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Classificação e Características de Praguicidas: Inseticidas e Moluscicidas, Manuais, Projetos, Pesquisas de Toxicologia

Uma detalhada descrição sobre inseticidas e moluscicidas, incluindo suas subcategorias, meios de ação, classificação toxicológica e persistência. O texto também aborda a história do uso de praguicidas, desde os inseticidas inorgânicos até os orgânicos sintéticos e naturais.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Reginaldo85
Reginaldo85 🇧🇷

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Há muitas formas de classificar os praguicidas, entre elas: finalidade, modo de
ação, persistência, deslocamento, duração do efeito do tratamento, toxicidade, origem,
grupo químico.
2.1 QUANTO À FINALIDADE
Destacam-se:
ACARICIDA: de combate aos ácaros (incluem os carrapaticidas);
ESCORPIONICIDAS: de combate aos escorpiões;
INSETICIDA: de combate aos insetos;
MOLUSCICIDA: de combate aos moluscos;
NEMATICIDA: de combate aos nematóides;
RODENTICIDA: de combate aos roedores;
VAMPIRICIDA: de combate aos morcegos.
O presente trabalho estará centrado no detalhamento dos inseticidas e
moluscicidas de uso na área da Saúde.
Os inseticidas também são subdivididos quanto à idade do agente em:
ADULTICIDA: de combate aos insetos adultos;
LARVICIDA: de combate às larvas dos insetos;
OVICIDA: atuam nos ovos dos insetos.
2.2 QUANTO AO MODO DE AÇÃO
CONTATO: resultante da absorção pelo tegumento do organismo alvo em
borrifações residuais ou espaciais;
INGESTÃO: o praguicida age e penetra no organismo alvo através da via oral;
2CLASSIFICAÇÃO
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__________________________________________________________

Há muitas formas de classificar os praguicidas, entre elas: finalidade, modo de

ação, persistência, deslocamento, duração do efeito do tratamento, toxicidade, origem,

grupo químico.

2.1 QUANTO À FINALIDADE

Destacam-se:

− ACARICIDA: de combate aos ácaros (incluem os carrapaticidas);

− ESCORPIONICIDAS: de combate aos escorpiões;

− INSETICIDA: de combate aos insetos;

− MOLUSCICIDA: de combate aos moluscos;

− NEMATICIDA: de combate aos nematóides;

− RODENTICIDA: de combate aos roedores;

− VAMPIRICIDA: de combate aos morcegos.

O presente trabalho estará centrado no detalhamento dos inseticidas e

moluscicidas de uso na área da Saúde.

Os inseticidas também são subdivididos quanto à idade do agente em:

− ADULTICIDA: de combate aos insetos adultos;

− LARVICIDA: de combate às larvas dos insetos;

− OVICIDA: atuam nos ovos dos insetos.

2.2 QUANTO AO MODO DE AÇÃO

− CONTATO:^ resultante^ da^ absorção^ pelo^ tegumento^ do^ organismo^ alvo^ em

borrifações residuais ou espaciais;

− INGESTÃO: o praguicida age e penetra no organismo alvo através da via oral;

CLASSIFICAÇÃO

− FUMIGANTE: alcança o organismo alvo na forma de vapor, através de suas vias

respiratórias.

Convém salientar que alguns praguicidas possuem múltiplos mecanismos de

ação.

2.3 QUANTO À PERSISTÊNCIA

Os praguicidas, quanto à persistência, são classificados segundo a meia vida,

que é o tempo necessário, após aplicado, para que tenha sua eficácia reduzida à

metade. Consideram-se persistências:

− CURTA: até 90 dias;

− MÉDIA: de 91 a 180 dias;

− LONGA: maior que 180 dias.

2.4 QUANTO AO DESLOCAMENTO

O deslocamento do praguicida no ambiente durante sua meia vida pode ser:

− PEQUENO: até 20 cm;

− MÉDIO: de 21 a 60 cm;

− GRANDE: maior que 60 cm.

2.5 QUANTO À DURAÇÃO DO EFEITO DE TRATAMENTO

− EFEITO RESIDUAL: o ingrediente ativo aplicado num determinado local, permanece

em dosagens letais para um organismo alvo por um tempo prolongado (algumas

semanas ou meses);

− EFEITO INSTANTÂNEO (“ knockdown” ): logo que aplicado, o efeito é imediato

sobre o organismo que se quer combater.

2.6 QUANTO À TOXICIDADE

Com o objetivo de distinguir seu grau de toxicidade, os praguicidas são

classificados em quatro classes toxicológicas.

LABORATÓRIO (mg/kg) PARA O HOMEM < 1 algumas gotas 1-50 uma colher de chá 50-500 30 g ou 30 mL 0,5 - 5 g 500 g ou 500 mL 5 g - 15 g 1 kg ou 1 L

15 g > 1 kg ou > 1 L

2.7 QUANTO À NATUREZA QUÍMICA

Quimicamente, os praguicidas são classificados como compostos inorgânicos ou

orgânicos.

− INORGÂNICOS:

Embora conhecidos pelos povos gregos, romanos e chineses muitos séculos

antes da nossa era (arsênico e enxofre), o uso moderno dos inseticidas data de 1867,

quando um produto chamado verde-Paris foi preparado comercialmente e usado contra

um grande número de pragas. Após essa data, outros produtos inorgânicos

apareceram, como aqueles à base de bário, boro, flúor, antimônio, tálio, chumbo,

cádmio, mercúrio, além da calda sulfocálcica e os óleos minerais. Como desvantagens,

destacam-se sua acumulação nos tecidos orgânicos, estabilidade e longa persistência

no ambiente por serem à base de metais. Possuem alta toxicidade e não têm antídotos.

Sua importância reduziu-se bastante com o aparecimento dos praguicidas orgânicos;

hoje não totalizam 10% dos produtos em uso.

− ORGÂNICOS:

Os praguicidas orgânicos (denominados assim devido à presença do átomo de

carbono na fórmula) constituem o grupo de maior importância. São divididos em

SINTÉTICOS (compostos produzidos pelo homem) e NATURAIS.

A utilização pelo homem de compostos orgânicos naturais é remota. Os de

origem vegetal constituem a maioria deste grupo, sendo os mais conhecidos os

piretros, utilizados muito na antiguidade, obtidos a partir de macerado de flores de

Chrysantemum, com ação nervosa paralisante reversível. Além dos compostos de

origem vegetal, podem-se se citar os de origem animal e os derivados do petróleo.

A descoberta dos compostos orgânicos sintéticos possibilitou a geração de

imensa gama de produtos orgânicos, classificados como organoclorados,

clorofosforados, organofosforados, carbamatos, piretróides, dinitro compostos,

cloronitrofenol, etc.

As características dos principais grupos químicos utilizados na área da Saúde,

nas atividades de controle de vetores, estão indicadas nos Quadros 3, 4, 5 e 6.

Quadro 3: Características dos organoclorados.

ORGANOCLORADOS

Constituem o grupo pioneiro dos praguicidas sintéticos. De largo uso agrícola e domiciliar, os organoclorados desempenharam papel marcante no combate a organismos nocivos ao homem, com repercussões sociais e econômicas importantes. Foram desenvolvidos durante a 2ª Guerra Mundial, para proteção contra malária, tifo exantemático e outras enfermidades transmitidas por insetos, bem como para o controle de enorme quantidade de espécies prejudiciais à lavoura, sendo considerados na época uma panacéia. Com o advento de legislações restritivas em muitos países, por sua persistência ambiental, tendência a acúmulo no organismo e o aumento da resistência dos insetos, diminuiu-se a sua utilização. No Brasil, o uso dos organoclorados é proibido para o uso agrícola, sendo somente autorizado para órgãos públicos responsáveis pelas Campanhas de Saúde (Portaria n.º 329 de 2/9/ do Ministério da Agricultura), embora atualmente esteja também em desuso por estes últimos. ESTRUTURA MOLECULAR : Corresponde a dos hidrocarbonetos clorados, ainda que, além do cloro, alguns deles possuam oxigênio. São derivados do clorobenzeno, do ciclohexano ou do ciclodieno. PERSISTÊNCIA/DEGRADAÇÃO : Atualmente são muito criticados, dada a sua longa persistência no ambiente (até 30 anos no solo) e a acumulação nas cadeias alimentares. Devido à notável resistência ao ataque de microrganismos e à alta estabilidade de grande parte dos organoclorados à ação da luz solar e temperatura ambiente, não são degradados facilmente, o que leva à contaminação do meio, quebrando o equilíbrio biológico. MODO DE AÇÃO: Atuam por ingestão e contato, bloqueando a transmissão dos impulsos nervosos.

Quadro 4: Características dos organofosforados.

ORGANOFOSFORADOS

Desenvolvidos na década de 40, foram os primeiros a substituírem os representantes do grupo dos organoclorados, aos quais os insetos já apresentavam resistência. Possuem uma ampla gama de produtos agrícolas e sanitários, desde os extremamente tóxicos até aqueles com baixa toxicidade, como o temephos, que tem seu uso permitido em água potável. Na área da Saúde têm sido bastante usados, dada a sua eficiência. No entanto, este grupo é responsável por grande número de intoxicações e mortes no país. ESTRUTURA MOLECULAR : São ésteres, amidas ou derivados tiol dos ácidos de fósforo (ácido fosfórico, ácido tiofosfórico, ácido ditiofosfórico e outros), contendo várias combinações de carbono, hidrogênio, oxigênio, fósforo, enxofre e nitrogênio. Os organofosforados possuem vários grupos segundo sua estrutura, estando entre os mais numerosos os fosfatos (diclorvos), fosforotioatos (fenitrothion, temephos) e fosforoditioatos (malathion, dimetoato). PERSISTÊNCIA/DEGRADAÇÃO: São biodegradáveis, sendo, portanto sua persistência curta no solo, 1 a 3 meses. O principal meio de degradação no ambiente parece ser a hidrólise sob condições de alcalinidade. Muitos inseticidas organofosforados são instáveis em pH menor que 2, sendo a maioria mais estável na faixa de pH do ambiente (pH 3-6). É importante que estes compostos sejam estáveis em pH neutro, por causa de suas formulações em óleos concentrados, solventes miscíveis em água, grânulos inertes, para aplicação direta ou após dispersão em água. Em algumas circunstâncias do processo de oxidação de fosforotioatos, por serem mais voláteis e tóxicos, podem transformar-se em fosfatos, resultando em composto potencialmente perigoso. Isto pode ocorrer quando os praguicidas são armazenados sob altas temperaturas. Também, uma isomerização associada com perigo tóxico tem sido observada durante a estocagem de algumas formulações de malathion, particularmente sob condições climáticas quentes e úmidas, tornando-o notavelmente potencializado. MODO DE AÇÃO: O modo de ação é por contato e ingestão. Agem como inibidores das enzimas colinesterases, causando o aumento dos impulsos nervosos, assim podendo ocasionar a morte.

Quadro 5: Características dos carbamatos.