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5 MOTIVOS PARA SE ENVOLVER COM CAPELANIA PRISIONAL, Manuais, Projetos, Pesquisas de Teologia

*Apoio espiritual e psicológico para o encontro do sentido da vida; *Encorajar pessoas nas situações de conflitos, distúrbios e dúvidas; *Aconselhamento bíblico integral que propõe a restauração emocional, psicológica, espiritual, social, familiar e relacional;

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2020
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Antonio Carlos da Rosa Silva Junior

5 motivos

para se envolver com

capelania

prisional

SUMÁRIO

  • apresentação
  • introdução
    1. Exercer a solidariedade humana
    1. Cuidar dos irmãos em Cristo
    1. auxiliar na mudança de comportamentos
    1. Evangelizar
    1. lutar pela efetivação da justiça
    • Conclusão
    • apêndice – onésimos brasileiros

APRESENTAÇÃO

5 MOTIvOS PARA SE ENvOlvER EM CAPElANIA PRISIONAl é mais um livro da série “Um livro, Uma Causa”, projeto da Editora Ultimato que celebra o conteúdo bíblico e os diferentes campos de ação ministerial e engajamento da igreja. A série “Um Livro, Uma Causa” coloca à disposição dos lei- tores alguns instrumentos para a criação e o desenvolvimento de grupos de trabalho e reflexão, além de compartilhar com a igreja brasileira a produção e a contribuição dos autores e parceiros mi- nisteriais da Editora Ultimato sobre temas relevantes da fé cristã. Com a publicação de 5 Motivos para se Envolver em Ca- pelania Prisional , a Editora Ultimato quer compartilhar com a igreja brasileira a produção e contribuição dos seus autores sobre temas importantes da fé cristã, bem como ajudar os cristãos a entender melhor e vivenciar o conteúdo das Escrituras.

Os Editores

INTRODUÇÃO

A evangelização como forma de ressocialização do apenado. Em seguida, no mestrado em Ciência da Religião, aprofundou-se a interpretação sobre a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC), cuja metodologia, essencialmente cristã, alcança um índice muito menor de reincidência (em torno de 10%) se comparada ao sistema prisional tradicional (de 70% a 85%). Atualmente, no doutorado em Ciência da Religião, minha análise tem como foco as semelhanças e diferenças das práticas de assistência religiosa das várias matrizes que atuam em um dos presídios de Juiz de Fora, Minas Gerais. No livro Deus na prisão: uma análise jurídica, sociológica e teológica da capelania prisional (Editora Betel) – finalista do Prêmio Areté 2014 nas categorias Livro do Ano e Autor Revelação –, apresento um retrato do sistema prisional sob a ótica da assistência religiosa. Ali são apontadas as várias faces do que, sob o prisma do Direito, a igreja pode ou não fazer, bem como todo o instrumental necessário para o entendimento deste ambiente que, aliás, deve ser visto como um campo missionário transcultural. Afinal, estamos diante de um sistema que rejeita, em grande medida, os valores e normas da sociedade extra muros, especial- mente porque o indivíduo, tão logo ingressa na prisão, tem que aprender a se portar de acordo com a cultura carcerária. Essa cultura, por exemplo, estimula o cometimento de crimes, obriga a que o preso integre uma facção criminosa no interior do presídio, proíbe o caguete – denúncia de atitudes de qualquer comparsa –, pune com abusos sexuais os acusados de estupro e, com a pena de morte, os que cometem crimes contra crianças, os policiais corruptos e os devedores de drogas. Por fim, o que apresento nesse livro digital é a expansão de uma das várias questões teológicas tratadas no livro Deus na prisão. Nosso objetivo, aqui, não é produzir um tratado teológico,

5 MOTIVOS PARA SE ENVOLVER COM CAPELANIA PRISIONAL

nem mesmo exaurir tudo aquilo que a Bíblia nos aponta sobre a assistência religiosa aos encarcerados. Mas, apresentar biblicamente 5 MOTIVOS PARA SE ENVOLVER COM CAPELANIA PRISIONAL. O que Deus requer de nós? Como ele espera que exercitemos Sua misericórdia com nosso próximo? Se você quer ser instrumento do Senhor nessa caminhada, ou mesmo incentivar a que outros o sejam, tenha uma boa leitura!

5 MOTIVOS PARA SE ENVOLVER COM CAPELANIA PRISIONAL

A mensagem de Cristo enfatizava tanto o homem em si quanto o valor do outro (Mateus 22.36-40), o que despertou sentimentos de solidariedade e compaixão com o próximo. Aliás, os miseráveis, desvalidos e excluídos da sociedade parecem ser dignos de receber especial atenção e cuidado – “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.” (Tiago 1.27) Aqui somos levados à noção de direitos humanos, que se pretende como um sistema valorativo de alcance universal. É que, embora estejamos observando uma tentativa cultural de abandonar os absolutos morais, inclusive negando a existência de uma verdade incondicional e que valha em todos os tempos e lugares, a lógica de proteção do homem decorre justamente desses absolutos. Agora, pare um pouco e pense no sistema prisional brasilei- ro. O que lhe vem à mente? Se você já pesquisou alguma coisa na internet, ou mesmo assiste um pouco de televisão, sabe que este é um dos lugares mais terríveis para se estar. Trata-se de um ambiente superlotado – nalgumas celas há 30 ou 40 presos num local que deveria abrigar apenas 4 –, úmido e fétido, repleto dos mais variados tipos de violências e crueldades. Na maioria das cadeias os presos defecam nas mesmas marmitas que acabaram de comer, pois não há banheiros. Boa parte dos encarcerados não recebe visitas de parentes, seja porque estão aprisionados muito longe de casa ou porque suas famílias não mais querem ter qualquer contato. De fato, muitos de nós não conseguiríamos ficar sequer algumas horas neste ambiente, quiçá alguns anos, como vários presos do Brasil. Independentemente do delito que tenham cometido, os presos foram, são e continuarão sendo portadores da Imago Dei , mesmo

ExErcEr a solidariEdadE humana

que essa imagem esteja deturpada pelo pecado, que, reconheçamos, alcança a todos nós (Romanos 5.12). É que desde o pecado original nos tornamos espiritualmente mortos (Colossenses 2.13) e, ao invés de “filhos de Deus”, os homens partilham da condição de “filhos da ira e da desobediência” (Efésios 2.3 e 5.6). Toda a humanidade já nasce condenada pelo pecado, e isso faz com que, para Deus, não haja distinção entre criminosos e não criminosos, como se estes fossem melhores que aqueles: “a Escritura encerrou tudo sob o pecado” (Gálatas 3.22a). É justamente deste quadro que emerge o primeiro motivo para nos envolvermos com a capelania prisional. Promover a assistência religiosa aos encarcerados equivale a reconhecê-los como portadores de uma dignidade intrínseca, e, portanto, exercer solidariedade. E essa solidariedade, vale frisar, deve ser realizada independentemente de o preso professar, ou não, a mesma crença que nós e ainda que ele seja avesso ao Evangelho. Mas como ser solidário nesse contexto? Passo a mencionar apenas algumas formas de intervenção no ambiente prisional, que podem ser aplicadas, também, nos quatro outros motivos que abordaremos adiante. A primeira maneira é orar pelos encarcerados, para que Deus se revele a eles como Aquele que criou todas as coisas e os fez dotados de dignidade. Uma segunda é se envolver com a visitação in loco , que pode se dar tanto com a ida efetiva até uma penitenci- ária quanto através da troca de correspondências. Um dos presos com os quais tenho conversado por cartas me escreveu que “uma carta recebida na prisão é tão preciosa quanto uma visita”! A terceira forma de ser solidário é contribuir, nas mais di- versas esferas, com capelães que realizam essas visitas. Isso pode se dar tanto através de doações financeiras quanto na realização de projetos que atendam às famílias dos presos, em aconselha-

CUIDAR DOS IRMÃOS EM CRISTO

a primeira desObediência ocorreu quando, após direta e clara ordem divina, Adão e Eva, ouvindo o apelo da astuta serpente, fizeram aquilo que Deus havia proibido. Essa deso- bediência depravou tudo, em toda a criação (Gênesis 3.14-24), além de nos separar de Deus (Isaías 59.2). Talvez essa tenha sido a maior catástrofe da história, já que todo o universo foi afetado pela conduta adâmica desastrosa. É por isso que Paulo escreve aos Romanos que “sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora.” (8.22) Nesse sentido, o pecado rompeu a harmonia que tínhamos com Deus e atingiu tanto nossas ações quanto as disposições do co- ração humano, que passou a ser enganoso e corrupto (Jeremias 17.9). E ele não ficou restrito ao primeiro casal; antes, “assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.” (Romanos 5.12) Davi reconheceu tal realidade ao

5 MOTIVOS PARA SE ENVOLVER COM CAPELANIA PRISIONAL

afirmar que “em pecado me concebeu minha mãe” (Salmo 51.5), embora isso não se limite ao salmista. Além do pecado, forte o suficiente para fazer com que o homem seja um teimoso transgressor da vontade de Deus e de Seus princípios, ainda temos de enfrentar o diabo, nosso “adver- sário” (1 Pedro 5.8), que trabalha sem cessar para “matar, roubar e destruir” (João 10.10). Todo esse contexto de pecado fez com que Cristo morresse para nos salvar. Sua morte e ressurreição é capaz de reunir pessoas de todas tribos, povos, línguas e nações (Apocalipse 5.9) para, em um único corpo (Romanos 12.5), adorá-lO. E os que pertencem a este corpo estão ligados entre si através do próprio Cristo, e devem ser cuidados uns pelos outros (1 Coríntios 12.25). “De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam.” (1 Coríntios 12.26) Ainda que a pena de prisão seja a justa punição por um delito cometido, fato é que ela causa sofrimento, tanto no preso quanto em sua família. E aqui reside o segundo motivo pelo qual deve- mos nos envolver com a capelania prisional: cuidar dos nossos irmãos em Cristo. Mesmo sendo senso comum entre os cristãos, vale lembrar que a Bíblia não faz distinção entre pecadinho , pecado e pecadão. To- das as ações e motivações que contrariam a Deus são igualmente chamadas de pecado , embora produzam resultados diferentes. Por exemplo, a Palavra de Deus coloca no mesmo patamar o homicídio e a ira contra alguém, o adultério e o olhar cobiçoso (Mateus 5.21-30). Mas, enquanto o homicídio é punido na terra, a ira sem razão só o será no plano espiritual. Há muitos relatos de conversão nos presídios; homens relegados à própria sorte, cruéis e violentos, se transformam em novas criaturas quando se encontram com Cristo (2 Coríntios 5.17).

AUXIlIAR NA MUDANÇA DE COMPORTAMENTOS

enquantO nO primeirO mOtivO dissemos que o envolvimento na capelania deveria se dar unicamente tendo em vista a dignidade humana do recluso, aqui vamos estampar outra motivação para a assistência religiosa aos incrédulos: levar os valores cristãos aos encarcerados, auxiliando-os na mudança de comportamentos. Está mais do que comprovado que os valores bíblicos, quando seguidos, promovem coesão social, solidariedade, respeito ao próximo, enfim, princípios tão buscados – e ao mesmo tempo tão violados – em nossa sociedade. E esses valores podem ser concre- tizados até nas ações do ateu mais inveterado. Claro que, então, estaremos diante, espiritualmente, de um “trapo da imundícia” (Isaías 64.6), pois não alicerçadas em um coração grato a Deus. Sendo assim, quais dessas noções bíblicas podem ajudar no processo de ressocialização?

AuxiliAr nA mudAnçA de comportAmentos

A realidade da criação apresenta ao preso uma perspectiva de valores universais que devem ser cultivados e somente são possí- veis por causa da ação bondosa de Deus. Outrossim, o anúncio da notícia de que “todos pecaram” retira do preso a ideia de que ele é a pior de todas as pessoas, impossível de receber o perdão divino e incapaz de se perdoar. A questão do perdão, inclusive, tem sido adotada como viés prático em várias partes do mundo através da “Justiça Restaurativa”, que incentiva o reencontro do ofensor com sua vítima ou familiares na tentativa de que o perdão mútuo possa facilitar que estes apaguem os traumas sofridos e, aquele, tenha força para elevação de sua autoestima, mostrando-se capaz de mudar seus valores para a ressocialização. Além disso, por entender o crime como um ato que afeta toda a sociedade, busca a reparação das relações em uma dimensão social; vê no infrator o potencial de responsabilizar-se pelas consequências do delito cometido, lhe proporcionando a oportunidade de sensibilizar-se com a vítima e/ou seus familiares. Intenta, enfim, a prevenção de futuros conflitos (delitos), o que se torna altamente viável através do perdão. Ainda que inconscientemente, os agentes que atuam nos presídios pautam suas ações em princípios basilares do cristianismo, tomando emprestado sua percepção de mundo. E isso se dá mesmo que não busquem a conversão do preso a alguma religião. Ademais, o capelão que mostra ao preso a corrupção dos padrões bíblicos o leva a refletir, por exemplo, sobre seus relacionamentos familiares – como eram, estão e serão quando do seu retorno à sociedade (Provérbios 13.1, 22.6 e 31.10-12) –, seu trato com o dinheiro – visando apartar a avareza e o ganancioso consumismo (Provérbios 22.1, 1 Timóteo 6.10a e Hebreus 13.5-6) – e sua condição social (Provérbios 31.8-9). Para alguns, inclusive, a

EvANGElIZAR

talvez estejamOs, agora, diante do motivo principal que leva a igreja cristã aos presídios. A título de exemplo, tive a oportuni- dade de palestrar em um seminário promovido pela Secretaria de Estado e Defesa Social de Minas Gerais, realizado em novembro de 2014; nele, perguntei aos cerca de 100 capelães presentes, de várias denominações: “quais os principais motivos te levaram a ir a um presídio prestar assistência religiosa”? As respostas não variaram muito, todas apontando para “pregar o Evangelho”, “anunciar Jesus”, “cumprir o ide”, “salvar vidas” ou algo semelhante. A capelania prisional, é claro, também precisa ser exercida com a esperança de que o Senhor toque e transforme os cora- ções: Jesus nos ensinou que veio ao mundo para salvar o perdido, levando-nos ao arrependimento (Lucas 5.32). Por sinal, arrepen- dimento – que implica na conversão –, significa uma mudança e transformação de vida manifestada através da vontade, livre e consciente, de alterar a direção até então percorrida, como em uma guinada de 180º.

5 MOTIVOS PARA SE ENVOLVER COM CAPELANIA PRISIONAL

A conversão, nesse sentido, é uma obra operada pelo Espírito Santo, que cancela nossos pecados (Atos 3.19) e é capaz de transmutar um coração de pedra em carne (Ezequiel 11.19). Não é sem motivo, pois, que o Evangelho de Cristo (Gálatas 1.6-9) “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1.16b). É que através da fé em Cristo nos tornamos “filhos de Deus” (Romanos 8.16; Gálatas 3.26) pela reconciliação (2 Coríntios 5.18-20) e restamos aptos, por Sua graça e misericórdia, a cumprir os Seus preceitos (Ezequiel 36.27). Com isso, guardamos Sua lei como forma de gratidão por aquilo que Ele fez por nós. Afinal, “Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.” (Filipenses 2.13) Por sinal, o labor cristão nos presídios aposta na transforma- ção dos indivíduos pela conversão (Salmo 51.9-10), na autoestima através dos discursos do amor e da libertação (Efésios 2.4-5) e no sentido de pertencimento a uma comunidade (Salmo 106.47). E esse pertencimento é essencial. Como já dissemos, a maioria dos presos vem de uma família completamente desestruturada, sem qualquer condição de receber o indivíduo quando for solto. Por isso, cabe à igreja buscar o resgate desses laços familiares, arranha- dos ou mesmo rompidos, a fim de que o preso tenha condições de abandonar a criminalidade. Mas, quando isso não é possível, a própria igreja passa a significar a família do encarcerado, aquela com a qual ele poderá contar e que o sustentará socialmente. E tudo isso carrega em si um papel extremamente positivo, tanto individual quanto institucionalmente. Inúmeros são os diretores de estabelecimentos penais que apontam a influência benéfica da conversão, apaziguando o ambiente da prisão, redu- zindo as tensões diárias e propiciando novos estilos de vida aos encarcerados. Ainda, a conversão opera transformação moral