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Guias e Dicas
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Empreendedores e Desafios da Expansão por Franquias: Estudo Observacional Fome de Poder, Notas de aula de Empreendedorismo

Uma monografia sobre a relação entre o perfil empreendedor e os desafios da expansão de negócios por meio de franquias, analisando o caso da empresa mcdonald's através do filme fome de poder. O estudo compara os perfis empreendedor dos criadores da empresa com o parceiro de negócios que promoveu a expansão por meio de franquias e avalia as fragilidades da relação entre empreendedorismo e franquias na expansão da empresa.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE
E SECRETARIADO EXECUTIVO
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
IGO FALCÃO FREIRE
PERFIL EMPREENDEDOR E DESAFIOS DA EXPANSÃO DE NEGÓCIOS POR
MEIO DE FRANQUIAS: ESTUDO OBSERVACIONAL DO FILME FOME DE
PODER
FORTALEZA
2018
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Baixe Empreendedores e Desafios da Expansão por Franquias: Estudo Observacional Fome de Poder e outras Notas de aula em PDF para Empreendedorismo, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE

E SECRETARIADO EXECUTIVO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

IGO FALCÃO FREIRE

PERFIL EMPREENDEDOR E DESAFIOS DA EXPANSÃO DE NEGÓCIOS POR

MEIO DE FRANQUIAS: ESTUDO OBSERVACIONAL DO FILME FOME DE

PODER

FORTALEZA

IGO FALCÃO FREIRE

PERFIL EMPREENDEDOR E DESAFIOS DA EXPANSÃO DE NEGÓCIOS POR MEIO

DE FRANQUIAS: ESTUDO OBSERVACIONAL DO FILME FOME DE PODER

Monografia apresentada ao curso de Administração da Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração. Orientadora: Profa. Dra. Márcia Zabdiele Moreira FORTALEZA 2018

AGRADECIMENTOS

À Deus, por ter me dado força e determinação nesse momento tão importante da minha vida pessoal e profissional. Aos meus pais, que fizeram de tudo para que eu me tornasse uma pessoa correta e ética, além de terem me apoiado, desde a escolha do meu curso de graduação até o presente momento, que encerro com esta monografia. À minha noiva, Gabriela Gazelli, pela paciência e apoio incondicional, além do auxílio diário com conselhos que foram fundamentais para que eu tivesse ânimo para finalizar este trabalho. À minha orientadora, Professora Dra. Márcia Zabdiele Moreira, pela disponibilidade e dedicação a este trabalho durante os meses que foram necessários para a sua elaboração, sempre de maneira cordial e atenciosa.

RESUMO

Muitos empreendedores se deparam com situações em que são obrigados a tomar decisões quanto ao crescimento do seu negócio, independente do que os motiva. Uma alternativa que vem sendo utilizada com razoável frequência é a de franquear o negócio por características que podem favorecer a esse empreendedor. Esta monografia tem como objetivo geral analisar a relação entre o perfil empreendedor e os desafios da expansão de negócios por meio de franquias a partir do estudo observacional do filme Fome de Poder. Foram elencados alguns pontos que conectam essas duas variáveis de forma a verificar qual o grau de relação entre elas e se há dependência ou algum benefício quando são ativadas em conjunto. Essa análise tem como intuito analisar os desafios da transformação da empresa McDonald´s numa rede de franquias, comparar o perfil empreendedor dos criadores da empresa McDonald´s com o perfil empreendedor do parceiro de negócios que promoveu a expansão da empresa por meio de franquias e avaliar as fragilidades da relação entre empreendedorismo e franquias na expansão da empresa. Foi utilizada para essa pesquisa, fontes secundárias como análise do filme Fome de Poder, o qual apresenta a história da rede de fast-food, McDonald´s e outros artigos publicados, livros acadêmicos, dissertações e páginas da internet. Com esses meios de pesquisa foi possível compreender as decisões tomadas pelos personagens do filme com base nos seus perfis empreendedores e nas características que o modelo de franquia exige quando os irmãos McDonald e Ray Kroc, decidem optar por esse modelo para expansão do McDonald´s pelo mundo. Por fim, esse trabalho busca ser o despertador para novas pesquisas que busquem aprofundar as várias faces que existem nos empreendedores e o que os motiva a tomar decisões como a de expansão através de franquias, por exemplo. Palavras-chave: Empreendedorismo, Estudo Observacional, Expansão de Negócios Franquias.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Comparação entre gerentes tradicionais e empreendedores 21 Quadro 2 - Dez principais características a serem observadas em um franqueado 28 Quadro 3 - Tipos de internacionalização de empresas e suas características 35

1 INTRODUÇÃO

Empreender é algo que está intrínseco ao ser humano desde os primórdios da humanidade. Naquele período, início da consciência humana como a existente hoje, o homem já praticava o empreendedorismo sem sequer ter conhecimento ou definição técnica para tal ato. De acordo com Menezes (2007), a simples busca por alimentos na natureza, bem como a própria caça e pesca, foram grandes incentivadores para o ser humano desenvolver meios inovadores e facilitadores da sua subsistência. A análise minuciosa do comportamento da presa, do ambiente, das adversidades e principalmente, dos pontos fracos e fortes, permitia que o ser humano buscasse empreender novos instrumentos e formatos de caça, pesca e colheita, e conseguisse lograr êxito frente aos demais seres de sua espécie e comunidade, os concorrentes de sua época. Desde esse período, do desenvolvimento da consciência e racionalidade humana, até os dias presentes, foram desenvolvidas diversas formatações de empreendedorismo, principalmente com o advento das primeiras revoluções da era moderna, como a Revolução Industrial, entre 1760 e 1820 na Inglaterra, a qual teve papel fundamental na criação das definições e conceitos do que hoje a economia e seus estudiosos identificaram como o empreendedorismo moderno, destacando-se os estudiosos Schumpeter e Baptiste Say. Foi somente no século XX, nos países considerados desenvolvidos, momento em que as leis trabalhistas e a definição das relações entre empregador e empregado já eram rascunhos do que se tornaram, que surgiram os primeiros casos de empreendedorismo como se conhece hoje em sua essência e definição. Landes (2005) citou os Estados Unidos, mais precisamente com o exemplo de Henry Ford e seu capitalismo do bem-estar social, o qual criou as linhas de montagem de veículos em suas fábricas e instituiu folgas semanais remuneradas, dando o pontapé para o conceito de final de semana utilizado no presente, com o objetivo específico de que seus empregados pudessem ter tempo de lazer para usufruir de seus veículos. Atualmente existem autores como Dornelas (200 8 ) que defendem que o empreendedorismo pode ser ensinado, não sendo obrigatoriamente um dom nascido com o indivíduo, mas sim algo a ser implementado, permitindo a disseminação de mais ações empreendedoras no mundo. O que, porém, é deixado claro por Dornelas (200 8 ) é que o empreendedorismo não pode ficar restrito ao conceito de criação de novos negócios, mas sim praticado no comportamento do ser humano, tanto como individuo, como ser social, seja

através de uma ação que vai mudar o modo de agir de pessoas dentro de um círculo familiar, com objetivos diversos, como por exemplo, economizar e/ou investir capital, preservar bens e patrimônio, ou estabelecer rotinas otimizadas e mais produtivas, até mudanças de atitude pessoal tornando o indivíduo um empreendedor dele mesmo. Ao se voltar para o empreendedorismo como meio de desenvolvimento de novas ideias e negócios, percebe-se que os Estados Unidos, tendo o capitalismo como sua principal característica, onde o termo entrepreneurship é conhecido e referenciado há diversos anos, foram o principal país a desenvolver o conceito de empreendedorismo entre as pessoas, enquanto sociedade. Para Carneiro (2013), o fenômeno da globalização, o surgimento da internet e o movimento de inclusão digital vastamente proporcionado naquele país, assim como o incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento de novas ideias ocasionadas pela livre concorrência, bem como a baixa interferência do governo, proporcionaram todo esse avanço empreendedor que transformou o país na grande potência da história moderna. De alguma forma, a internet determinou o crescimento das interações entre consumidores e empresários no mundo todo, fazendo surgir diversos empreendedores, cada um com um perfil diferente. É fundamental a compreensão desses perfis a fim de que se possa identificar quais as melhores modalidades de negócios a eles atribuíveis pois alguns desses perfis objetivam uma busca mais rápida por expansão de negócios e identificam no sistema de franchising (franquias) um meio mais rápido de propagação do negócio pelo mundo. Guetta (2013) relatou o início do franchising, o qual ocorreu no ainda século XIX, quando a empresa americana I.M. Singer & Co, em 1850, fabricante de máquinas de costura, criou o modelo de “operadores proprietários” independentes, que assim tinham o direito de comercializar toda a sua linha de equipamentos. Dessa forma a empresa conseguiu expandir a venda de seus produtos por grande parte do território daquele país. Foi somente no momento pós Segunda Guerra Mundial que o sistema de franquia atualmente conhecido e utilizado cresceu exponencialmente. Muitos soldados, ao retornarem para os seus lares, estavam desempregados e encontraram no sistema de franquias uma chance de empreender e tornarem-se seus próprios patrões. Desde então, segundo Schwartz ( 1994 ), o modelo de franchising tem sido utilizado pela grande maioria das empresas por ser um dos métodos mais seguros e eficazes para expansão de negócios com o mínimo possível de investimentos, sendo regido por uma espécie de casamento de interesses com objetivo de ganho tanto para o franqueado como para o franqueador.

empreendedores, apresenta-se o seguinte questionamento, qual a relação entre o perfil empreendedor e os desafios da expansão de negócios por meio de franquias? Essa pesquisa tem como Objetivo geral: analisar a relação entre o perfil empreendedor e os desafios da expansão de negócios por meio de franquias a partir do estudo observacional do filme Fome de Poder. Os Objetivos específicos foram:

  • Analisar os desafios da transformação da empresa McDonald's numa rede de franquias;
  • Comparar o perfil empreendedor dos criadores da empresa McDonald´s com o perfil empreendedor do parceiro de negócios que promoveu a expansão da empresa por meio de franquias;
  • Avaliar as fragilidades da relação entre empreendedorismo e franquias na expansão da empresa McDonald´s. Para alcance do objetivo dessa pesquisa, apresenta-se a introdução na seção 1. Realizou-se pesquisa bibliográfica, leitura de artigos, textos, livros, teorias, matérias de jornais e revistas que propiciaram compreensão dos assuntos abordados e compuseram a revisão teórica, apresentada na seção 2. Neste, apresenta-se a análise histórica do empreendedorismo, os conceitos, o processo, o perfil do empreendedor frente ao administrador, a identificação de oportunidades, o papel das inovações tecnológicas no empreendedorismo e como se deu o desenvolvimento do empreendedorismo no mundo. A seção 3 trata do sistema de franquias, o conceito, a análise do perfil do franqueado, ponderando o relacionamento entre as partes envolvidas, os aspectos jurídicos concernentes a esse modelo de negócio, as vantagens e desvantagens do sistema, e o modelo utilizado internacionalmente. A seção 4 detalha a metodologia aplicada à pesquisa. Na seção 5, é apresentada uma sinopse do filme, enquanto na seção 6 foi analisado o mercado de atuação do McDonald's, desde seu surgimento até sua expansão a nível mundial, ocorrida através do empreendedorismo dos irmãos Mcdonald chegando ao conceito de franquias que foi utilizado como método de expansão da rede de fast food McDonald’s, e a seção 7 apresenta a conclusão do estudo.

2 O EMPREENDEDORISMO E SUAS COMPETÊNCIAS

Empreender, segundo o dicionário Holanda (2010) em seu dicionário, é atitude de quem, por iniciativa própria, realiza ações ou idealiza novos métodos com o objetivo de desenvolver e dinamizar serviços, produtos ou quaisquer atividades de organização e administração. A definição acaba citando palavras que estão sempre na mente de qualquer empreendedor, o novo, o desenvolver e o realizar, sem a união delas, o processo empreendedor se torna limitado e por vezes, descaracterizado. Esse processo de empreender é compreendido ao se analisar o surgimento de seu conceito e o desenrolar deste ao longo de anos de estudos por pesquisadores e experiências vividas e relatadas. 2.1 Análise histórica e conceito de empreendedorismo A primeira forma de empreendedorismo historicamente registrada pode ser creditada ao navegador Marco Polo ao tentar estabelecer uma rota comercial para o Oriente médio Dornelas (2008). Naquela época, Marco Polo teria feito um acordo com um homem rico para vender a mercadoria deste no Oriente Médio, desde que ele bancasse essa viagem. Nesse caso, o homem rico seria o investidor (capitalista) e Marco Polo, o empreendedor. Avançando para a Idade Média, o conceito de empreendedorismo muda, segundo Hisrich (2004), quando se era considerado um empreendedor todo aquele que gerenciava grandes projetos de produção, não passando, então, por maiores situações de risco, ao passo em que ficava sob sua responsabilidade somente o gerenciamento desses projetos com os recursos disponíveis, provenientes do próprio governo de seu país. Para Peters (2004), foi então que no século XVII que se passou a creditar ao empreendedor o fator de risco, principalmente porque, nessa época, o empreendedor tinha vínculo profissional com o governo através de contratos formalizados. Com os preços muitas vezes pré-fixados, qualquer variação no custo geraria lucro ou prejuízo, sendo ambos bancados pelo empreendedor. Dornelas ( 2008 ), foi um dos primeiros a descrever o empreendedor como aquele que corria o risco e o investidor (capitalista), aquele que fornecia o capital. Cantillon ( 2002 ) cita ainda que somente no século seguinte, foi que o investidor e o empreendedor foram diferenciados entre si, em razão do processo de industrialização que ocorria no mundo resultado da Revolução Industrial, tendo como um dos principais exemplos

oportunidade de mercado, criando a partir daí um novo negócio”. Bhide (1994, apud Oliveira, 1995, p. 19).

2. 2 O Processo empreendedor e suas etapas Empreender é uma característica decorrente de vários fatores, sejam pessoais, sociológicos, organizacionais ou o próprio ambiente à volta do indivíduo, aptidões profissionais ou a soma de todos esses fatores. Dolabela (2000) reitera que a decisão de se tornar empreendedor acontece muitas vezes por acaso e a maioria dos empreendedores respondem ao questionamento de como surgiu a ideia de se tornar empreendedor dessa maneira. O momento zero do processo empreendedor ocorre quando um evento gerador desses fatores possibilita o início de um novo negócio e esse novo negócio é entendido, muitas vezes, como uma inovação tecnológica, o que é um engano que pode ser explicado pelo fato de que as inovações tecnológicas têm sido o diferencial do desenvolvimento econômico mundial nos últimos séculos. Para Smilor e Gill (1986), esse desenvolvimento econômico é totalmente dependente de quatro fatores, os quais devem ser analisados para entender o processo empreendedor com base em inovação tecnológica, são eles, o talento, a tecnologia, o capital e o conhecimento( know-how ). Dertouzos (1999, apud Dornelas, 200 5 ) ainda complementa que o processo empreendedor é sustentado por 4 (quatro) pilares, quais sejam: investimento de capital de risco, infra-estrutura de alta tecnologia, idéias criativas e cultura empreendedora focada na paixão pelo negócio. Uma vez feitas as devidas considerações a respeito do processo de inovação tecnológica e sua importância para o desenvolvimento econômico, Dornelas(2008) distingue as fases do processo empreendedor: 1. Identificar e avaliar a oportunidade; 2. Desenvolver o plano de negócios; 3. Determinar e captar os recursos necessários; 4. Gerenciar a empresa criada. Não necessariamente nessa estrita ordem, por exemplo, se o empreendedor já identificou a oportunidade de negócio, ele pode, em seguida, já pensar em que tipo de negócio pode criar e atuar sobre os problemas e dificuldades que deverão ser encontrados. Dessa forma muitas vezes o empreendedor se vê dando “passos para trás” nesse processo, o que para

Dornelas (2008) não deve ser encarado como um retrocesso, o processo empreendedor é feito também de recomeços de fases, sendo importante o entendimento de cada uma para o avanço para as demais. Ainda segundo Hisrich (1998 apud DORNELAS, 2005), identificar e avaliar uma oportunidade pode ser considerado a parte mais difícil pois para a maioria das pessoas, a dificuldade está exatamente em tratar como uma oportunidade, situações que muitas vezes são passadas desapercebidas. Seguindo uma ordem do processo empreendedor citado, a segunda fase seria a de desenvolvimento do plano de negócios, o que é considerado para os empreendedores menos experientes, o momento mais trabalhoso do processo. Isso ocorre costumeiramente pois envolve vários conceitos que devem ser entendidos e expressos de forma escrita, em poucas páginas, de forma que dê origem a um documento que possa de forma sintetizada descrever toda a essência da empresa, sua estratégia de negócio, mercado e competidores, como vai gerar receitas, crescer etc. Um outro ponto que deve ser tratado de forma especial é quando se avalia a captação de recursos para investimento no negócio, onde para Dolabela (2000), atualmente graças a globalização das economias e os mercados mundiais, os empreendedores estão com mais opções de fonte de capitalização diferentemente de anos passados onde ficava restrito aos Bancos e economias pessoais e de familiares e amigos. Outra fase seria a de gerenciamento da empresa, o que parece ser a parte mais fácil visto que as outras fases já teriam sido realizadas, mas não é bem assim. O que pode ocorrer até com certa é frequência é de que após seguida toda a parte de planejamento, idealização do negócio, levantamento do capital, ao colocar o negócio em prática, podem surgir diversos problemas. A saída mais adequada para essas situações segundo Timmons (1994 apud Dornelas, 2005), é o recrutamento de bons profissionais para fazer parte da equipe de funcionários do negócio, ajudando no gerenciamento da empresa e identificando as prioridades. Figura 1 – O processo empreendedor da visão de Timmons.

ficava restrito a planejar, organizar, dirigir e controlar. Esta abordagem não mais é defendida nos dias de hoje, tendo se perdida ao longo dos anos. É somente com Schumpeter (19 8 9), que ouve-se falar formalmente sobre comparação conceitual entre um administrador e um empreendedor. Para ele, o trabalho do administrador compartilha com o do empreendedor, três características principais: demandas, restrições e alternativas. Nesse modelo de Schumpeter, não há preocupação de estudar o conteúdo do trabalho do administrador. São as demandas que ditam o que tem de ser feito, as restrições tanto internas como externas limitam o que o administrador pode fazer e as alternativas identificam as opções que o responsável tem na determinação do que e de como fazer. De forma geral, vários estudiosos como Chiavenato (2008) e Dolabela (2000), pulicaram trabalhos que tratam dos diversos modelos de perfil do administrador, alguns até hoje utilizados nas universidades, outros já bastante alterados ao longo dos anos e ainda aqueles os quais não são mais praticados. O que pode-se concluir quando se busca tomar os conceitos do papel do administrador como base para a construção do empreendedor segundo Dornelas (2008), é que o empreendedor possui características extras, além dos atributos do administrador, e alguns atributos pessoais que, somados a características sociológicas e ambientais, permitem se diferenciar do administrador. Quando se analisa os estudos sobre o papel e as funções do administrador, efetuados por Mintzberg (1986) e Steward (1982), e ainda sobre a abordagem processual do trabalho do administrador, pode-se dizer que existem muitos pontos em comum entre o administrador e o empreendedor. Para Dornelas (2008), o empreendedor é um administrador, mas com diferenças consideráveis em relação aos gerentes ou executivos de organizações, pois os empreendedores são mais visionários que os gerentes. Segundo ele, essa ideia faz sentido quando observa-se o comportamento do empreendedor no crescimento de uma organização, muitas vezes eles têm dificuldade de tomar decisões do dia-a-dia dos negócios pois se preocupam mais com os aspectos estratégicos, com os normalmente se sentem mais à vontade. As principais diferenças entre os domínios empreendedor e administrador podem ser comparadas em cinco dimensões distintas de negócio: orientação estratégica, análise das oportunidades, comprometimento dos recursos, controle dos recursos e estrutura gerencial.

Quadro 1 – Comparação entre gerentes tradicionais e empreendedores Fonte: Dornelas (2008, p.21) No Quadro 1 pode ser observado uma comparação entre os empreendedores e os gerentes tradicionais, em relação a alguns temas relevantes. Para Dornelas ( 2008 ), é importante observar ainda que o gerente é voltado para a organização de recursos, enquanto o empreendedor é voltado para a definição de contextos. Um fato que deve ser levado em consideração quando se fala das principais características dos empreendedores para Drucker (2002), é que eles conhecem como poucos o negócio em que atuam, o que foi obtido com tempo e experiências pela prática vivida. Esse fator pode ser um dos quais passa a ser compreensivo que o motivo da falência de empresas está diretamente ligado ao perfil de seus donos, jovens entusiasmados, mas sem o devido preparo. Segundo Dornelas (2008), há ainda outro fator que diferencia com clareza o empreendedor do administrador comum, que é o constante planejamento a partir de uma visão de futuro, o que é pode ser paradoxal pois o planejamento está como uma das funções básicas do administrador desde os tempos de Fayol. Seria então o empreendedor, um administrador completo, sendo aquele que incorpora as várias abordagens existentes sem se restringir a apenas uma delas e interage com seu ambiente para tomar as melhores decisões. Ainda conforme Dornelas (2008), no processo empreendedor algumas etapas são importantes que sejam seguidas e a primeira seria a identificação de oportunidades. Ocorrem situações em que o empreendedor se depara com ideias as quais julga brilhantes e únicas, sendo motivados a acreditar que elas podem ser inovadoras, que naquele ambiente não haverá concorrência, mas isso é um erro imperdoável quando trata-se de um