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3. MATERIAIS E MÉTODOS, Resumos de Materiais

Este trabalho resultou de um estudo experimental inteiramente realizado na Academia das Ciências de Lisboa (Figuras 3.1, 3.2 e 3.3), com o objectivo de ...

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Amazonas
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Materiais e Métodos
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3. MATERIAIS E MÉTODOS
Para atingir os objectivos propostos e testar as hipóteses experimentais
formuladas, realizou-se um estudo laboratorial em duas fases distintas.
A primeira fase consistiu na inventariação dos esqueletos cranianos
humanos da população representada nas escavações arqueológicas realizadas,
em 2004, na Ala Sul do Claustro da Academia das Ciências de Lisboa,
incluindo maxilas, mandíbulas e dentes isolados ou integrados nos respectivos
alvéolos das arcadas superior e inferior, seguida do preenchimento de
formulários antropológicos previamente elaborados para esse efeito.
Na segunda fase procedeu-se ao estudo antropológico dos esqueletos
cranianos, mandíbulas e dentes isolados, através da análise macroscópica das
suas características quer morfológicas (qualitativas), quer antropométricas e
odontométricas (quantitativas).
1. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
Este trabalho resultou de um estudo experimental inteiramente realizado
na Academia das Ciências de Lisboa (Figuras 3.1, 3.2 e 3.3), com o objectivo
de caracterizar, sob o ponto de vista paleodemográfico e paleopatológico, uma
determinada população esqueletizada, através do estudo das características
morfológicas dos crânios e dentes. Os métodos e técnicas utilizados foram os
habitualmente usados no âmbito da identificação reconstrutiva em Medicina
Legal e Ciências Forenses.
A amostra populacional foi seleccionada de entre os restos
esqueletizados encontrados nas escavações arqueológicas, realizadas em
2004, na Ala Sul do Claustro da Academia das Ciências. A amostra
compreendeu os crânios e dentes humanos, isolados ou integrados nos
respectivos alvéolos, tendo em conta os seguintes critérios de inclusão:
1. Peças esqueléticas pertencentes à espécie humana;
2. Dentes isolados e/ou integrados nas arcadas superior (maxilar) e
inferior (mandíbula);
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Materiais e Métodos

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Para atingir os objectivos propostos e testar as hipóteses experimentais formuladas, realizou-se um estudo laboratorial em duas fases distintas. A primeira fase consistiu na inventariação dos esqueletos cranianos humanos da população representada nas escavações arqueológicas realizadas, em 2004, na Ala Sul do Claustro da Academia das Ciências de Lisboa, incluindo maxilas, mandíbulas e dentes isolados ou integrados nos respectivos alvéolos das arcadas superior e inferior, seguida do preenchimento de formulários antropológicos previamente elaborados para esse efeito. Na segunda fase procedeu-se ao estudo antropológico dos esqueletos cranianos, mandíbulas e dentes isolados, através da análise macroscópica das suas características quer morfológicas (qualitativas), quer antropométricas e odontométricas (quantitativas).

  1. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL Este trabalho resultou de um estudo experimental inteiramente realizado na Academia das Ciências de Lisboa (Figuras 3.1, 3.2 e 3.3), com o objectivo de caracterizar, sob o ponto de vista paleodemográfico e paleopatológico, uma determinada população esqueletizada, através do estudo das características morfológicas dos crânios e dentes. Os métodos e técnicas utilizados foram os habitualmente usados no âmbito da identificação reconstrutiva em Medicina Legal e Ciências Forenses. A amostra populacional foi seleccionada de entre os restos esqueletizados encontrados nas escavações arqueológicas, realizadas em 2004, na Ala Sul do Claustro da Academia das Ciências. A amostra compreendeu os crânios e dentes humanos, isolados ou integrados nos respectivos alvéolos, tendo em conta os seguintes critérios de inclusão:
  2. Peças esqueléticas pertencentes à espécie humana;
  3. Dentes isolados e/ou integrados nas arcadas superior (maxilar) e inferior (mandíbula);

População não identificada relacionada com o Terramoto de Lisboa de 1755

  1. Identificação dentária possível;
  2. Identificação possível dos ossos cranianos.

Figura 3.1 – Laboratório da Academia das Ciências de Lisboa organizado para o presente trabalho de investigação – área de estéreomicroscopia.

Figura 3.2 – Laboratório da Academia das Ciências de Lisboa organizado para o presente trabalho de investigação – área de trabalho macroscópico.

População não identificada relacionada com o Terramoto de Lisboa de 1755

A presença de patologias frequentes no século XVIII, como deficiências alimentares e outras, foi estudada através da morfologia macroscópica, quer nos dentes isolados, quer nos dentes nas respectivas arcadas ósseas (Ubelaker, 2000). A estimativa da idade média à data da morte foi analisada por três métodos aplicados aos dentes, quer em estádio precoce de desenvolvimento do dente, quer em estádio de desenvolvimento completo. No primeiro, foram analisados os estádios de desenvolvimento e mineralização dos dentes de acordo com a classificação proposta pelo “Esquema da Idade de Shour-Masler” (Buikstra e Ubelaker, 1994). No segundo, recorreu-se ao Sistema de Brothwell (Brothwell, 1967), que estima a idade cronológica através do indicador morfológico, a atricção, para classificar os indivíduos adultos em 4 grupos de idade dentária com base no desgaste oclusal. Ao terceiro foi aplicada a metodologia de Bang com a fórmula e coeficientes de correlação para dentes não seccionados (Bang, 1970). A estimativa do número mínimo de indivíduos foi efectuada a partir dos dentes, ossos maxilares, mandíbulas e crânios presentes na escavação arqueológica, considerando o dente e/ou osso mais frequente na amostra (Ubelaker, 2000). As causas e/ou circunstâncias da morte foram determinadas com base nas características morfológicas dos dentes e ossos presentes na amostra (Ubelaker, 2000). Nos formulários figuram as indicações metodológicas para avaliar cada parâmetro.

  1. CONSTRUÇÃO DOS FORMULÁRIOS Para a realização do estudo laboratorial procedeu-se à elaboração dos formulários que permitiram a inventariação do material arqueológico. Para tal, foi solicitada e obtida autorização do autor dos formulários mundialmente usados no campo da investigação antropológica, os quais foram por nós adaptados, dando lugar aos formulários do Museu da Academia das Ciências de Lisboa, utilizados neste estudo. Estes formulários, contendo a metodologia de recolha das variáveis que seleccionámos para investigar os objectivos visados, figuram em apêndice 2 (I – Inventário).

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3. INVENTÁRIO DAS AMOSTRAS

Todos os fragmentos que satisfaziam os critérios de inclusão foram inventariados mediante a utilização dos formulários de identificação do Museu da Academia, fotografados com uma máquina digital Nikon^ D80, com lente 18-70 mm, montada em tripé, e escala métrica ABFO nº 2, escala de cor e de cinzentos Kodak Q13^ (Figuras 3.4 e 3.5).

Figura 3.4 – Escala métrica padronizada da ABFO nº 2.

Figura 3.5 – Escala de cores e de cinzentos Q13 da Kodak.

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sistema reside na obtenção, por meio da craveira, dos valores das várias distâncias em cada um dos elementos morfológicos e na sua transferência directa para a folha de cálculo, de modo que, para cada distância, são obtidas as diferentes medições ao longo do eixo definido, sendo, no final, seleccionado o maior valor que corresponde à maior distância pré-definida. A segunda craveira - uma craveira não digital da Mitutoyo^ - foi utilizada para objectos de maiores dimensões.

Figura 3.7 – Craveira digital Mitutoyo.

Os ângulos mandibulares, comprimentos do corpo mandibular e altura dos ramos ascendentes mandibulares foram determinados com o mandilómetro da 3M^ (Figura 3.8).

Figura 3.8 – Mandilómetro da 3M.

População não identificada relacionada com o Terramoto de Lisboa de 1755

  1. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DENTÁRIAS A avaliação laboratorial das características dentárias antropológicas foi realizada de acordo com a escala do “ASU Dental Anthropology System” (Turner e outros, 1991) baseada nos procedimentos e placas por eles elaborados (Figura 3.9). Estes foram aplicados aos formulários do Museu da Academia das Ciências de Lisboa, e colocados como apêndice 2 (II – Morfologia).

Figura 3.9 – Placa de avaliação da característica morfológica em pá dos incisivos centrais superiores.

6. CONSTRUÇÃO DOS ÍNDICES

Para distâncias lineares foram construídos índices dentários e antropológicos de acordo com o descrito na literatura (Ubelaker, 2000). Os índices dentários calculados foram o de robustez e o módulo da coroa (Garn e outros, 1966). Quanto ao primeiro, foi calculado pela fórmula: I (^) r = MD×BL, o

módulo foi calculado pela seguinte fórmula: c = MD 2 +^ BL, onde MD é a maior

distância mesiodistal dentária e BL é a maior distância bucolingual dentária.

População não identificada relacionada com o Terramoto de Lisboa de 1755

efeito de memória. Este intervalo de tempo foi de três meses e o número de medições repetidas consistiram na totalidade. Os resultados das medições repetidas foram comparados com as primeiras medições e obteve-se a distribuição das diferenças das duas. Finalmente, todos os valores diferentes ± 1,96 desvios padrão foram submetidos a uma terceira medição. Nestes casos utilizaram-se os dois valores mais próximos das três medições para efectuar a média das duas medições. Um tipo de erro classicamente associado aos estudos laboratoriais consiste na tendência dos investigadores favorecerem o método em estudo, o que, neste caso, significaria favorecer as medições das distâncias segundo a variável a testar. Este favorecimento é habitualmente involuntário e inconsciente, mas deve ser tido em conta, já que pode ocorrer sempre que, em cada caso que mede, o investigador tenha conhecimento da variável. Outra situação não referente ao erro do operador diz respeito ao instrumento de medição. O instrumento possui um erro de ± 0,02 mm que foi considerado desprezível. A calibração do instrumento foi efectuada durante as medições com uma barra metálica calibrada e o próprio instrumento fez a sua calibração quando em zero absoluto. Nos raros casos de erro, este deveu-se a sujidade das pontas da craveira, levando à imediata limpeza das suas superfícies e nova auto-calibração do aparelho,antes de se efectuarem novas medições.

8. METODOLOGIA ESTATÍSTICA DA ANÁLISE DOS

RESULTADOS

Todos os dados foram introduzidos, verificados e analisados por intermédio de uma aplicação informática comercial desenvolvida para essa finalidade – SPSS for Windons, versão 17.0 (SPSS Inc., Chicago, USA). Na primeira etapa, puramente descritiva, foram calculadas as médias, desvios padrão e os valores máximo e mínimo para cada variável a testar como variável independente. A presença de eventuais diferenças entre as variáveis foi determinada utilizando o teste t de Student (análise emparelhada) e a distribuição Qui- Quadrado.

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O nível de significância estatística escolhido em todos os testes realizados foi de 5% (α=0,05). O nível de significância estabelece a probabilidade de se cometer um erro do tipo I, ou seja, a probabilidade de rejeitar a hipótese nula quando esta é verdadeira.