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Guias e Dicas
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Importância da Literatura Infantil na Vida da Criança: Valorização dos Professores, Notas de aula de Literatura

Este documento discute a importância da literatura infantil na formação social de crianças e os desafios que impedem que ela seja abordada adequadamente na escola. Ele enfatiza a necessidade de incentivar os alunos a prática da leitura, apontando soluções para que este trabalho seja valorizado. Além disso, o texto destaca a importância de ser leitores ativos para estimular a curiosidade dos educandos e aponta alguns exemplos de publicações brasileiras de literatura infantil de alta qualidade.

O que você vai aprender

  • Quais desafios impedem que a literatura infantil seja abordada adequadamente na escola?
  • Por que é importante incentivar os alunos a prática da leitura?
  • Qual é a importância de ser leitores ativos para estimular a curiosidade dos educandos?
  • Quais são algumas publicações brasileiras de literatura infantil de alta qualidade?
  • Como podemos valorizar o trabalho de abordar a literatura infantil na escola?

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Rafael86
Rafael86 🇧🇷

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA - UNICEUB
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO - FACE
CURSO DE PEDAGOGIA - FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA AS SÉRIES
INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - PROJETO PROFESSOR NOTA 10
CÉLIO PEREIRA DE NORONHA
CLAUDIA DE JESUS LIMA
CLAUDIA MARIA FRANCISCO FERREIRA
MARIA DA CONCEIÇÃO DA SILVA NUNES
LITERATURA INFANTIL NA SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL COMO
FACILITADORA DA CONSTRUÇÃO DO SUJEITO
BRASÍLIA
2005
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA - UNICEUB

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO - FACE

CURSO DE PEDAGOGIA - FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA AS SÉRIES

INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - PROJETO PROFESSOR NOTA 10

CÉLIO PEREIRA DE NORONHA CLAUDIA DE JESUS LIMA CLAUDIA MARIA FRANCISCO FERREIRA MARIA DA CONCEIÇÃO DA SILVA NUNES

LITERATURA INFANTIL NA 1ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL COMO

FACILITADORA DA CONSTRUÇÃO DO SUJEITO

BRASÍLIA

CÉLIO PEREIRA DE NORONHA

CLAUDIA DE JESUS LIMA

CLAUDIA MARIA FRANCISCO FERREIRA

MARIA DA CONCEIÇÃO DA SILVA NUNES

A LITERATURA INFANTIL NA 1ª SÉRIE DO ENSINO

FUNDAMENTAL COMO FACILITADORA DA CONSTRUÇÃO DO

SUJEITO

TTrraabbaallhhoo ddee CCoonncclluussããoo ddee CCuurrssoo^ aapprreesseennttaaddoo aaoo ccuurrssoo ddee PPeeddaaggooggiiaa -- FFoorrmmaaççããoo ddee PPrrooffeessssoorreess ppaarraa aass SSéérriieess IInniicciiaaiiss ddoo EEnnssiinnoo FFuunnddaammeennttaall -- PPrroojjeettoo PPrrooffeessssoorr NNoottaa 110 0,, ddaa FFaaccuullddaaddee ddee CCiiêênncciiaass ddaa EEdduuccaaççããoo -- FFAACCEE -- ddoo CCeennttrroo UUnniivveerrssiittáárriioo ddee BBrraassíílliiaa -- UUnniiCCEEUUBB ,, ccoommoo ppaarrttee ddaass exexiiggêênncciiaass paparraa coconncclluussããoo dada didisscciipplliinnaa MMoonnooggrraaffiiaa IIII.. Or Oriieennttaaddoorr:: PPrrooff.. JJoorrggee LLeeiittee ddee OOlliivveeiirraa

BRASÍLIA

RESUMO

Diante das dificuldades encontradas em sala de aula nas escolas onde atuamos, nas atividades propostas, observa-se que a maior delas é em relação à leitura. Depois de feita tal observação e encontradas inúmeras dificuldades na nossa prática pedagógica, nos propusemos à realização desse trabalho de pesquisa que tem como tema: “Literatura infantil na 1ª série do Ensino Fundamental como facilitadora da construção do sujeito” esclarecendo e relacionando as dificuldades que os alunos da 1ª série enfrentam em relação não somente à leitura mas, à linguagem, comunicação e interpretação. Através de observações feitas nas salas de aula e questionários para que os colegas de trabalho respondessem citando quais eram suas angústias desenvolvemos esse trabalho tentando esclarecer alguns pontos fundamentais para que o processo ensino-aprendizagem aconteça da melhor maneira possível, mostrando sua fundamental importância na vida dos futuros leitores. A literatura infantil tem grande influência na formação na formação do ser social. É por meio de histórias infantis que se conhece o afetivo e o emocional das crianças. Sabemos também que alguns fatores negativos intervém na sala de aula desmotivando os alunos a desenvolver a prática da leitura. Para que isso não ocorra é preciso que os profissionais em educação renovem seus conhecimentos, sempre buscando novas metodologias para que suas atividades pedagógicas sejam atrativas, criativas e interessantes, fazendo com que os mesmos se envolvam cada vez mais e tenham prazer pela leitura tornando assim leitores assíduas, críticos e participativos.

Palavras-chaves: leitura – informação – conhecimento.

SUMÁRIO

  • INTRODUÇÃO...................................................................................................................
  • 1 CONCEITOS E ORIGEM DA LITERATURA INFANTIL........................................
  • 1.1 O que é literatura? .........................................................................................................
  • 1.2 Origem da literatura infantil...........................................................................................
  • 1.3 A literatura infantil no Brasil .........................................................................................
  • 2 O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA..................................................................
  • 2.1 As fases do desenvolvimento da criança........................................................................
  • 2.2 Primeira infância............................................................................................................
  • 2.3 Segundainfância...........................................................................................................
  • 2.4 Terceira infância............................................................................................................
  • 3 A LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO..................
  • 3.1 A importância da literatura infantil na vida da criança..................................................
  • 3.2 A influência do livro na alfabetização...........................................................................
  • 3.3 A má influência da televisão..........................................................................................
  • 3.4 A televisão como colaboradora da leitura......................................................................
  • 4 A LITERATURA INFANTIL NA ESCOLA..............................................................
    • 4.1 Explorando o livro de literatura infantil........................................................................
  • 4.2 A literatura como processo interativo...........................................................................
  • 4.3 A literatura em si...........................................................................................................
  • 4.4 A literatura como recreação..........................................................................................
  • 4.5 A prática da literatura de acordo com os PCNs...........................................................
  • infantil.................................................................................................................................. 4.6 Dificuldades e facilidades do professor para trabalhar com a literatura
  • CONCLUSÃO.....................................................................................................................
  • REFERÊNCIAS...................................................................................................................

do sujeito. Num mesmo livro pode-se abordar o tema que está sendo desenvolvido em sala, em todo um contexto. A criança compreende que o livro infantil é como se fosse algo mágico, um brinquedo, e deve ter interação com ele, mesmo antes de saber ler e escrever, pois quanto mais cedo tiver acesso a esse material, maior será seu desenvolvimento no senso crítico, criativo e na linguagem. É importante conceber a obra como fonte para criar o saudável hábito de ler e, com isso, ampliar os horizontes do conhecimento e do pensamento. Também é essencial que o professor sempre procure a abordagem que mais auxilia seu trabalho junto ao aluno, o que dependerá dos objetivos que definir para determinadas atividades de leitura. A execução do projeto ora proposto se delineará em dois universos distintos que se completam: teórico e o prático. O teórico caracteriza-se de pesquisas bibliográficas junto a livros, Internet, revistas e quaisquer outras publicações relacionadas ao assunto. A pesquisa delineará a confecção do projeto escrito que se distribuirá entre redação, montagem e digitação do mesmo. O prático se realizará por meio de aulas expositivas, orientações dadas pelo professor orientador e visitas a bibliotecas e a montagem do mesmo. O curso que fazemos nos proporciona refletir e repensar como trabalhar literatura de forma interessante e interativa para melhor significado na vida de nossos alunos. Acreditamos que essa prática, esse novo olhar, se tornará um hábito na vida da criança dentro e fora da escola.

1 CONCEITOS E ORIGEM DA LITERATURA INFANTIL

Diante do tema apresentado, vimos por meio desse trabalho salientar alguns conceitos e origens da literatura infantil, pois os mesmos podem ser vistos de várias formas, dependendo do ponto de vista de cada leitor e sua influência no imaginário das crianças.

1.1 O que é literatura infantil?

A designação infantil faz com que esta modalidade literária seja considerada “menor” por alguns, infelizmente. A Literatura Infantil é, antes de tudo, “literatura”, isto é, mensagem de arte, beleza e emoção. Portanto, se destinada especificamente à criança, nada impede (pelo contrário) que possa agradar ao adulto. E nada modifica a sua característica literária se escrita para o adulto, agradar e emocionar a criança. Principalmente os educadores, vivenciam de perto a evolução do maravilhoso ser que é a criança. O contato com textos recheados de encantamentos faz-nos perceber quão importante e cheio de responsabilidade é toda forma de literatura. Nem tudo que circula como livro destinado à criança é, de fato, literatura infantil. Uma obra literária infantil é aquela que contempla aspectos relativos ao fantástico. A literatura infantil pode ser vista como um conjunto de obras nas quais a linguagem seja o essencial e não o instrumento para levar à criança a algo diferente de que exige seu mundo interior. A literatura propicia uma reorganização das percepções do mundo. A leitura e a convivência com textos literários provocam uma transformação nos padrões e no desenvolvimento do ser crítico.

Como bem coloca Clarisse Beans sobre a importância da literatura infantil: “É incrível quantas coisas se aprende com a literatura infantil. E às vezes nem percebemos esse aprendizado de tão ocupados que estamos, curtindo a história”. Para complementar a importância desse instrumento na vida da criança Monteiro Lobato (1982) ressaltou: “Um país se faz com homens e livros”. Então, é só oportunizar para a criançada descobrir como e quando que tudo começou?...

1.2 Origem da literatura infantil

As lendas e tradições folclóricas de todos os povos eram transmitidas oralmente de geração em geração e foram elas as fontes de inspiração da Literatura Infantil. Assim, o folclore se revelou um tesouro imenso de contos, tradições e lendas extraordinariamente semelhantes entre si nas mais diversas partes do mundo. Conhece-se, por exemplo, mais de trezentas versões da história da Gata Borralheira , na Europa, no Egito, na Índia e entre os índios norte-americanos. A intenção pedagógica parece ter marcados os primeiros textos dirigidos às crianças, por meio de narrativas e fábulas. Na idade média os manuscritos lidos para os pequenos eram também voltados para a formação religiosa, como a vida dos santos. Os primeiros impressos para crianças não tinham nenhuma intenção mais amena. Páginas coladas a um suporte, que a primeira vista podiam servir também de palmatória. Começam a ser usada em 1440 e continuam a aparecer até 1850. Além do ABC incluíam orações e ensinamentos morais ou políticos. O impulso de contar histórias deve ter nascido no homem, no momento em que ele sentiu necessidade de comunicar aos outros alguma experiência sua, que poderiam ter significação para todos. A célula-máter da literatura infantil, hoje conhecida como “clássica”, encontra-se na novelística popular medieval que tem suas origens na Índia. Descobriu-se que desde essa época a palavra impôs-se ao homem como algo mágico, como poder misterioso, que tanto poderia proteger como ameaçar, construir ou destruir. São, também, de caráter mágico ou

fantasioso, as narrativas orientais, que se forjaram durante séculos antes de Cristo, e se difundiram por todo o mundo através da tradição oral. A Literatura Infantil apareceu durante o século XVII, época em que as mudanças na estrutura da sociedade desencadearam repercussões no âmbito artístico, que persistem até os dias atuais. O aparecimento da literatura tem suas características próprias, pois decorre da ascensão da família burguesa, do novo “status” concedido à infância na sociedade e da reorganização da escola. Sua emergência deveu-se, antes de tudo, à sua associação com a Pedagogia, já que as histórias eram elaboradas para se converterem em instrumento dela. É a partir do século XVIII que a criança passa a ser considerada diferente do adulto, com necessidades e características próprias, pelo que deveria distanciar-se da vida dos mais velhos e receber uma educação especial, que a preparasse para a vida adulta. O caminho da descoberta da literatura infantil, em nosso século, foi aberto pela Psicologia Experimental que, revelando a inteligência como elemento estruturador do universo que cada indivíduo constrói dentro de si, chama atenção para os diferentes estágios e seu desenvolvimento (da infância à adolescência) e sua importância fundamental para a evolução e formação da personalidade do futuro adulto, nas quais iremos citar mais a diante nesse trabalho.

1.3 A literatura infantil no Brasil

A iniciação da Literatura Infantil escrita no Brasil foi embalada por correntes de literatura oral, atraiu e atrai a atenção de poetas e escritores de vários países. A Literatura Infantil no Brasil tem características bastante originais que combinam com as contribuições européias (portuguesa, africana e indígena). A literatura oral trazida pelos primeiros colonizadores era narrada pelas avós, ou pessoas mais velhas que entretinham as crianças com, histórias com exemplo de um personagem de nome Troncoso, e outras do folclore português. A elas somaram-se as histórias das escravas negras, amas dos meninos brancos, histórias essas transmitidas de engenho a engenho.

As histórias de Monteiro Lobato são enriquecedoras, pois vivificam e imortalizam as culturas brasileiras, reinventando lendas, contos, narrativas históricas, embaladas pela imaginação e poderes fantásticos dos personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Outro grande momento da Literatura infantil Brasileira foi o teatro de Maria Clara Machado, que em 1952 fundou com brilho O Tablado, grupo experimental que lançou as mais importantes peças da autora, entre elas, Pluft, o Fantasminha , (1955),onde conta uma aventura cômica, desenvolvida e caracterizada também como um hino à tolerância, composto do pequeno fantasma que tinha medo de gente. Os livros infantis da romancista Maria José Drupé, especialmente A Mina de Ouro e A Ilha Perdida tiveram sucessivas edições e contribuíram para a formação de várias gerações de leitores. Outro grande romancista com vasta obra dirigida às crianças foi Francisco Marins. Entre os poetas consagrados que dedicaram obras ao publico infantil, conta-se Cecília Meireles com Ou Isto, ou Aquilo (1969), e Vinícius de Morais, com A Arca de Noé (1970). Nas décadas de 1970 e 1980 surgiu um quadro de renovação com o apoio da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil que pesquisou a literatura existente promoveu concursos e programas de intercâmbio. É dessa fase a obra de Lígia Bojunga Nunes, autora de Os Colegas, Angélica e A Bolsa Amarela, onde recebeu o prêmio Hans Christian Andersen, o mais importante do mundo, para a Literatura Infantil Brasileira. É também época de Ruth Rocha ( Romeu e Julieta) , Ana Maria Machado ( Um Herói Fanfarrão e Sua Mãe Bem Valente) , Ziraldo ( O Menino Maluquinho), Orígenes Lessa ( Tempo Quente na Floresta Azul), Vander Piroli ( O Menino e o Pinto do Menino), Sílvia Orthof, Mary França e muitos outros, além dos ilustradores Gian Calvi, Eliardo França, o próprio Ziraldo, Cláudio Martins, Rui de Oliveira e Ângelo Lago. No Brasil, existem muitas e excelentes publicações de livros especialmente destinados às crianças, obras essas embalados pela nossa história, nossa arte, nossa cultura e imaginação criadora.

2 O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Não podemos deixar de falar um pouquinho sobre as fases que a criança passa até que conheça o mundo das letras, da alfabetização em si, visto que é uma experiência transformadora, de palavra em palavra, que por sua vez é um veículo da literatura com o mundo atual em que vivemos.

2.1 As fases do desenvolvimento da criança

O caminho para a redescoberta da Literatura Infantil, pela Psicologia Experimental revela que a inteligência é um dos instrumentos estruturador do universo, como já foi citado no capítulo anterior. A sucessão das fases evolutivas da inteligência (ou estruturas mentais) é constante e igual para todos. As idades correspondentes a cada uma delas podem mudar, dependendo da criança, ou do meio em que vive.

2.2 Primeira infância

Essa fase vai desde o nascimento aos 3 anos de idade, ocorre a maturação, início do desenvolvimento mental, o reconhecimento da realidade pelo tato (fase da invenção da mão), a descoberta de si mesmo e dos outros, a necessidade de contatos afetivos, a descoberta das formas concretas e dos seres, começa a conquista da linguagem e também a fase da imitação do adulto, fase esta que requer muita atenção. É importante refletirmos sobre os tipos de histórias mais adequadas as nossas crianças que se encontram nessa fase, também conhecidas como sensório-motor, segundo

3 A LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

A literatura abre caminho para imortalizar a cultura, questionar o social, vivenciar emoções e situações alheias, por isso, a literatura é um dos instrumentos mais adequados e fecundos para dinamizarmos a formação cultural da criança.

3.1 A importância da literatura infantil na vida da criança

Por meio dos livros literários a criança sonha, cria, imagina interage com outras vivências e sentimentos diversos, aprendendo a se relacionar, a perceber e compreender o mundo interior e exterior, estabelecendo vínculos sociais com os outros, descobrindo a si, aprendendo a viver em sociedade e se preparar com tranqüilidade para a vida adulta. Muitas experiências literárias são inspiradas na vida cotidiana e reproduzem o cotidiano de forma atraente e natural, sem angústia nem culpa. É como experimentar dos medos, aventuras e histórias do outro sem conseqüências maiores. No máximo, vai chorar, alegrar-se, decepcionar-se, enfim, emocionar-se com as aventuras proporcionadas pelo livro de literatura infantil, pelos contos, pelas lendas e histórias.È perceptível constatar que, entre outros fatores, quantos adultos mostram-se inseguros, imaturos e amedrontados por não saber lidar com situações do dia-a-dia, sabiamente retratadas na Literatura Infantil com histórias fantásticas, fábulas encantadoras retratando situações diversas que se quando criança tivesse experimentado por meio das histórias infantis, estaria no futuro com maior maturidade psicológica para lidar, viver, amenizar, enfrentar e se necessário, transformar a sua realidade. Vê-se aí que faz parte da infância não só lidar com brinquedos, desenvolver conceitos e conhecimentos diversos, indispensáveis,mas amparados para explorar o universo das histórias, contos, lendas, músicas expressos na Literatura Infantil. Pois, mais

que um simples hábito de ler, desenvolvendo o aspecto cognitivo, os livros de Literatura Infantil mexem, envolvem, fortalecem o ser psicológico que há em cada criança. O contato inicial com a leitura não exige que a criança domine a escrita.A autentica literatura infantil não deve ser feita essencialmente com intenção pedagógica, como um mero recurso didático. Afinal, a literatura infantil é um instrumento artístico de expressão lingüística, cultural, produtora de sensações, mágicas com alto poder psicológico, social e lúdico. Esse instrumento é fundamental para a criança, deve fazer parte do seu dia-a-dia, das suas brincadeiras. Para gostar de ler, a criança deve ter acesso a livros adequados ao seu grau de desenvolvimento. Isso não impede que aprecie obras de outras faixas etárias, desde que seja acompanhado, estimulado e orientado pelo adulto, que seja em casa, na creche, nas bibliotecas públicas, na escola. Experiência essencial que funde o prazer e o conhecer, proporcionados pelo fenômeno literário que precisa ser descoberto desde a infância. É um dos instrumentos mais adequados e fecundos para dinamizarmos a formação cultural dos novos. Literatura é experiência vital transformada em palavras, é uma voz privilegiada que liga o homem aos outros homens e lhe permite um conhecimento mais profundo do mundo em que ele vive e atua. Por isso, a literatura infantil propicia uma reogarnização das percepções do mundo, aproximando a criança de outras vivências, culturas, experimentando os sentimentos mais infinitos e provocando transformações nos patrões e no desenvolvimento do ser crítico, do sujeito ativo e modificador do meio, de forma positiva, criativa de que a criança é capaz de ser, desde que seja estimulada emocional e intelectualmente pela literatura infantil, por meio da família e da escola. Assim, como a exploração da literatura está quase desaparecendo nos lares das crianças, onde pais quase nunca lêem para seus filhos, é preciso que a escola reacenda no aluno e que este levem para casa o prazer da leitura. Muitos pais se preocupam porque seus filhos lêem pouco. Dizem que eles só abrem um livro quando não há nenhum jeito de escapar. Ler sem ser obrigado pela escola, nem pensar! O que fazer? É preciso que os pais questionem as suas próprias atitudes antes de cobrar da criança: Que exemplos de leitura seu filho tem em casa? Será que os pais mostram que

então, como o patamar sobre o qual se implanta o conhecimento, que não se possa transmitir por intermédio do código escrito. A questão é como fazer com que as crianças se envolvam com este material tão rico, mas, que precisa também de incentivo por parte dos adultos para que a criança reconheça isso. Segundo Verne (1975, p.226 e 227), os livros são o único vetor possível da cultura, e que a única questão legítima levantada pelo problema de alfabetização é a de como fazer livros e informações livremente disponíveis para todos. Zilberman, (1983, p.100) diz que: O livro para a infância assumiu, desde a sua origem, uma personalidade educativa. Ao invés de lúdico, adotou umas posturas pedagógicas, englobando valores e normas do mundo adulto para transmiti-las às crianças. A literatura infantil confundiu-se com a própria escola, estabelecendo-se em conseqüência, uma relação simultaneamente, metafórica e metonímica entre a espécie literária e a instituição pedagógica: o livro tornou-se tanto o simulador da escola, por ensinar sempre uma atitude ou um saber à criança; e conformou-se em atuar como um instrumento do ensino, ao ser introduzido na sala de aula na forma simulada de livro didático.

Na verdade não há prazer e nem sentido para a criança quando se lê por obrigação e pressão da escola. A criança vê o livro como uma coisa maçante e forçada e que não contribui para satisfazer seu núcleo de interesse. Em umas de suas obras Zilberman (1983, p.102) cita que: [...] se a literatura é superestimada porque facilita a promoção de um tipo de conhecimento e de intercâmbio com o real conveniente ao sistema vigente, para o que concorre o auxílio do aparelho escolar, por outro lado, ela faz com que o universo da ciência se exponha a todas as camadas indiscriminadamente. A mesma ambivalência pode ser averiguada nos modos como ocorre a prática de leitura. Ela denuncia o conflito entre a imposição de uma determinada ideologia, importante para o bom andamento do mecanismo social e suas vocações democráticas, inerentes aos resultados que propiciou. É pelo exercício do ato de ler que se singulariza o leitor, e este se torna tanto mais saliente, quanto mais pessoal for seu procedimento no desempenho daquela atividade. Nós professores precisamos repensar na nossa prática quanto ao trabalho de leitura com os educandos respeitando seus interesses, sentido e vida. O ato de ler conquista uma nova dimensão que o alça a cima dos condicionamentos sociais e ideológicos segundo os quais foi incentivado. Se, com isto, o leitor é transportado para uma realidade fantástica, porque traduzida pela ficção, e esta também aponte que o conduz a uma compreensão mais ampla e plena de seu contorno.

A literatura infantil mais que qualquer outro gênero literário, é sensível às contradições experimentadas pela leitura. Tendo surgido alinhada a uma promoção especial da alfabetização e destinada a um público específico, a infância, ela não pode ser objeto de uma reflexão sem que se faça alusão do leitor. Se a criação para a infância compete contrariar normas em vigor como vem sucedendo as obras de inclinação modernista, ela só pode fazê-lo se solidarizar com seu leitor, endossando a perspectiva deste e dialogando com a percepção que ele tem do mundo. É imprescindível que se dissolva por inteiro a tensão entre texto e o leitor, porque se trata de seduzir o destinatário, o que ocorre quando a narrativa engloba o ponto de vista infantil, solidarizando-se a ele. O pacto com o leitor reforça a posição deste e conforma o núcleo peculiar de resistência especificando o espaço onde floresce a literatura infantil. E isto se faz pelo fortalecimento tanto do papel da criança como do papel da leitura, uma vez que esta ultima converte-se na condição de apreensão do universo dentro do qual o leitor pode expandir suas aspirações íntimas. É por intermédio da leitura do texto solidário que se desencadeia a reapropriação do discurso infantil, cuja perda paulatina caracteriza o trajeto da criança na escola. Cumpre enfatizar que a literatura infantil não supera o relacionamento dúbio que mantém com seu destinatário. Além de impor condições prévias para seu consumo, como a habilitação a leitura, o que não sucede com outras modalidades artísticas de expressão, é bastante permeável as convenções circulantes. Seja na produção, seja na leitura, o livro para a infância está sujeito a um forte contingente de influências e compromissos, alguns pertinentes a natureza da literatura em geral, outros à peculiaridade de seu estatuto. Quando a criança tem o contato com os livros mesmo antes de Ter uma vida escolar, o seu processo de alfabetização se torna mais acelerado e qualitativo. Com o apoio dos pais se torna mais fácil, pois a alfabetização não influencia somente o cognitivo mais o psicológico e afetivo. Se a criança tem uma relação saudável com a família e também com o professor, com certeza ela encontrará motivação para vencer esta descoberta. A escola é a instituição encarregada da alfabetização da criança; entretanto, o meio para a difusão da leitura provém de um setor mais amplo.