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Cabe à escola, através da educação física, o papel de desenvolver as habilidades motoras e estimular a prática regular de atividades físicas nessas crianças, de ...
Tipologia: Notas de estudo
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Guilhermina Ramos Ávila^1 Francisco José Fornari Sousa^2
RESUMO
Introdução: O desenvolvimento das habilidades motoras de crianças ao longo de sua maturação é de suma importância para o seu desenvolvimento e adaptação social e intelectual. Na escola, a educação física assume esse papel de proporcionar atividades que desenvolvam essas habilidades e estimulem hábitos saudáveis. Objetivo: Avaliar o nível do equilíbrio corporal e da habilidade motora de escolares com sete anos completos ou a completar no ano. Metodologia: O estudo foi desenvolvido como uma pesquisa de campo entre escolares de uma escola municipal de Lages-SC. A amostra foi de 14 crianças. O desempenho dos estudantes foi avaliado pela Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) proposta por Rosa Neto. Resultados: 57% dos escolares avaliados, sendo 75% destes escolares de sete anos de idade, apresentaram nível de desenvolvimento entre Muito Inferior e Normal Baixo e fator de risco entre Grave e Leve, e apenas 28,6% apresentarem nível de desenvolvimento Normal Alto e Muito Superior, segundo a EDM. Conclusão: A maioria das crianças avaliadas apresentou nível de desenvolvimento insatisfatório (n=8, 57,2%). Tendo em vista que os alunos de seis anos apresentaram nível de desenvolvimento satisfatório em sua maioria, as atividades físicas desempenhadas por essa turma de escolares pode estar sendo deficiente no desenvolvimento dos escolares mais velhos.
Palavras-chave : Habilidade motora. Equilíbrio corporal. Escala de Desenvolvimento Motor.
(^1) Acadêmica do curso de Educação Física do Centro Universitário UNIFACVEST. (^2) Coordenador do curso de Educação Física e professor da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso no Centro Universitário UNIFACVEST.
Guilhermina Ramos Ávila Francisco José Fornari Sousa
ABSTRACT
Introduction: The development of motor skills of children throughout their maturity is paramount for their social and intellectual development and adaptation. In school, physical education assumes the role in providing activities that refine those skills and encourage healthy habits. Objective: Evaluate seven years old, complete or to be completed within the year, scholars’ body balance and motor skills level. Methodology: The study was performed as a field research among scholars from a town school of Lages-SC. The group study was formed by 14 scholars. The scholar’s development was measured by Scale of Motor Development (SMD) proposed by Rosa Neto. Results: 57% of the evaluated scholars, being 75% of them seven years old, showed a development level between Much Lower and Low Normal, accusing risk factors between Serious and Light, and only 28,6% presented a development level of High Normal and Much Superior, by the EDM. Conclusion: The majority of the children evaluated had an unsatisfactory level of development (n = 8, 57,2%). Considering that most of six-year-old students had a satisfactory level of development, the physical activities performed by this class may be deficient in the development of seven-year- old children.
Key-words: Motor skill. Body balance. Scale of Motor Development.
A educação física norteia-se no desenvolvimento das habilidades motoras dos indivíduos, a fim de torná-los aptos a superar os desafios motores diversos que encontram ao longo da vida, propondo práticas diversificadas e de diferentes graus de complexidade para atingir esse fim. O papel do professor é de avaliar de maneira sistêmica as habilidades de seus alunos, buscando encontrar alunos com desempenho insuficiente e orientá-los de maneira que o desenvolvimento motor corresponda ao esperado para a idade da criança (TANI et al., 1988). Segundo Brasil (1997) A educação física é a cultura do movimento corporal, e como tal, tem necessidade da multidisciplinariedade, buscando conhecimento dos aspectos biológicos e socioculturais em outras disciplinas, favorecendo a integração da educação física no ensino escolar. Tem como objetivo promover o desenvolvimento motor de crianças e jovens, estabelecendo base sólida para o enfrentamento dos obstáculos motores que esses indivíduos terão ao decorrer da vida, bem como os ajudando a aprofundar seu autoconhecimento e melhorar sua autoestima. O esporte, as danças e artes marciais tornaram-se produtos de consumo, com as crianças tendo contato precoce com jornais, revistas, televisão, entre outros, cada qual com informações sobre a relação práticas corporais versus saúde, diferentes. Nesse contexto social, a educação física assume o papel de formar um cidadão capaz de posicionar-se criticamente diante das novas formas de cultura corporal, bem como introduzi-lo e integra-lo nessas novas culturas, instrumentalizando-o para usufruir dos jogos, dos esportes, das danças, das artes marciais, entre outros (BETTI, 2012). O papel do professor é oferecer embasamento teórico e orientação para que as atividades físicas propostas aos escolares atinjam o objetivo fim da educação física. Esse profissional estuda para propor e adequar práticas corporais que desenvolvam habilidades motoras e consciência corporal e também sirvam de ferramenta para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicossocial de seus alunos (CONFEF, 2009).
2.1 O desenvolvimento do equilíbrio corporal e a habilidade motora
O homem se expressa através do corpo, por meio de movimentos que variam do brusco ao suave, que buscam demonstrar algum tipo de sentimento: afeto, raiva, prazer ou decepção. A maneira de sentir e compreender o mundo é codificada através da expressividade motriz, do gesto humano (FALKENBACH, 1998).
O movimento é a base da maturação infantil e entender como o desenvolvimento das atividades motoras desde o início da vida humana faz-se necessário para compreender como o ser humano relaciona-se com o mundo ao seu redor, bem como seu intelecto é formado, como afirma Piaget (1978). O processo do desenvolvimento motor infantil é sequencial e contínuo, relacionado a idade cronológica, de modo a ter um desempenho esperado de habilidades motoras específicas para cada idade. As habilidades motoras derivam de movimentos simples e desorganizados até tornarem-se movimentos altamente específicos e complexos. São determinantes na aquisição e aprimoramento das habilidades motoras, as capacidades inerentes ao indivíduo, características físicas e estruturais, bem como o ambiente no qual ele desenvolve essas capacidades e a natureza da tarefa que ele desempenha (HAYWOOD; GETCHELL, 2004; ROSA NETO, 2002). A habilidade motora é a capacidade de realizar um movimento voluntário de forma a atingir uma meta com máxima certeza e o mínimo de tempo e esforço. São ações complexas e intencionais que com a prática, tornam-se complexas e organizadas para que alcancem objetivos predeterminados (SCHMIDT; WRISBERG, 2001). Segundo Gallahue e Ozmun (2005), o desenvolvimento motor pode ser separado em três fases distintas, tanto em idade quanto em especialização. São elas: a) Movimentos Rudimentares: Ocorrem do nascimento até os dois anos de idade e dividem-se em estabilizadores, como sustentação, sentado e em pé; locomotores, como o ato de arrastar-se, engatinhar e caminhar; manipulativos, como alcançar, pegar e soltar; b) Movimentos Fundamentais: Ocorrem dos dois aos sete anos de idade. Dividem-se em estabilizadores - equilíbrio estático e dinâmico e estabilização axial -, locomotores – correr, salto horizontal – e manipuladores – quicar, arremesso, recepção e chutar -; c) Movimentos Especializados: Ocorrem a partir dos sete anos e seguem desenvolvendo durante a vida adulta. São movimentos originados do refino e acoplamento de movimentos fundamentais, como o futebol nasce do movimento fundamental locomotor- correr e o movimento manipulador-chutar. O equilíbrio é o estado de um corpo quando as forças distintas que atuam sobre ele se compensam e anulam-se. Ao trabalhar o desenvolvimento motor, a manutenção do equilíbrio é fundamental para que este aperfeiçoamento mantenha-se ao longo do desenvolvimento da criança (ARAÚJO, 1992). O equilíbrio estático, segundo Ellenbecker (2002) é a capacidade do indivíduo de manter uma posição antigravitacional estável quando em repouso, ao manter o centro de massa dentro da base de apoio disponível. Já o equilíbrio dinâmico, conforme Santos (2001),
Tabela 1. Nível do equilíbrio de crianças com seis e sete anos de idade.
Classificação do Nível de Desenvolvimento
Idade Cronológica (^) InferiorMuito Inferior Normal Baixo^ Normal Médio^ Normal Alto Superior^ Muito
f % f % f % f % f % f % f % 6 anos 5 35,7% 1 20% 0 0 1 20% 2 40% 1 20% 0 0 7 anos 9 64,3% 2 22,2% 2 22,2% 2 22,2% 0 0 1 11,1% 2 22,2%
TOTAL 14 100% 3 21,4% 2 14,3% 3 21,4% 2 14,3% 2 14,3% 2 14,3%
Fonte: Autor, 2017
Os escolares com sete anos de idade (n=9, 64,3% da amostra total), apresentaram os seguintes resultados quanto ao nível de desenvolvimento: muito inferior (n=2, 22,2% dentre os alunos com sete anos de idade), inferior (n=2, 22,2%), normal baixo (n=2, 22,2%), normal alto (n=1, 11,1%) e muito superior (n=2, 22,2%). De modo geral, os escolares com sete anos de idade apresentaram desenvolvimento abaixo do esperado, entre muito inferior, inferior e normal baixo (n=6, 66,6%). Os demais apresentaram desenvolvimento normal alto e muito superior (n=3, 33,3%). Tabela 2. Fatores de risco de desenvolvimento em crianças com seis e sete anos de idade. Idade Cronológica NenhumRisco Risco Leve (^) ModeradoRisco Grave^ Risco
f % f % f % f % f % 6 anos 5 35,7% 3 60% 1 20% 0 0 1 20% 7 anos 9 64,3% 3 33,4% 2 22,2% 2 22,2% 2 22,2%
TOTAL 14 100% 6 42,8% 3 21,4% 2 14,3% 3 21,4%
Fonte: Autor, 2017.
Correlacionando as duas tabelas: os escolares com seis anos de idade que apresentam nível de desenvolvimento de normal médio a muito superior apresentam nenhum risco (n=3, 60%), os que apresentaram desenvolvimento normal baixo apresentam risco leve (n=1, 20%) e os que apresentaram desenvolvimento muito inferior demonstram risco grave (n=1, 20%). Já
as crianças com sete anos de idade apresentaram nível de desenvolvimento de normal médio a muito superior apresentam nenhum risco (n=3, 33,4%), as com nível de desenvolvimento normal baixo apresentam risco leve (n=2, 22,2%), as que apresentaram nível de desenvolvimento inferior apresentam risco moderado (n=2, 22,2%) e as com nível de desenvolvimento muito inferior apresentam risco grave (n=2, 22,2%). Dentro da amostra total, os escolares que apresentaram nível de desenvolvimento dentro do esperado, entre os níveis normal médio e muito superior, apresentando nenhum risco ao seu desenvolvimento motor, totalizam seis crianças (42,8%) sendo três de sete anos de idade e três de seis anos. As que apresentaram risco grave ao seu desenvolvimento, com um nível de desenvolvimento muito inferior segundo a tabela 1, totalizam três crianças da amostra total de 14 (21,4%), sendo duas delas com sete anos de idade e uma com seis anos. Os demais níveis de desenvolvimento, normal baixo e inferior, que apresentam risco leve e risco moderado respectivamente, totalizam cinco escolares da amostra total (35,7%), sendo quatro delas com sete anos de idade e uma delas com seis anos.
4. CONCLUSÃO
A maioria das crianças avaliadas apresentou nível de desenvolvimento entre muito inferior a normal baixo, (n=8, 57,2%) do total amostrado, sendo seis delas (75%) delas, crianças com sete anos de idade. Tendo em vista que os alunos de seis anos apresentaram nível de desenvolvimento motor de nível normal médio a normal alto em sua maioria, as atividades físicas desempenhadas por essa turma de escolares pode estar sendo deficiente no desenvolvimento dos escolares mais velhos, apresentando atividades mais adequadas a escolares de seis anos. Essas atividades, então, devem ser reavaliadas, pelo professor de educação física da turma, a fim de corrigir essa defasagem. Aos alunos que apresentaram desenvolvimento normal alto e muito superior, quatro escolares do total amostrado (28,6%), podem ser propostas atividades físicas mais desafiadoras, a fim de continuar esse ritmo de desenvolvimento acelerado e talvez trazer a tona uma predisposição às atividades desportivas nesses escolares. Claro que os limites de cada aluno devem ser respeitados e pensados ao elaborar essas atividades. Comparando as atividades que a minha geração desempenhava quando criança, como improvisar um jogo de tênis de mesa na sala de jantar com os irmãos, nadar no rio do sítio do
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-35552006000300015. Acesso em: 25 mai. 2017.
ELLENBECKER, T. S. Reabilitação dos ligamentos do joelho. Barueri: Manole, 2002.
FALKENBACH, A. Uma abordagem corporal na formação do profissional da saúde. Revista Movimento , Porto Alegre, v. 5, n. 9, p. 17-23, 2. sem. 1998. Disponível em: http://www.seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/view/2383/1078. Acesso em: 01 jun. 2017.
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebê, criança, adolescente e adulto. 7. ed., Porto Alegre: AMGH, 2013, 488p.
HAYWOOD K. M.; GETCHELL N. Desenvolvimento motor ao longo da vida. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004, 344p.
PIAGET, J. O nascimento da inteligência na criança. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
RODRIGUES, R.; GONÇALVES, J. C. Procedimentos de metodologia científica. Lages: Papervest, 2014.
ROSA NETO, F. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed, 2002.
SANTOS, R. P. Psicomotricidade. São Paulo: IEditora, 2001.
SCHMIDT, R. A.; WRISBERG, C. A. Aprendizagem e performance motora: uma abordagem da aprendizagem baseada no problema. Porto Alegre: Artmed, 2001.
TANI, G. et al. Educação física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: E.P.U., 1988.
Figura 1. Testes de equilíbrio da Escala de Desenvolvimento Motor.
Fonte: Rosa Neto (2002)