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Um estudo sobre os efeitos do óleo de rícino e da quercetina sobre o trânsito gastrointestinal em ratos e camundongos. Experimentos em que animais foram tratados com diferentes doses de óleo de rícino, quercetina, e outras substâncias, e os resultados foram comparados com um grupo de controle. O documento também discute os possíveis mecanismos por trás dos efeitos observados, incluindo a liberação de prostaglandinas, ação anticolinérgica, e interação com receptores opioides e α2-adrenérgicos.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
1 / 146
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AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DA ATIVIDADE
ANTIDIARRÉICA DO LÁTEX DO CROTON URUCURANA
BAILL.
Luilma Albuquerque Gurgel
AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DA ATIVIDADE
ANTIDIARRÉICA DO LÁTEX DO CROTON URUCURANA
BAILL.
Esta dissertação foi submetida como parte dos requisitos necessários a
obtenção do Grau de Mestre em Farmacologia, outorgado pela Universidade Federal
do Ceará, e encontra-se a disposição dos interessados na Biblioteca do Centro de
Ciências da Saúde da referida Universidade.
A citação de qualquer trecho desta Dissertação é permitida, desde que seja
feita em conformidade com as normas da ética.
Dissertação aprovada em: ____/____/____
Banca examinadora:
Prof. Dr. Vietla Satyanarayana Rao (Orientador)
Prof. Dr. Aldo Ângelo Moreira Lima
Prof. Dr. Armenio Aguiar dos Santos
A Deus e meus pais.
“Não é suficiente que saibamos,
precisamos também aplicar.
Não é suficiente que tenhamos boas
intenções, devemos também agir”.
Goethe
Lista de Tabelas................................................................................................. x
Lista de Figuras.................................................................................................. xii
Lista de Abreviaturas.......................................................................................... xiv
1 Resultado da análise fitoquímica do látex do Croton urucurana (LCU)............................................................................................... 49
2 Percentual de mortes, no período de 24 horas, após o tratamento oral com o látex do Croton urucurana (LCU)................................... 50
3 Efeito do látex do Croton urucurana (LCU) no modelo de diarréia induzida por óleo de rícino em ratos................................................ 52
4 Efeito da Naloxona e L-Arginina sobre a ação do látex do Croton urucurana (LCU) no modelo de diarréia induzida por óleo de rícino em ratos................................................................................. 53
5 Efeito do látex do Croton urucurana (LCU) sobre a quantidade de fezes eliminadas no modelo de diarréia induzida por óleo de rícino em camundongos.................................................................. 58
6 Efeito do látex do Croton urucurana (LCU) sobre a perda de peso corpóreo apresentada pelos animais no modelo de diarréia induzida por óleo de rícino em camundongos................................. 60
7 Efeito da administração oral do látex do Croton urucurana (LCU) sobre o trânsito gastrintestinal de camundongos............................ 64
8 Efeito da naloxona sobre a atividade do látex do Croton urucurana (LCU) no trânsito gastrintestinal de camundongos........ 66
1 “Sangre de Grado”........................................................................... 27
2 Croton urucurana Baill..................................................................... 30
3 Folha do Croton urucurana Baill...................................................... 31
4 Flores e frutos do Croton urucurana Baill........................................ 32
5 Efeito do látex do Croton urucurana (LCU) sobre a fluidez das fezes no modelo de diarréia induzida por óleo de rícino em camundongos.................................................................................. 57
6 Efeito do látex do Croton urucurana (LCU) sobre a quantidade de fezes (g) eliminada por quilo de peso corpóreo dos animais no modelo de diarréia induzida por óleo de rícino em camundongos.. 59
7 Efeito do látex do Croton urucurana (LCU) sobre a perda de peso corpóreo apresentada pelos animais no modelo de diarréia induzida por óleo de rícino em camundongos................................. 61
8 Efeito da administração oral do látex do Croton urucurana (LCU) sobre o trânsito gastrintestinal de camundongos............................ 65
9 Efeito da naloxona sobre a atividade do látex do Croton urucurana (LCU) no trânsito gastrintestinal de camundongos........ 67
10 Efeito da L-arginina sobre a atividade do látex do Croton urucurana (LCU) no trânsito gastrintestinal de camundongos........ 69
11 Efeito da ioimbina sobre a atividade do látex do Croton urucurana
(LCU) no trânsito gastrintestinal de camundongos.......................... 71
12 Efeito do látex do Croton urucurana (LCU) sobre o trânsito
gastrintestinal estimulado por fisostigmina em camundongos........ 74
13 Efeito do látex do Croton urucurana (LCU) e da clorpromazina
sobre a secreção intestinal induzida pela toxina da cólera em camundongos.................................................................................. 77
14 Efeito do látex do Croton urucurana (LCU) sobre as contrações
induzidas por agonistas em jejuno isolado de rato in vitro... ........... 80
NOS Óxido Nítrico Sintase
PAF Fator Ativador de Plaquetas
pH Potencial de hidrogênio
PM Peso molecular
p.o. Per os (via oral)
s.c. Subcutâneo
SCU Sap extracted from C. urucurana (látex do C. urucurana )
seg. Segundos
SNC Sistema Nervoso Central
TNF Fator de Necrose Tumoral
VIP Peptídeo Intestinal Vasoativo
v.o. Via Oral
μg Micrograma (s)
% Percentagem
CROTON URUCURANA BAILL. Luilma Albuquerque Gurgel. Orientador: Prof. Dr. Vietla Satyanarayana Rao. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Farmacologia. Departamento de Fisiologia e Farmacologia. Faculdade de Medicina. Universidade Federal do Ceará, 2000.
O látex vermelho (Dragon’s Blood ou Sangre de Grado) extraído de algumas espécies de Croton é utilizado na medicina popular no tratamento de câncer, reumatismo, feridas, úlceras, diarréia e também no combate a infecções. O presente trabalho tem por objetivo geral avaliar uma possível atividade antidiarréica do látex do C roton urucurana Baill. (LCU), bem como esclarecer os possíveis mecanismos de ação envolvidos nesta atividade, de modo a explicar e justificar o uso popular desta planta no tratamento da diarréia. Foram utilizados os modelos de diarréia induzida por óleo de rícino em ratos e camundongos, trânsito gastrintestinal e secreção intestinal induzida pela toxina da cólera em camundongos, e contrações induzidas por agonistas (acetilcolina, cloreto de bário e 5-HT) em jejuno isolado de rato. A administração oral do LCU (400, 600 e 800 mg/kg) produziu significativa atividade antidiarréica. Contudo, no modelo de diarréia induzida por óleo de rícino em ratos, L- arginina (600 mg/kg, i.p.) e naloxona (2 mg/kg, s.c.) não foram capazes de reverter a atividade antidiarréica do LCU (800 mg/kg, v.o.). No modelo de trânsito gastrintestinal, o LCU produziu um inibição significativa do mesmo ( p <0,01) em todas as doses utilizadas. Porém, naloxona (2 mg/kg, s.c.), L-arginina (600 mg/kg, i.p.) e ioimbina (1 mg/kg, i.p.) falharam em reverter, de forma significativa, o efeito inibitório do LCU sobre o trânsito gastrintestinal. No modelo de trânsito gastrintestinal estimulado por fisostigmina (0,25 mg/kg, i.p.), o LCU (600 mg/kg, v.o.) não foi capaz de inibir o mesmo de forma significativa, indicando a ausência de uma ação anticolinérgica. O LCU (600 mg/kg) inibiu a secreção intestinal induzida pela toxina da cólera e esta inibição foi maior que aquela mostrada pela clorpromazina ( mg/kg, v.o.), uma droga conhecida por seu efeito anti-secretório. No modelo de jejuno isolado de rato, o LCU inibiu de forma marcante as contrações induzidas por 5-HT, enquanto falhou em alterar as contrações induzidas pelos outros dois agonistas, cloreto de bário e acetilcolina. O LCU demonstrou baixa toxicidade, a DL 50 (dose letal para 50% dos animais) encontrada foi de 5,20 ± 0,13 g/Kg, por via oral. Em conclusão, os resultados obtidos em nosso estudo sugerem que o látex do Croton urucurana Baill. apresenta atividade antidiarréica, confirmando seu uso popular, podendo ser explorado como uma alternativa para o tratamento da diarréia, sozinho ou em combinação com a solução de reidratação oral. Muito embora seu mecanismo de ação ainda não seja claro, seu efeito é independente da participação de mecanismo opióide, colinérgico, α 2 -adrenérgico ou nitriérgico.
Snyder & Merson (1982) realizaram a primeira estimativa global da grandeza
do problema das doenças diarréicas.
As doenças diarréicas estão entre as causas de mortalidade de maior
prevalência em países em desenvolvimento (Bern et al., 1992). No tratamento da
diarréia secretória, a terapia de reidratação oral exerce importante papel e é eficiente
em mais de 90 % dos casos com leve a moderada desidratação. Estudos da
Organização Mundial de Saúde têm demonstrado que a terapia de reidratação oral é
efetiva no tratamento das diarréias (Martinez et al., 1988).
O excesso de perda de água e eletrólitos nas fezes pode levar à
desidratação, hiponatremia e hipocalemia. A cada ano a diarréia é responsável pela
morte de pelo menos 3,5 milhões de crianças com menos de 5 anos de idade em
todo o mundo (Mathan, 1998). A morte ocorre no estágio agudo, em conseqüência
da desidratação, complicada também pela tão prevalente desnutrição.
A diarréia causada por enterotoxinas ( Vibrio cholerae e Escherichia coli ) ainda
é uma das maiores causas de morbidade e mortalidade em muitos países tropicais
(Bern et al., 1992). Estas toxinas parecem funcionar estimulando a secreção
transepitelial de cloro pelas células da cripta, aumentando desse modo a secreção
de fluido por seu efeito osmótico (Clarke et al., 1992).
A estratégia da reidratação utilizando a habilidade do intestino delgado de
absorver água e sal durante a absorção da glicose, até mesmo em pacientes com
cólera, pode reduzir significativamente a mortalidade, mas não a morbidade, dos
casos de diarréia aguda (Mathan, 1998). Nestes casos, os medicamentos que
reduzem a secreção e/ou estimulam a absorção podem ser valiosos.
No Nordeste do Brasil, mesmo com o uso da solução de reidratação oral, a
diarréia persistente associada à desnutrição aguda continua sendo a principal causa
de morbidade e mortalidade infantil (Guerrant et al., 1983 e 1992). A desnutrição
predispõe a criança a uma maior incidência e duração da diarréia, assim como a
uma maior incidência de diarréia persistente (Lima et al., 1992). A diarréia
persistente é um problema, dentro do quadro das doenças diarréicas, que vem se
agravando (Lima et al., 2000).
Muitos fatores podem ser responsáveis pelo aparecimento da diarréia,
incluindo agentes infecciosos, toxinas, ansiedade, medicamentos etc.
A diarréia é um evento adverso relativamente freqüente, contabilizando cerca
de 7 % das reações adversas de todas as drogas. Mais de 700 drogas têm sido
apontadas como causadoras de diarréia, aquelas mais freqüentemente envolvidas
são antimicrobianos, laxatixos, antiácidos contendo magnésio, produtos contendo
lactose ou sorbitol, antiinflamatórios não-esteroidais, prostaglandinas, colchicina,
antineoplásicos, drogas antiarrítmicas e agentes colinérgicos (Chassany et al.,
2000). Além disso, a diarréia é um sinal presente em muitas patologias, como a
AIDS por exemplo, onde a prevalência da diarréia é de aproximadamente 50 %
(Bouchaud, 1996).