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Este trabalho resultou de um estudo experimental inteiramente realizado na Academia das Ciências de Lisboa (Figuras 3.1, 3.2 e 3.3), com o objectivo de ...
Tipologia: Resumos
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Para atingir os objectivos propostos e testar as hipóteses experimentais formuladas, realizou-se um estudo laboratorial em duas fases distintas. A primeira fase consistiu na inventariação dos esqueletos cranianos humanos da população representada nas escavações arqueológicas realizadas, em 2004, na Ala Sul do Claustro da Academia das Ciências de Lisboa, incluindo maxilas, mandíbulas e dentes isolados ou integrados nos respectivos alvéolos das arcadas superior e inferior, seguida do preenchimento de formulários antropológicos previamente elaborados para esse efeito. Na segunda fase procedeu-se ao estudo antropológico dos esqueletos cranianos, mandíbulas e dentes isolados, através da análise macroscópica das suas características quer morfológicas (qualitativas), quer antropométricas e odontométricas (quantitativas).
População não identificada relacionada com o Terramoto de Lisboa de 1755
Figura 3.1 – Laboratório da Academia das Ciências de Lisboa organizado para o presente trabalho de investigação – área de estéreomicroscopia.
Figura 3.2 – Laboratório da Academia das Ciências de Lisboa organizado para o presente trabalho de investigação – área de trabalho macroscópico.
População não identificada relacionada com o Terramoto de Lisboa de 1755
A presença de patologias frequentes no século XVIII, como deficiências alimentares e outras, foi estudada através da morfologia macroscópica, quer nos dentes isolados, quer nos dentes nas respectivas arcadas ósseas (Ubelaker, 2000). A estimativa da idade média à data da morte foi analisada por três métodos aplicados aos dentes, quer em estádio precoce de desenvolvimento do dente, quer em estádio de desenvolvimento completo. No primeiro, foram analisados os estádios de desenvolvimento e mineralização dos dentes de acordo com a classificação proposta pelo “Esquema da Idade de Shour-Masler” (Buikstra e Ubelaker, 1994). No segundo, recorreu-se ao Sistema de Brothwell (Brothwell, 1967), que estima a idade cronológica através do indicador morfológico, a atricção, para classificar os indivíduos adultos em 4 grupos de idade dentária com base no desgaste oclusal. Ao terceiro foi aplicada a metodologia de Bang com a fórmula e coeficientes de correlação para dentes não seccionados (Bang, 1970). A estimativa do número mínimo de indivíduos foi efectuada a partir dos dentes, ossos maxilares, mandíbulas e crânios presentes na escavação arqueológica, considerando o dente e/ou osso mais frequente na amostra (Ubelaker, 2000). As causas e/ou circunstâncias da morte foram determinadas com base nas características morfológicas dos dentes e ossos presentes na amostra (Ubelaker, 2000). Nos formulários figuram as indicações metodológicas para avaliar cada parâmetro.
Todos os fragmentos que satisfaziam os critérios de inclusão foram inventariados mediante a utilização dos formulários de identificação do Museu da Academia, fotografados com uma máquina digital Nikon^ D80, com lente 18-70 mm, montada em tripé, e escala métrica ABFO nº 2, escala de cor e de cinzentos Kodak Q13^ (Figuras 3.4 e 3.5).
Figura 3.4 – Escala métrica padronizada da ABFO nº 2.
Figura 3.5 – Escala de cores e de cinzentos Q13 da Kodak.
sistema reside na obtenção, por meio da craveira, dos valores das várias distâncias em cada um dos elementos morfológicos e na sua transferência directa para a folha de cálculo, de modo que, para cada distância, são obtidas as diferentes medições ao longo do eixo definido, sendo, no final, seleccionado o maior valor que corresponde à maior distância pré-definida. A segunda craveira - uma craveira não digital da Mitutoyo^ - foi utilizada para objectos de maiores dimensões.
Figura 3.7 – Craveira digital Mitutoyo.
Os ângulos mandibulares, comprimentos do corpo mandibular e altura dos ramos ascendentes mandibulares foram determinados com o mandilómetro da 3M^ (Figura 3.8).
Figura 3.8 – Mandilómetro da 3M.
População não identificada relacionada com o Terramoto de Lisboa de 1755
Figura 3.9 – Placa de avaliação da característica morfológica em pá dos incisivos centrais superiores.
Para distâncias lineares foram construídos índices dentários e antropológicos de acordo com o descrito na literatura (Ubelaker, 2000). Os índices dentários calculados foram o de robustez e o módulo da coroa (Garn e outros, 1966). Quanto ao primeiro, foi calculado pela fórmula: I (^) r = MD×BL, o
módulo foi calculado pela seguinte fórmula: c = MD 2 +^ BL, onde MD é a maior
distância mesiodistal dentária e BL é a maior distância bucolingual dentária.
População não identificada relacionada com o Terramoto de Lisboa de 1755
efeito de memória. Este intervalo de tempo foi de três meses e o número de medições repetidas consistiram na totalidade. Os resultados das medições repetidas foram comparados com as primeiras medições e obteve-se a distribuição das diferenças das duas. Finalmente, todos os valores diferentes ± 1,96 desvios padrão foram submetidos a uma terceira medição. Nestes casos utilizaram-se os dois valores mais próximos das três medições para efectuar a média das duas medições. Um tipo de erro classicamente associado aos estudos laboratoriais consiste na tendência dos investigadores favorecerem o método em estudo, o que, neste caso, significaria favorecer as medições das distâncias segundo a variável a testar. Este favorecimento é habitualmente involuntário e inconsciente, mas deve ser tido em conta, já que pode ocorrer sempre que, em cada caso que mede, o investigador tenha conhecimento da variável. Outra situação não referente ao erro do operador diz respeito ao instrumento de medição. O instrumento possui um erro de ± 0,02 mm que foi considerado desprezível. A calibração do instrumento foi efectuada durante as medições com uma barra metálica calibrada e o próprio instrumento fez a sua calibração quando em zero absoluto. Nos raros casos de erro, este deveu-se a sujidade das pontas da craveira, levando à imediata limpeza das suas superfícies e nova auto-calibração do aparelho,antes de se efectuarem novas medições.
Todos os dados foram introduzidos, verificados e analisados por intermédio de uma aplicação informática comercial desenvolvida para essa finalidade – SPSS for Windons, versão 17.0 (SPSS Inc., Chicago, USA). Na primeira etapa, puramente descritiva, foram calculadas as médias, desvios padrão e os valores máximo e mínimo para cada variável a testar como variável independente. A presença de eventuais diferenças entre as variáveis foi determinada utilizando o teste t de Student (análise emparelhada) e a distribuição Qui- Quadrado.
O nível de significância estatística escolhido em todos os testes realizados foi de 5% (α=0,05). O nível de significância estabelece a probabilidade de se cometer um erro do tipo I, ou seja, a probabilidade de rejeitar a hipótese nula quando esta é verdadeira.