizados os conceitos de vários autores, entidades e órgãos relacionados à área, bem como dicionáriosespecializados e de língua geral. Por meio do levantamento desses conceitos, tornou-se possível compará-los e analisar a carência de um conceito consolidado que seja capaz de entrelaçar e se enquadrar nos novos desafios do turismo contemporâneo. Palavras-chave: Planejamento; Rota; Roteiro; Conceito.

INTRODUÇÃO

O planejamento do turismo é um tema que é retratado em inúmeros congressos, encontros, fóruns e seminários. Os autores procuram avaliar a sua importância e tecem diretrizes que podem e devem ser adotadas para uma hegemonia da atividade turística e, sobretudo, uma aplicação da teoria em que se tenha menor probabilidade de falhas. Salienta-se que a teoria é essencial para que seja possível nutrir o meio prático comum aporte teórico, tendo embasamentos nas experiências e pesquisas realizadas durante a formação da teoria e que por sua vez foi capaz de mensurar as possíveis falhas que a sua aplicabilidade poderia ocasionar. Segundo Molina e Rodríguez (2001, p.13)

[...] Pode-se afirmar com segurança que o planejamento continua sendo, e será uma estratégia e um instrumento valioso para orientar o sistema turístico, ainda quando se consolide a economia aberta e se liberem muitos processos sociais e culturais [...]

IX FÓRUM INTERNACIONAL DE TURISMO DO IGUASSU 17 a 19 de junho de 2015

A partir da afirmação de Molina e Rodriguez, torna-se possível delinear que o planejamento da atividade turística é essencial para orientar o sistema turístico como um todo, ou seja, um mecanismo que facilite a hegemonia da atividade, bem como a minimização das problemáticas e a facilidade na aplicação da teoria no meio prático. Sobre a aplicação da teoria no meio prático, Molina (apud MOLINA e RODRIGUEZ, 2001, p. 81) explana que “planejar, em seu sentido mais amplo, implica a identificação de uma série de variáveis com o objetivo de adotar um rumo de ação que, baseado nas análises cientificas, permite alcançar os objetivos e metas que foram expostos anteriormente” [...] Nesse sentido, enfoca-se a necessidade do planejamento a partir de um embasamento teórico que possa contribuir à construção de outros conceitos que possam dar suporte ao turismo. O exemplo nesse caso versa em torno do planejamento de rotas e roteiros que em uma visão ampla dão suporte às práticas e experiências de visitantes nos destinos visitados. Em vista da importância que as rotas e roteiros possuem para a atividade turística, observa-se a necessidade do aporte teórico-metodológico que afirme uma conceituação que possa contribuir ao planejamento, uma vez que há o pressuposto da problematização e da carência de um conceito unificado de rota e roteiro, no sentido de que os conceitos existentes na academia são parcialmente divergentes e ocasionam certa dificuldade ao pesquisador em encontrar um conceito que contemple metodologicamente a complexidade em torno, tanto da palavra em si, quanto seu significado e aplicabilidade. Além disso, os conceitos existentes apresentam pouca eficiência ao planejamento e gestão de destinos uma vez que não dão suporte a execução de uma rota ou de um roteiro. Dessa forma, se existe certa dificuldade para o pesquisador encontrar um conceito uno, certamente há também a outros profissionais que estejam direta ou indiretamente atrelados à atividade turística e necessitem fazer uso dos conceitos com a finalidade de aplicá-los tanto teoricamente quanto no seu cotidiano. É posto que não encontrando o conceito adequado possa haver um desvirtuamento de práticas e mesmo de produtos turísticos, que planejados equivocadamente provavelmente não atinjam todas as suas potencialidades.

IX FÓRUM INTERNACIONAL DE TURISMO DO IGUASSU 17 a 19 de junho de 2015

A fim de ordenar a apresentação dos conceitos pesquisados optou-se em dispor a pesquisa em Quadros assim divididos: Quadro 1 - Citações de Dicionários de Língua Geral, Quadro 2 - Citações de Autores do Turismo, Quadro 3 - Citações de Dicionários Especializados em Turismo e Quadro 4 - Citação de Órgãos que Regulamentam o Turismo; Desse modo o leitor poderá visualizar descrição, diferenças e semelhanças na conceituação de modo didático e objetivo.

QUADRO 1: Citações de Dicionários de Língua Geral CONCEITO DE ROTA CONCEITO DE ROTEIRO S.f. Rota que define questões acerca dos benefícios. [...] 1. Combate, luta, peleja. [...] 3. Tribunal pontífico Rota2. Caminho, direção, rumo. [...] Rota3 velas de embarcações e assentos de cadeiras. [...]. Junco empregado na fabricação de esteiras Rota4 espécie de lira, originada das ilhas britânicas. [...]. Na alta Idade Média, pequena arpa portátil na (FERREIRA, 1986, p. 1523)

S.m.

  1. Náut. Livro onde se descrevem minuciosamente o litoral, ilhas, baixios, portos, regime de ventos, de correntes e de chuvas, faróis e outros dados de interesse para a navegação. [...]. 2. Descrição pormenorizada de uma viagem, itinerário.
  2. Indicação metódica e minuciosa de uma situação e direção dos caminhos, etc., duma povoação. [...] (FERREIRA, 1986, p. 1524)
  3. Desbarato de exercito. Derrota. [...] luta, combate, peleja. Rompimento de guerra.
  4. Caminho, rumo que se segue ao mar, direção. Rumo que se segue para ir de um ponto ao outro. 3. Espaço percorrido pelos astros, cursos d’agua, etc.
  5. Tribunal eclesiástico, em Roma, constituído por doze juízes representando quatro países católicos [...]
  6. empregadas Tipo de junco no fabrico ou de cipó, de esteiras, cuja ásassentos fibras sãode cadeiras (MAIA; PASTOR, 1995,, velas de embarcações e etc. [...] p. 783)

S 1..m Itinerário marítimo que descreve as costas e os. pontos essenciais que se deve conhecer para empreender indicação da situação e direçã uma viagem; (^) o de ruas, praças etc.norma; regulamento;

  1. Indivíduo que faz assentos de cadeia com rota (junco da Índia Portuguesa). (MAIA; PASTOR, 1995, p. 783)

  2. Livro de bordo em que se consignam todos os pormenores configuração (^) dasde (^) costas,uma viagemdescrição de dosdescoberta, portos e mares, etc. (^2) caminhos, lugares e distâncias de um país e ainda de. Livro que dá indicações sobre as estradas, ruas, etc. (^3) cinematográfico, com as indicações necessárias para. Texto de programa televisual, radiofônico, teatral ou a sua realização. (AURÉLIO, 2014) S.f (fr ant rote, hoje route) 12 .. Caminho marítimo ou aéreo; direção, rumo.por ext. Direção, caminho. R. alternada, Inform: caminho comunicação, usado no caso de uma falha reserva (alternativo) num sistema ou avaria. de (MICHAELIS, 2014a).

S.m (rota2+eiro) (^1) costas. Náut. Livro em que se encontra a descrição das marítimas, das correntes, dos baixios, dos climas, dos ventos, de tudo enfim que pode estorvar ou favorecer a navegação. (^2) importante; itinerário.. Descrição pormenorizada de uma viagem

  1. Exposição completa e metódica das ruas, monumentos, numa localidade museus, e dignos panoramas de seremetc., existentesvisitados. (MICHAELIS, 2014b).

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1.Rumo; percorrido, geralmente em relação a um meio de caminho. Trajetória ou itinerário a ser transporte aéreo, marítimo ou terrestre. (PRIBERAM, 2014a)

  1. Livro de bordo em que se consignam todos os pormenores de uma viagem de descoberta, configuração das costas, descrição dos portos e mares, etc. 2. Livro que dá indicações sobre as estradas, caminhos, lugares e distâncias de um país e ainda de ruas, etc., de povoação importante. (PRIBERAM, 2014) Itinerário que se percorre para ir de um lugar a outro, especialmente por via marítima ou aérea; caminho; direção, rumo. (PORTUGUÊS, 2014a)

Itinerário de viagem ou sua descrição pormenorizada. Indicação e localização das ruas, praças etc., de uma grande cidade. (PORTUGUÊS, 2014a) (^1) espécie de lira, que passou a ser tocada com arco. rota. S. f. ( sXIV) mús. 1 na alta Idade Média, posteriormente 2 na Idade Média, designação genérica abaulada (saltérios, crotas, cítaras etc.) 3 na Idade de instrumentos musicais de forma Média, 3viela, esp. viela de roda 4 m.q. cânone circular. [...] 2. rotas. S.f. ( 1439) 1 caminho, trajetória de uma embarcação. 2 p.ext. caminho a seguir para ir de um lugar a outro; itinerário, rumo, trajeto. ‹ ele trilhou a r. para atingir o cume da montanha › 3 caminho percorrido, real ou aparentemente, pelos astros. 4 curso de (um rio). 5 mar m.q. rumo ('percurso, orientação'). 6 mar m.q. 1derrota ('caminho de um navio') [...] 3. rotas S.f. ( sXV) 1 qualquer contenda, com ou sem armas; conflito, confronto, luta. 1.1 combate militar. 2 derrota em confrontação bélica. [...] HOUAISS, 2014. (a,b)

S. M. (1594 1. mar publicação com descrição minuciosa de pontos-1599) e acidentes geográficos de regiões costeiras ou ilhas, com indicação de correntes, ventos, marés, cidades litorâneas, sugestão de rotas para faróis,cada época do ano etc., cujo conhecimento é necessário para se fazer uma viagem marítima. 2. itinerário ou descrição minuciosa de viagem. (^3) parques etc. de. ( 1899 ) indicação e localização de ruas, praças, uma cidade.

  1. m.q. guia ('manual para uso turístico'). (^5) abordados. relação deem tópicosapresentação mais importantes oral ou a (^) escrita,serem discussão etc. (^6) regra, regulamento.. ( 1678 ) o que regula procedimentos ou atos; norma,
  2. cine rád teat tv texto que resulta do desenvolvimento novela, programa de rádio ou televisão, peça teatral do argumento de filme, vídeo, etc. dividido em planos, sequências e cenas, com as rubricas técnicas, cenários e todos os diálogos.

QUADRO 2: Citações de Autores do Turismo CONCEITO DE ROTA CONCEITO DE ROTEIRO Caminho aéreo, com indicação de um sentido ou de rumo a direcionado, rodoviário, marítimo ou ser seguido. Denominação bastante utilizada para designar itinerários turísticos planejados, estabelecidos e associados a uma temática. DJUKITCH (1986, apud, BAHL, 2004). (p. 41)

Descrição pormenorizada de uma viagem ou do seu itinerário. Ainda, indicação de uma sequencia de atrativos existentes em uma localidade merecedores de serem visitados. DJUKITCH (1986, apud, BAHL, 2004). (p. 42) De forma simplificada, um roteiro sincroniza os fatores envolvidos em uma viagem, ou seja: espaço-tempo, bens e serviços. Nesse aspecto, há o espaço físico a ser percorrido, o tempo disponível para usufruir uma programação e para percorrer um espaço, assim como os ainda, que o fato de que o roteiro atinge um público bens e serviços vinculados. Deve-se mencionar,- alvo, oferecendo um produto passível de consumo e altamente motivador, se exposto de maneira clara e objetiva. Os elementos intervenientes são a adequação do meio de transporte a ser utilizado, em função da distancia a percorrer; os locais a serem visitados, tanto em termos de quantidade como de qualidade do atrativo; tipo de meios de hospedagem; restaurantes; duração do roteiro; a clientela; e mercado a ser explorado. MIGUEL SOLHA, K. T., 2006). BAHL (1989, (p. 298) apud, RUSCHMANN, D. e

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seleção dos autores se desenvolveu a partir da palavra-chave: rota e roteiro. O cruzamento desses dados gerou o aporte de estudos sob um total de 21 referências. Realizando uma análise dos conceitos explanados e expostos nos quatro quadros expositivos, tem-se um total de quatorze (14) referências. Dentre as referências pertencentes a autores, entidades e órgãos renomados no turismo, dez (10) delas explanavam sobre o conceito de rota, treze (13) sobre o conceito de roteiro, e nove (9) explanavam sobre ambos os conceitos. Salienta-se que foram utilizadas vinte e uma (21) referências e que em quatorze (14) destas foi localizado ao menos um conceito de rota ou roteiro e que nas outras sete (7) não foram localizados conceitos que explanassem esse assunto. Sendo que as sete (7) que não apresentam os conceitos são apresentadas no Quadro 5.

QUADRO 5: Referências na qual as terminologias de rota e roteiros não são mencionadas AUTOR LIVRO / SITE / DICIONÁRIO ANO ANTONIO, H.; VILLAR, M de S. Minidicionário Houaiss da língua portuguesa 2003 BORBA, F. S. Dicionário UNESP do português contemporâneo 2004 MEGTUR, V. Dicionário do turismo, Megtur Viagens 2014 PELLEGRINI FILHO, A. Dicionário enciclopédico de ecologia e turismo 2000 SHIGUNOV NETO, A et. al. Dicionário de administração e turismo 2006 TURISMO, F. Glossário turismo, Folha Online 2014 VIEIRA, E. V. de Glossário técnico, gastronômico, hoteleiro e turístico 2003

Dessa forma foi possível a criação de um gráfico de linhas que exemplificasse de forma quantitativa a relação entre as referências.

GRÁFICO 1: Relação das Referências Consultadas

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Realizando uma análise sobre os conceitos de rota provenientes dos dicionários de língua geral (Quadro 1), nota-se a existência de muitas outras acepções que não estão relacionadas diretamente ao turismo. Dessa forma, é quase unânime a significação de rota como ‘caminho’ ou ‘rumo’, mas estritamente ligado a transporte, sobretudo ao marítimo. Algumas definições também fazem referência ao transporte por vias terrestres ou aéreas. Contudo, existe uma referência mais significativa ao transporte por vias marítimas. Entende-se, assim, que tal significação pode estar relacionada ao período das Grandes Navegações que, por sua vez, é antecessor à origem da conceituação turística, dado que a referência mais antiga encontrada no dicionário é do ano de 1986. Outra definição empregada por esses dicionários é que rota seria um itinerário que se percorre para ir de um ponto ao outro. Salienta-se que por meio dessa definição é possível criar uma ideia abstrata do que seria uma rota turística. Contudo, não faz referência à presença de atrativos nesta rota, deixando ao leitor o entendimento de rota como um percurso. Esses dicionários não são direcionados somente à área do turismo, uma vez que os mesmos possuem a significação de inúmeras palavras de diversas áreas, enfatiza-se que foram pesquisados em oito (8) dicionários distintos. Contudo, estes dicionários são de fácil acesso a todos, sejam esses estudantes da área ou leigos. Assim ocorre a problemática da divulgação dessas definições, observando que os mesmos possuem pouco embasamento e ainda não estão atualizados com as novas tendências da atividade turística. Essas definições passam uma informação um tanto quanto escassa sobre o conceito de rota, não abordando a sua real complexidade. De certa forma, deve-se considerar que o objetivo dos dicionários é fornecer uma definição simbólica das palavras, utilizando linguagem padrão da Língua Portuguesa, que seja de entendimento para todos os públicos. Assim, é possível compreender que definições técnicas estejam nos dicionários de turismo. Contudo, quando foi realizada a pesquisa bibliográfica em busca do conceito de rota nos dicionários direcionados a área do turismo e afins, o resultado foi

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Outra afirmação é que a rota possui um início e um fim e que esses pontos devem ser respeitados, pois existe uma sequência de atrativos a serem visitados. Há também a delimitação e uma junção de rota com roteiro, pois é afirmado que a rota pode contemplar vários roteiros e ser estruturada em várias regiões turísticas. Diferentemente dos conceitos de rota, os conceitos de roteiro se sobressaem quantitativa e qualitativamente. Dos sete (7) dicionários de Língua Portuguesa consultados, todos definem o que é roteiro. Assim como no caso do termo rota, os dicionários de língua geral também trazem diversas acepções do termo roteiro. Outra semelhança diz respeito ao fato de o termo roteiro também estar relacionado as viagens marítimas. A maioria dos dicionários apresenta roteiro como uma descrição ou livro de ilhas, corredeiras, faróis, ventos, costas, portos e outros que possuem como intuito dispor de orientação para viagens marítimas, ou seja, um livro de bordo. Entende-se desse modo que assim como o conceito inicial de rota, os roteiros estão interligados as cartas de navegações, que abordavam o melhor trajeto a seguir e que de certa forma não poderia ser infringido para que não houvesse danos à viagem. Outra definição abordada que cabe ao turismo seria roteiro no sentido de descrição de ruas, praças e caminhos de uma localidade. Alguns dicionários apresentam uma definição adicional, afirmando que a palavra também pode ser entendida como descrição de uma viagem e do seu itinerário. Dentre os dicionários apenas um acrescenta uma definição discrepante as outras. O dicionário online Michaelis (2014, b) faz referencia aos atrativos e afirma que o roteiro expõe de forma metódica todos os atrativos dignos de serem visitados. Nos dicionários relacionados ao turismo e aos outros coligados, dos sete (1) consultados apenas dois (2) fornecem o significado do termo. No dicionário Virtual (2014) existe uma definição referente a roteiro cartográfico, que em síntese afirma que na realidade o termo significa um trajeto a ser seguido e, a definição delimita mencionando deve ser rodoviário, bem como o city-tour. Já o conceito exposto pelo dicionário de Garcia (2004, p. 70) é o mesmo de Correa (2000, p.130 apud WEISSBACH, p.2). O conceito acrescenta uma nova definição de roteiro e também adiciona outros agentes. O conceito segmenta o

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roteiro, afirmando a existência de dois, o escolhido pelo turista (espontâneo) e o criado por uma agencia (programado). Outro conceito antecessor deste é de Djukitch (1986, apud, BAHL, 2004, p. 42), que provavelmente serviu de base para as definições que estão expostas nos dicionários, pois os dicionários que são posteriores a ele possuem a mesma conceitualização, conforme exposto anteriormente. Dois anos após Bahl (1989, apud, RUSCHMANN, D; SOLHA, K. T., 2006, p.

  1. também conceitua de forma técnica o significado de roteiro. O autor acrescenta novas delimitações e características, como por exemplo, o tempo, espaço e bens e serviços que estão envolvidos em um roteiro. Além disso, é enfatizada a existência de um público alvo e o produto que será consumido por eles, que está atrelado ao meio de transporte, aos atrativos, hospedagem, alimentação e outros fatores. Se compararmos o conceito de Bahl (1989, apud, RUSCHMANN, D; SOLHA, K. T., 2006, p. 303) com os outros conceitos, se identifica que ele abrange parcialmente todos os outros conceitos existentes, como por exemplo, a existência da segmentação dos roteiros por parte dos turistas, pois o autor retrata a comercialização dos roteiros, mas não faz menção a um roteiro que o próprio turista pode organizar. Outro fator para ser salientado é que o conceito se tornou público em 1989, e em publicação em 2006 se manteve sem alterações; entende-se, portanto que não houve reformulações do termo roteiro em dezessete (17) anos, observados todos os autores mencionados. O fato de manter um conceito solidifica um determinado posicionamento de pesquisadores quanto ao tema roteiros, entretanto, entende-se que novos estudos se fazem necessários uma vez que muitos utilizam os termos de modo equivocado. O conceito mais atual é, bem como o de rotas, o do Ministério do Turismo (2007, p. 28). Segundo a MTUR, roteiro é um itinerário e, sua característica principal é estabelecida pelos os elementos que a compõe. Também é adicionado ao conceito novas diretrizes, bem como planejamento e comercialização, dessa forma se compararmos com o conceito de Bahl (2006) ambos fazem menção a comercialização de roteiros.

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um grau inicial de abordagem no sentido de que novas perspectivas e estudos se façam necessários. O turismo contemporâneo está em expansão, ganhando novos mercados desenvolvendo novos destinos, por certo essa nova fase exige da pesquisa uma postura que acompanhe a evolução da atividade como um todo, uma vez que se observa a carência de uma formalização relativo aos conceitos tratados nesse trabalho. Ressalta-se que a importância de técnicas e metodologias a serem discutidas e aplicadas ao preceito do planejamento de rotas e roteiros turísticos são imprescindíveis a uma nova fase da pesquisa em turismo, e que é premente que os órgãos municipais, estaduais e federais possuam pessoas que possam planejar de rotas e roteiros a partir da aptidão e competência técnica embasados em novas metodologias a serem inseridas no aporte teórico do turismo e principalmente que sejam passiveis de aplicabilidade ao desenvolvimento do turismo. Neste emulo a realidade ainda é problemática, uma vez que observa-se: pouca discussão em torno da terminologia das palavras e conceitos do turismo, pouca inserção da pesquisa na prática (sendo necessária atualização de conceitos), que resulta na pouca eficiência de profissionais do turismo na execução de suas responsabilidades, uma vez que não possuem conceitos e metodologias formalizadas que possam servir de aporte para conceber, idealizar e planejar rotas e roteiros turísticos com qualidade a fim de oferecer destinos turísticos de qualidade ao visitante.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É notório que a cada ano a atividade turística se transforma, seja pelo perfil dos turistas, tendências, locais, ambiente e cultura. E essa realidade se traduz pela necessidade de atualização constante dos conceitos. Os conceitos de outrora se enquadravam e supriam anseios do conhecimento, entretanto a dinamização da economia, o aumento no número de viagens e apogeu da tecnologia transformou a sociedade. E quando se possui uma

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base conceitual anacrônica, a tendência de aplicabilidade no contexto contemporâneo se torna inviável. Dessa forma, o presente artigo propôs uma reflexão teórica sobre o conhecimento produzido na academia e a sua aplicabilidade no âmbito do planejamento turístico, em especial no planejamento de rotas e roteiros. Contudo, pode-se observar a carência de um conceito consolidado e unânime, bem como o conflito de ideias dos autores mencionados. Assim, se constata que, bem como os conceitos de rota e roteiro, inúmeros outros conceitos existentes no turismo contemporâneo, necessitam de uma revisão e uma reflexão sobre a sua finalidade e aplicabilidade. Afirma-se, portanto, que todo conhecimento gerado enquanto estudo do turismo, deve suprir e nutrir o meio prático, fornecendo-o todo aporte teórico necessário para o seu planejamento, almejando da sustentabilidade.

5. REFERÊNCIAS

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_____ (B). Roteiro. UOL. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portu gues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=roteiro>. Acesso em: 08 dez.

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PORTUGUÊS, D. O (A). Rota. Dicionário Online. Disponível em: http://www.dicio.com.br/rota/. Acesso em: 08 dez. 2014.

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RUSCHMANN, D; SOLHA, K. T. Planejamento Turístico. Barueri, SP: Manole,

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