Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Manual de Parasitologia Clínica: Diagnóstico de Parasitos Patogênicos em Humanos, Resumos de Parasitologia

O desenvolvimento de um manual de laboratório de parasitologia clínica, que aborda os conhecimentos sobre parasitos relevantes para o diagnóstico de parasitoses em humanos. O texto cita diversos parasitos patogênicos, como protozoários, helmintos e cestodos, e descreve suas formas infectantes, sintomas, tratamentos e métodos de diagnóstico. Além disso, a metodologia utilizada na elaboração do manual é detalhada.

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Neymar
Neymar 🇧🇷

4.7

(130)

378 documentos

1 / 10

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
1. RESUMO
A Parasitologia é uma importante ciência da saúde humana, apontando questões de
interesse médico e biomédico, principalmente na população de nível
socioeconômico menos prevalecido. Entre os parasitas de interesse médico,
duas classes principais que são os protozoários e os helmintos. Os protozoários
podem ser ovais, esféricos ou alongados. São revestidos de cílios, alguns possuem
flagelos, são seres eucariontes e possuem fases bem definidas como, trofozoítos,
cistos, gametas. Os helmintos geralmente são organismos grandes, com uma
organização complexa, possuem corpo alongado, cilíndrico e que se afilam nas duas
extremidades. São compostos por várias células e órgãos internos podendo medir
desde centímetros até alguns metros de comprimento ao contrário dos protozoários.
O Manual de Laboratório de Parasitologia Clínica que desenvolvemos, aborda todos
os parasitas que causam doenças em tecidos e sangue, protozoários intestinais,
coccídeos intestinais, nematelmintos intestinais de aquisição passiva e ativa,
trematódeos, cestódeos intestinais; citando sintomas, tratamento, transmissão e
principalmente as formas de diagnóstico. Para a elaboração deste trabalho,
registramos as formas parasitárias visualizadas em microscópio optico durante as
aulas de Parasitologia Clínica e utilizamos livros didáticos e artigos científicos para
complementação dos dados dos parasitas.
2. INTRODUÇÃO
Um parasito por definição é um organismo que prejudica seu hospedeiro com
alguma intensidade. O prejuízo a esse hospedeiro pode ser causado de diversas
maneiras. A lesão mais comum é aquela causada pela interferência com os
processos vitais do hospedeiro através da ação de secreções, excreções ou outros
produtos do parasito. Parasitos que produzem tais efeitos podem estar nos tecidos
ou nos órgãos do hospedeiro, na corrente sanguínea, no trato gastrointestinal ou
podem mesmo ser ectoparasitos (MARKELL; JOHN; KROTOSKI, 2003).
Os protozoários incluem todos os organismos protistas, eucariotos, constituídos
por uma única célula, apresentando diversas formas, processo de alimentação,
locomoção e reprodução. Diferentes espécies de parasitos são diagnosticados no
sangue periférico e em tecidos humanos. Entre esses parasitos estão incluídos
protozoários, no qual se encontram nesses grupos tripanossomos (Trypanossoma
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Manual de Parasitologia Clínica: Diagnóstico de Parasitos Patogênicos em Humanos e outras Resumos em PDF para Parasitologia, somente na Docsity!

1. RESUMO

A Parasitologia é uma importante ciência da saúde humana, apontando questões de interesse médico e biomédico, principalmente na população de nível socioeconômico menos prevalecido. Entre os parasitas de interesse médico, há duas classes principais que são os protozoários e os helmintos. Os protozoários podem ser ovais, esféricos ou alongados. São revestidos de cílios, alguns possuem flagelos, são seres eucariontes e possuem fases bem definidas como, trofozoítos, cistos, gametas. Os helmintos geralmente são organismos grandes, com uma organização complexa, possuem corpo alongado, cilíndrico e que se afilam nas duas extremidades. São compostos por várias células e órgãos internos podendo medir desde centímetros até alguns metros de comprimento ao contrário dos protozoários. O Manual de Laboratório de Parasitologia Clínica que desenvolvemos, aborda todos os parasitas que causam doenças em tecidos e sangue, protozoários intestinais, coccídeos intestinais, nematelmintos intestinais de aquisição passiva e ativa, trematódeos, cestódeos intestinais; citando sintomas, tratamento, transmissão e principalmente as formas de diagnóstico. Para a elaboração deste trabalho, registramos as formas parasitárias visualizadas em microscópio optico durante as aulas de Parasitologia Clínica e utilizamos livros didáticos e artigos científicos para complementação dos dados dos parasitas.

2. INTRODUÇÃO

Um parasito por definição é um organismo que prejudica seu hospedeiro com alguma intensidade. O prejuízo a esse hospedeiro pode ser causado de diversas maneiras. A lesão mais comum é aquela causada pela interferência com os processos vitais do hospedeiro através da ação de secreções, excreções ou outros produtos do parasito. Parasitos que produzem tais efeitos podem estar nos tecidos ou nos órgãos do hospedeiro, na corrente sanguínea, no trato gastrointestinal ou podem mesmo ser ectoparasitos (MARKELL; JOHN; KROTOSKI, 2003). Os protozoários incluem todos os organismos protistas, eucariotos, constituídos por uma única célula, apresentando diversas formas, processo de alimentação, locomoção e reprodução. Diferentes espécies de parasitos são diagnosticados no sangue periférico e em tecidos humanos. Entre esses parasitos estão incluídos protozoários, no qual se encontram nesses grupos tripanossomos ( Trypanossoma

cruzi ), plasmódios ( Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium malariae ), babésia ( Babesia bigemina ), leishmania ( Leishmania visceral e Leishmania cutânea ) e toxoplasmose ( Toxoplasmose gondii .) (TASCA, 2011). Os protozoários intestinais possuem ciclos evolutivos simples. Seus estágios usuais são trofozoítos, cistos, oocistos e esporos. Várias espécies de amebas intestinais vivem no ceco e no cólon do homem, como Entamoeba histolytica , Entamoeba díspar , Entamoeba coli , Entamoeba hartmanni , Endolimax nana e Iodamoeba bustchlii. A Entamoeba histolytica é o agente etiológico da amebíase sendo a única ameba patogênica para a espécie humana (DE CARLI, 2011). Cryptosporidium sp, Cyclospora cayetanensis e Isospora belli são organismos intracelulares obrigatórios (TASCA; MOURA, 2011). A Isospora belli são coccídeos que apresentam occistos com dois eporocistos e quatro esporozoitos, são geralmente homoxenos. (NEVES, 2011). A Cyclospora cayetanensis pode ser encontrado em indivíduos imunocompetentes e imunodeprimidos, causando diarréia prolongada (MEZZARI; ANTUNES; WIEBBELING, 1999). Os helmintos geralmente são organismos grandes possuindo uma organização complexa, são compostos por várias células e órgãos internos. Produzem ovos e larvas que só se desenvolvem ao serem lançados no ambiente junto com as fezes e ao serem ingeridos esses ovos e larvas contaminam o homem causando desnutrição, avitaminoses, distúrbios gástricos e/ou intestinais, estados convulsivos, prejuízos ao desenvolvimento físico e mental das crianças e adultos. Seu estudo é extremamente importante, pois muitos são os indivíduos parasitados por helmintos, tornando assim um problema de saúde pública (PINHEIRO; ALVES, 2014). Existem três grupos de helmintos importantes que contaminam o homem: os trematódeos (Trematoda ou Digenea), os cestóides (Cestoda), e os nematódeos (Nematoda). Os dois primeiros pertencem ao mesmo filo, Platyhelminthes ou platelmintos e o terceiro está incluído em um filo separado, Nemathelminthes. Da mesma forma que os protozoários, os helmintos são mais comuns em climas quentes, mas ocorrem com muita frequência nos climas tropicais (MARTINS, 2012). Os Platyhelminthes são constituídos pelas classes Trematoda e Cestoda. Na classe Trematododa podemos encontrar a espécie Schistossoma mansoni e a Fasciola hepática. A Fasciola hepatica é encontrada normalmente no interior da vesícula e canais biliares mais calibrosos de seus hospedeiros usuais (NEVES, 2011).

5. DESENVOLVIMENTO

5.1 Protozoários diagnosticados no sangue e em tecidos humanos:

5.1.1 Trypanossoma cruzi O Trypanossoma cruzi (Fig. 1. A) tem como forma infectante amastigota no hospedeiro vertebrado e epimastigota no hospedeiro invertebrado (NEVES, 2011). O diagnóstico parasitológico pode ser realizado através da pesquisa de parasitos no sangue na qual podem ser encontrados em exames de gota de sangue fresco entre lâmina e lamínula. É realizado também esfregaços corados por Giemsa, punção- biópsia de linfonodo que pode encontrar T.cruzi em macrófagos ou no exsudato inflamatório. Na hemocultura utilizam-se meios com base de Ágar sangue, ou o meio de Warren para a cultura dos parasitos. O Xenodiagnóstico é utilizado para saber se o tratamento da doença de Chagas está funcionando ou não. Nesse método são criados e alimentados em laboratórios alguns exemplares de triatomíneos e mantidos em jejum por 3 a 4 semanas e colocados para sugar o sangue do paciente suspeito. É muito sensível na fase aguda (REY, 2010).

5.1.2 Leishmaniose tegumentar americana e Leishmaniose visceral A Leishmania (Fig. 1. B) tem como forma infectante no hospedeiro vertebrado é promastigota metacíclica e no hospedeiro invertebrado é amastigota. O diagnóstico clínico é realizado com características que o paciente apresenta associado a anamnese (NEVES, 2011). O diagnóstico laboratorial para Leishmaniose tegumentar é feito através de biópsia ou raspagem das lesões cutâneas ulceradas e/ou punção da borda inflamada. No exame imunológico a reação intradérmica é a mais utilizada. Conhecida também como reação de Montenegro, essa prova é realizada com um antígeno preparado a partir de culturas (REY, 2010).

5.1.3 Malária As manifestações clinicas da malária, são inespecíficas podendo confundir com outras doenças, por isso é fundamental o diagnóstico laboratorial nas áreas endêmicas para confirmar. É realizado a pesquisa do parasito no sangue periférico pelo método da gota espessa ou pelo esfregaço sanguíneo. Para Plasmodium vivax

encontra-se a forma trofozoíta e esquizonte e em Plasmodium falciparum encontra- se a forma trofozoíta e gametócito (Fig. 1. C) (BRAGA; FONTES, 2011).

5.1.4 Toxoplasma gondii Para Toxoplasma gondii (Fig. 1. D) o diagnóstico clínico é difícil de se realizar, pois pode ter evolução para a fase crônica e levar o paciente a óbito, por isso é necessário confirmar com o diagnóstico laboratorial. Na fase aguda é encontrada a forma taquizoíto no sangue, já na fase crônica é encontrada a forma de cisto após biópsia em diversos tecidos. O teste mais realizado é o imunológico que indica o titulo de anticorpos circulantes correspondentes a fase da doença (KAWAZOE, 2011).

Figura 1: Parasitos de tecidos e sangue. A. Trypanossoma cruzi. B. Leishmania. C. Plasmodium falciparum. D. Toxoplasma gondii. Fonte: http://www.cdc.gov/dpdx

5.2 Protozoários intestinais

5.2.1 Entamoeba histolytica/Entamoeba díspar , Entamoeba coli e Endolimax nana As manifestações clínicas atribuídas à E. histolytica podem ser confundidas devido à grande variação de sintomas comuns à várias doenças intestinais. O diagnóstico laboratorial é feito com fezes, exsudatos e soros com o objetivo de encontrar trofozoítos ou cistos. Nas fezes formadas ou normais, o diagnóstico laboratoria1 é feito através do encontro dos cistos (Fig. 2. A), utilizando-se técnicas de concentração, como a de flutuação em solução de alta densidade. Esta técnica é usada no método de Faust e cols. Além dessas técnicas, pode-se usar também o exame direto em que as fezes são diluídas com salina e coradas com lugol ou pelos métodos de sedimentação espontânea em água, como o de Hoffman. Esses métodos podem ser utilizados para encontrar também Entamoeba coli (Fig. 2. B) e Endolimax nana (Fig. 2. C) ( SILVA; GOMES, 2011). 5.2.2 Isospora belli , Cryptosporidium sp , Cyclospora cayetanensis

A B C D

5.3 Os helmintos podem parasitar seu hospedeiro por aquisição passiva,nos quais a transmissão ocorre pela ingestão de ovos contaminados:

5.3.1 Ascaris lumbricoides O Ascaris lumbricoides tem como forma encontrada no diagnostico, ovos (Fig.

  1. A). O diagnóstico e feito através de pesquisa de ovos nas fezes como método de Hoffmann, Pons e Janer ou método de Lutz (SILVA; MASSARA, 2011).

5.3.2 Enterobius vermicularis No diagnostico do Enterobius vermicularis sua forma encontrada são ovos (Fig. 3. B) podendo ser evidenciados após os métodos de Graham, fita gomada ou Swab anal e método de sedimentação espontânea como de Hoffmann (NEVES, 2011).

5.3.3 Trichuris trichiura Os ovos de Trichuris trichiura (Fig. 3. C) são encontrados quando as fezes do hospedeiro são submetidas aos métodos quantitativo e qualitativo como Willis e Faust, Kato-Katz ou por sedimentação espontânea de Hoffman, Pons e Janer (COORÊA, 2011).

Figura 3. Helmintos de aquisição passiva. A. Ascaris lumbricóides. B. Enterobiusvermicularis. C. Trichuristrichiura vistos nas fezes (100X).

5.4 Nematelmintos de aquisições por penetração das larvas em seus hospedeiros:

5.4.1 Strongyloides stercoralis A principal forma encontrada no diagnostico de Strongyloides stercoralis são larvas rabditóides (Fig. 4. A). O diagnóstico é feito após métodos de termohidrotropismo, como de Baermann-Moraes e de Rugai (VELOSO; PORTO; MORAES, 2008).

A B C

5.4.2 Ancylostoma duodenale O diagnóstico é realizado através da pesquisa de ovos nas fezes (Fig. 4. B). Os métodos usados no diagnóstico são os de flutuação como de Willis, métodos qualitativo como de Hoffmann, Pons e Janer, método de MIFC ou de Blagg e método de Faust (LEITE, 2011).

5.4.3 Schistosoma mansoni e Fasciola hepática O Schistosoma mansoni (Fig. 4. C) e a Fasciola hepática (Fig. 4. D) tem como sua forma de diagnóstico a pesquisa de ovos nas fezes. O mesmo método de preparo das fezes para diagnóstico é aplicado para estes dois parasitas, como de Stoll e Kato-Katz (NEVES, 2011).

Figura 4. Helmintos de aquisição ativa. A. Strongyloides stercoralis. B.Ancylostoma duodenale. C Schistosoma mansoni. D. Fasciola hepática vistos nas fezes (100X).

5.5 O gênero Taenia da classe Cestoda, respresentados pelas espécies da forma adulta de Taenia solium, Taenia saginata tem como diagnóstico a pesquisa de ovos e proglotes grávidas nas fezes (Fig. 5. A) , pelos métodos de Willis, Faust, Hoffmann, Graham e tamização. Na cisticercose, as técnicas imunológicas, exames por imagem e PCR se aplicam como métodos diagnósticos (SILVA, 2011).

5.5.1 Hymenolepis nana e Hymenolepis diminuta

Na Hymenolepis nana (Fig 5. B) e Hymenolepis diminuta (Fig 5. C) o encontro de ovos nas fezes é a forma de diagnóstico, através dos métodos de Willis e de Hoffmann.

5.5.2 O Diphyllobothrium latum tem sua forma de diagnóstico, ovos (Fig. 5. D), encontrados após o método de sedimentação espontânea como de Hoffmann Ritchie modificado, Kato-Katz (NEVES, 2011).

A B C D

MEZZARI, A; ANTUNES, H.B.B; WIEBBELING, A.M.P. Cyclosporacayetanensis, um novo protozoário a ser pesquisado. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.45 n.4 São Paulo Sept./Dec. 1999.

MIRANDA, J; MACIEL, A; SOUZA, R.M.C; FURTADO, A.F; MALAGUENO, E. Perfil protéico e reconhecimento antigênico de extratos de larvas infectantes (L3) de Wuchereriabancrofti. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. Vol.38 no. 1 Uberaba Jan./Feb. 2005.

NEVES, D.P; MELO, A.L; LINARDI, P.M. Parasitologia Humana. 11.ed. São Paulo: Atheneu, 2005. REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,

VELOSO, M.G.P; PORTO, A.S; MORAES, M. Hiperinfecção por Strongyloidesstercoralis : relato de caso autopsiado. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol.41 no.4 Uberaba July/Aug. 2008.