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(26-03) Música Instrumental Italiana, Trabalhos de Música

Trabalho de História da música

Tipologia: Trabalhos

2012

Compartilhado em 10/04/2012

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mariana-brito-5 🇧🇷

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Barroco: Música Instrumental no Barroco Primitivo
Num período de transformações no tratamento da música vocal, através do surgimento de
uma linha melódica com acompanhamento e do baixo contínuo (que contribuíram para a consolidação
da ópera), a música instrumental apresentou características que demonstravam tanto a emancipação da
composição instrumental em relação aos moldes vocais, mas ao mesmo tempo, uma certa influência
das novas técnicas composicionais da música vocal e também dos ritmos de danças.
Segundo Pisk e Ulrich (1963), antes do período Barroco não havia sido feito música pensada
para os instrumentos propriamente ditos, e sim música vocal (muitas vozes) que era adaptada aos
instrumentos (p. 276). No Renascimento, com a elaborada polifonia, isso era bastante evidente.
Porém, apesar dessa certa emancipação no início do Barroco, não quer dizer que as inovações na
composição da música vocal não tiveram alguma influência na música instrumental. Como explicam
Grout e Palisca (2007), a sonata para instrumento solo apresentou algumas características do canto e
“o violino, que teve proeminência no século XVII, imitava o canto solo, absorvendo muitas técnicas
de música vocal para o seu vocabulário” (p.308).
Apesar do conceito de “forma” ainda estar muito impreciso, alguns padrões ou tendências na
composição da música feita para instrumentos podem ser observadas. Duas principais, de acordo com
Pisk e Ulrich (1963), foram frequentes: a variação, no qual “uma melodia, frase ou uma composição
inteira era repetida um número de vezes, cada vez com um ou mais de seus componentes alterados ou
variados.” (p. 277).; e também a improvisação, que era muito presente principalmente em obras para
órgão, no qual havia trechos totalmente improvisatórios, sem escrita definida (p. 277). Bukofzer
(1947) afirma que três princípios gerais regeram a música instrumental desse período: estruturas com
muitas seções em relação à forma, extensas variações em relações ao procedimento melódico e
polaridade entre o baixo e as vozes superiores em relação à textura (p. 44).
Tais padrões ou princípios podem ser encontrados nas diversas categorias ou gêneros de
composição instrumental: peças fugadas em contraponto imitativo contínuo (ex: ricercare, fantasia,
fuga, capriccio, etc); peças tipo canzona em contraponto imitativo descontínuo (ex: sonata da chiesa);
peças que variavam uma melodia ou baixo dados (ex: partitas, passacaglia, chaconne, etc); danças e
outras peças em ritmos de dança mais ou menos estilizados (ex: suíte); e peças de estilo
improvisatório para instrumento solo de teclas ou alaúde (ex: toccata, fantasia, prelúdio) (GROUT;
PALISCA, 2007, p. 308).
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Barroco: Música Instrumental no Barroco Primitivo

Num período de transformações no tratamento da música vocal, através do surgimento de

uma linha melódica com acompanhamento e do baixo contínuo (que contribuíram para a consolidação

da ópera), a música instrumental apresentou características que demonstravam tanto a emancipação da

composição instrumental em relação aos moldes vocais, mas ao mesmo tempo, uma certa influência

das novas técnicas composicionais da música vocal e também dos ritmos de danças.

Segundo Pisk e Ulrich (1963), antes do período Barroco não havia sido feito música pensada

para os instrumentos propriamente ditos, e sim música vocal (muitas vozes) que era adaptada aos

instrumentos (p. 276). No Renascimento, com a elaborada polifonia, isso era bastante evidente.

Porém, apesar dessa certa emancipação no início do Barroco, não quer dizer que as inovações na

composição da música vocal não tiveram alguma influência na música instrumental. Como explicam

Grout e Palisca (2007), a sonata para instrumento solo apresentou algumas características do canto e

“o violino, que teve proeminência no século XVII, imitava o canto solo, absorvendo muitas técnicas

de música vocal para o seu vocabulário” (p.308).

Apesar do conceito de “forma” ainda estar muito impreciso, alguns padrões ou tendências na

composição da música feita para instrumentos podem ser observadas. Duas principais, de acordo com

Pisk e Ulrich (1963), foram frequentes: a variação, no qual “uma melodia, frase ou uma composição

inteira era repetida um número de vezes, cada vez com um ou mais de seus componentes alterados ou

variados.” (p. 277).; e também a improvisação, que era muito presente principalmente em obras para

órgão, no qual havia trechos totalmente improvisatórios, sem escrita definida (p. 277). Já Bukofzer

(1947) afirma que três princípios gerais regeram a música instrumental desse período: estruturas com

muitas seções em relação à forma, extensas variações em relações ao procedimento melódico e

polaridade entre o baixo e as vozes superiores em relação à textura (p. 44).

Tais padrões ou princípios podem ser encontrados nas diversas categorias ou gêneros de

composição instrumental: peças fugadas em contraponto imitativo contínuo (ex: ricercare, fantasia,

fuga, capriccio, etc); peças tipo canzona em contraponto imitativo descontínuo (ex: sonata da chiesa);

peças que variavam uma melodia ou baixo dados (ex: partitas, passacaglia, chaconne, etc); danças e

outras peças em ritmos de dança mais ou menos estilizados (ex: suíte); e peças de estilo

improvisatório para instrumento solo de teclas ou alaúde (ex: toccata, fantasia, prelúdio) (GROUT;

PALISCA, 2007, p. 308).

Resumo.

BUKOFZER, Manfred. “Music in the Baroque Era: from Monteverdi to Bach”. Nova Iorque: Norton,

  • Três princípios gerais regem a musica instrumental do barroco primitivo: “estruturas com muitas seções em relação à forma; extensas variações em relação ao procedimento melódico; e polaridade entre o baixo e as vozes superiores em relação à textura.” (p. 44).
  • O surgimento do baixo contínuo foi, na verdade, uma consequência conclusiva daquilo que já estava estabelecido, mesmo que latente, na música de dança do século XVI: um baixo movido e com padrões que permitia uma movimentação mais livre das outras partes. (p. 44).
  • A grande variedade de música instrumental pode ser reduzida a três categorias: (1) música de dança, (2) formas instrumentais idiomáticas de caráter rapsódico, e (3) formas derivadas originalmente dos modelos vocais. (p. 44)

PISK, Paul A.; ULRICH, Homer. “A History of Music and Musical Style”. Nova Iorque: Hartcourt, Brace and World, Inc., 1963.

  • Antes do período Barroco, não havia composições instrumentais que de fato fossem pensadas como puramente instrumentais (anteriormente, apesar da grande quantidade de música feita para instrumentos, elas eram pensadas para vozes, e adaptadas aos instrumentos). (p. 276).
  • Com o início do século XVI, uma grande variedade de formas musicais especificamente feitas para teclados, ensemble instrumentais ou para orquestra foi desenvolvida. (p. 276).
  • Dois princípios foram frequentemente usados na música instrumental: o da variação, no qual “uma melodia, frase ou uma composição inteira era repetida um número de vezes, cada vez com um ou mais de seus componentes alterados ou variados.” (p. 277).; e também o da improvisação, que era muito presente principalmente em obras para órgão, no qual havia trechos totalmente improvisatórios, sem escrita definida.

GROUT, Donald J.; PALISCA, Claude V. “História da Música Ocidental . 5. Ed. Trad. Ana Luísa Faria. Lisboa: Gradiva, 2007.

  • A música instrumental no início do período barroco, principalmente a sonata para instrumento solo, teve influências de música vocal. “O violino, que teve proeminência no século XVII, imitava o canto solo, absorvendo muitas técnicas de música vocal para o seu vocabulário” p.
  • Surgiram várias categorias de composição para a música instrumental: peças fugadas em contraponto imitativo contínuo (ricercare, fantasia, fuga, capriccio, etc); peças tipo canzona em contraponto imitativo descontínuo (sonata da chiesa); peças que variavam uma melodia ou baixo dados (partitas, passacaglia, chaconne, etc); danças e outras peças em ritmos de dança mais ou menos estilizados (suíte); e peças de estilo improvisatório para instrumento solo de teclas ou alaúde (toccata, fantasia, prelúdio).