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Conceitos de derivadas parciais e diferenciabilidade em funções de duas variáveis, Exercícios de Cálculo

Este documento aborda os conceitos de derivadas parciais e diferenciabilidade em funções de duas variáveis, incluindo a construção do plano tangente, derivadas direcionais e aplicação da derivada. Além disso, é apresentado um teorema que relaciona a diferenciabilidade com a continuidade e as derivadas parciais.

Tipologia: Exercícios

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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UFPR - Universidade Federal do Paraná
Setor de Ciências Exatas
Departamento de Matemática
CM048 - Cálculo II - Matemática Diurno
Prof. Zeca Eidam
Nosso objetivo nestas notas é provar alguns resultados de cálculo em duas variáveis.
1 Diferenciabilidade e derivadas direcionais
Seja DR2um aberto, f:DRuma função e (x0,y0)D. As derivadas parciais de fem (x0,y0) são
definidas por
f
x(x0,y0).
=fx(x0,y0).
=lim
h0
f(x0+h,y0)f(x0,y0)
h
ef
y(x0,y0).
=fy(x0,y0).
=lim
k0
f(x0,y0+k)f(x0,y0)
k.
Na prática, é muito simples calcular as derivadas parciais de uma função. Basta observar que,
fixado o ponto (x0,y0), podemos considerar a função de uma variável t7→ f(t,y0); a derivada parcial
em relação a xem (x0,y0) é exatamente a derivada da função fem x0. Da mesma maneira, a derivada
da função u7→ f(x0,u) em y0coincide com a derivada parcial em relação a yem (x0,y0). Portanto,
para calcular fxpodemos pensar ycomo constante e derivar a função de uma variável obtida e o
mesmo vale com xem lugar de y.
Uma pergunta natural que surge é saber quão forte é conceito de derivada parcial, ou, dito de outra
forma, saber que propriedades possui uma função que possui derivadas parciais. O exemplo abaixo
mostra que a simples existência de derivadas parciais não garante muita coisa a respeito da função.
Exemplo 1 Seja f:R2Rdada por
f(x,y)=
x y
x2+y2, se (x,y)6=(0,0)
0, se (x,y)=(0,0)
.
As derivadas parciais de fsão
fx(x,y)=
y3x2y
(x2+y2)2, se (x,y)6=(0,0)
0, se (x,y)=(0,0)
,fy(x,y)=
x3y2x
(x2+y2)2, se (x,y)6=(0,0)
0, se (x,y)=(0,0)
.
Embora fpossua derivadas parciais em (0,0), é fácil ver que fsequer é contínua em (0,0), pois
limt0f(t, 0) =0 e limt0f(t,t)=1/2.
O exemplo anterior mostra que, se desejarmos garantir algo melhor, como continuidade, por
exemplo, devemos exigir algo mais que simplesmente a existência de derivadas parciais. Olhando um
pouco mais de perto, observamos que as derivadas parciais de fnão são contínuas, pois lim t0fx(0,t)=
limt01/t, que não existe. Algo semelhante ocorre com fy.
A existência de derivadas parciais de uma função f:DRem um ponto (x0,y0)Dnos permite
construir um objeto geométrico muito importante associado a f: o plano tangente.
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Baixe Conceitos de derivadas parciais e diferenciabilidade em funções de duas variáveis e outras Exercícios em PDF para Cálculo, somente na Docsity!

UFPR - Universidade Federal do Paraná Setor de Ciências Exatas Departamento de Matemática CM048 - Cálculo II - Matemática Diurno Prof. Zeca Eidam

Nosso objetivo nestas notas é provar alguns resultados de cálculo em duas variáveis.

1 Diferenciabilidade e derivadas direcionais

Seja D ⊂ R^2 um aberto, f : D → R uma função e ( x 0 , y 0 ) ∈ D. As derivadas parciais de f em ( x 0 , y 0 ) são definidas por ∂ f ∂x

( x 0 , y 0 ) =. fx ( x 0 , y 0 ) =. lim h → 0

f ( x 0 + h , y 0 ) − f ( x 0 , y 0 ) h e ∂ f ∂y

( x 0 , y 0 )

= fy ( x 0 , y 0 )

= lim k → 0

f ( x 0 , y 0 + k ) − f ( x 0 , y 0 ) k

Na prática, é muito simples calcular as derivadas parciais de uma função. Basta observar que, fixado o ponto ( x 0 , y 0 ), podemos considerar a função de uma variável t 7 → f ( t , y 0 ); a derivada parcial em relação a x em ( x 0 , y 0 ) é exatamente a derivada da função f em x 0. Da mesma maneira, a derivada da função u 7 → f ( x 0 , u ) em y 0 coincide com a derivada parcial em relação a y em ( x 0 , y 0 ). Portanto, para calcular fx podemos pensar y como constante e derivar a função de uma variável obtida e o mesmo vale com x em lugar de y. Uma pergunta natural que surge é saber quão forte é conceito de derivada parcial, ou, dito de outra forma, saber que propriedades possui uma função que possui derivadas parciais. O exemplo abaixo mostra que a simples existência de derivadas parciais não garante muita coisa a respeito da função.

Exemplo 1 Seja f : R^2 → R dada por

f ( x , y ) =

x y x^2 + y^2

, se ( x , y ) 6 = (0, 0)

0 , se ( x , y ) = (0, 0)

As derivadas parciais de f são

fx ( x , y ) =

y^3 − x^2 y ( x^2 + y^2 )^2

, se ( x , y ) 6 = (0, 0)

0 , se ( x , y ) = (0, 0)

, fy ( x , y ) =

x^3 − y^2 x ( x^2 + y^2 )^2

, se ( x , y ) 6 = (0, 0)

0 , se ( x , y ) = (0, 0)

Embora f possua derivadas parciais em (0, 0), é fácil ver que f sequer é contínua em (0, 0), pois lim t → 0 f ( t , 0) = 0 e lim t → 0 f ( t , t ) = 1/2.

O exemplo anterior mostra que, se desejarmos garantir algo melhor, como continuidade, por exemplo, devemos exigir algo mais que simplesmente a existência de derivadas parciais. Olhando um pouco mais de perto, observamos que as derivadas parciais de f não são contínuas, pois lim t → 0 fx (0, t ) = lim t → 0 1/ t , que não existe. Algo semelhante ocorre com fy. A existência de derivadas parciais de uma função f : D → R em um ponto ( x 0 , y 0 ) ∈ D nos permite construir um objeto geométrico muito importante associado a f : o plano tangente.

Olhando para a função ϕ : t 7 → f ( t , y 0 ), podemos considerar a reta tangente ao gráfico de ϕ no ponto ( x 0 , f ( x 0 , y 0 )) incluída de maneira natural no espaço tridimensional. Isso nos fornece a reta rx : ( x , y , z ) = ( x 0 , y 0 , f ( x 0 , y 0 )) + λ (1, 0, fx ( x 0 , y 0 )). Fazendo uma argumentação análoga com a fun- ção u 7 → f ( x 0 , u ), obtemos a reta ry : ( x , y , z ) = ( x 0 , y 0 , f ( x 0 , y 0 )) + λ (0, 1, fy ( x 0 , y 0 )). Tais retas determi- nam um único plano que passa pelo ponto ( x 0 , y 0 , f ( x 0 , y 0 )) e é normal ao vetor ~ n =. (1, 0, fx ( x 0 , y 0 )) × (0, 1, fy ( x 0 , y 0 )) = (− fx ( x 0 , y 0 ), − fy ( x 0 , y 0 ), 1). A equação geral deste plano é

fx ( x 0 , y 0 )( xx 0 ) − fy ( x 0 , y 0 )( yy 0 ) + ( zf ( x 0 , y 0 )) = 0 ,

ou, equivalentemente,

zf ( x 0 , y 0 ) = fx ( x 0 , y 0 )( xx 0 ) + fy ( x 0 , y 0 )( yy 0 ).

Este último plano é chamado plano tangente ao gráfico de f no ponto ( x 0 , y 0 , f ( x 0 , y 0 )). Assim como no cálculo em uma variável a reta tangente ao gráfico de uma função (diferenciável) em um ponto aproxima a função naquele ponto, alimentamos a esperança de que o plano tangente ao gráfico de f em um ponto aproxime a função neste ponto. Porém, o mesmo exemplo (1) mostra que sem assumir nada mais, não se pode esperar nada: a função estudada no referido exemplo admite o plano z = 0 como plano tangente em (0, 0, 0), mas sequer é contínua na origem, então, não podemos esperar uma boa aproximação de f através de seu plano tangente. Analisemos o que ocorre em uma variável: se ϕ = ϕ ( t ) é uma função diferenciável em t = t 0 , então lim tt 0

ϕ ( t ) − ϕ ( t 0 ) tt 0

= ϕ ′( t 0 ), ou, equivalentemente,

lim tt 0

ϕ ( t ) −

ϕ ( t 0 ) + ϕ ′( t 0 )( tt 0 )

tt 0

A expressão que aparece entre chaves acima é exatamente a função afim ϕ 1 ( t ) cujo gráfico é a reta tangente em ( t 0 , ϕ ( t 0 )) e pode ser pensada como a aproximação linear de ϕ em t = t 0. O módulo do numerador da expressão (1), representa o erro cometido ao aproximarmos ϕ ( t ) por ϕ 1 ( t ). Assim, (1) nos diz que ϕ é diferenciável em t = t 0 se e só se o erro cometido ao aproximarmos ϕ ( t ) por ϕ 1 ( t ) tende a zero mais rápido que tt 0. Esta idéia pode ser generalizada para uma função de duas variáveis. Sejam, como antes, D ⊂ R^2 aberto, f : D → R uma função e ( x 0 , y 0 ) ∈ D. Vamos admitir que existam as derivadas parciais fx ( x 0 , y 0 ) e fy ( x 0 , y 0 ), e portanto, fica bem definido o plano tangente ao gráfico de f em ( x 0 , y 0 , f ( x 0 , y 0 )). A função cujo gráfico é o plano tangente em ( x 0 , y 0 , f ( x 0 , y 0 )) é

f 1 ( x , y ) = f ( x 0 , y 0 ) + fx ( x 0 , y 0 )( xx 0 ) + fy ( x 0 , y 0 )( yy 0 )

e f 1 também será pensada como aproximação linear de f em ( x 0 , y 0 ). A próxima definição segue a mesma idéia daquela dada para uma função de uma variável.

Definição 2 f é dita diferenciável em ( x 0 , y 0 ) se

lim ( x , y )→( x 0 , y 0 )

f ( x , y ) −

f ( x 0 , y 0 ) + fx ( x 0 , y 0 )( xx 0 ) + fy ( x 0 , y 0 )( yy 0 )

|( xx 0 , yy 0 )|

Escrevendo ( xx 0 , yy 0 ) = ( h , k ), a igualdade acima é equivalente a

lim ( h , k )→(0,0)

f ( x 0 + h , y 0 + k ) −

f ( x 0 , y 0 ) + fx ( x 0 , y 0 ) h + fy ( x 0 , y 0 ) k

p h^2 + k^2

Para a função do exemplo (1), vemos que

∂ f ∂v

(0, 0) existe e é nula se v tem uma das coordenadas

nula. Se ambas as coordenadas de v são não-nulas, então

∂ f ∂v

(0, 0) não existe. Isso sugere que uma

função com derivadas direcionais em todas as direções tenha um comportamento melhor do que uma função que simplesmente possui derivadas parciais.

Exemplo 4 Seja g : R^2 → R dada por

g ( x , y ) =

x^2 y x^2 + y^2

, se ( x , y ) 6 = (0, 0)

0 , se ( x , y ) = (0, 0)

Vemos que g é contínua em R^2 e se v = ( a , b ) 6 = (0, 0) então

∂g ∂v

a^2 b a^2 + b^2

. Mas g não é diferenciá-

vel na origem, pois r ( h , h ) p h^2 + h^2

h 2

p 2 | h |

e a última expressão não tem limite quando h → 0.

Já que o exemplo anterior nos mostra que simplesmente possuir derivadas direcionais não é muita coisa, vamos agora verificar o que ocorrem com as derivadas direcionais no caso de uma função di- ferenciável no ponto ( x 0 , y 0 ). Mantendo a mesma notação, dado v = ( a , b ) não-nulo e usando ( h , k ) = ( t a , t b ), com | t | pequeno, na definição (2), temos que

∂ f ∂v

( x 0 , y 0 ) = lim t → 0

f ( x 0 + at , y 0 + bt ) − f ( x 0 , y 0 ) t

= lim t → 0

fx ( x 0 , y 0 )( at ) + fy ( x 0 , y 0 )( bt ) + r ( at , bt ) t = fx ( x 0 , y 0 ) a + fy ( x 0 , y 0 ) b + lim t → 0

r ( at , bt ) t = fx ( x 0 , y 0 ) a + fy ( x 0 , y 0 ) b = 〈∇ f ( x 0 , y 0 ), v 〉 , (2)

onde ∇ f ( x , y )

= ( fx ( x , y ), fy ( x , y )) é o chamado gradiente de f em ( x , y ) e 〈·, ·〉 denota o produto interno usual em R^2. Está provado o próximo resultado.

Proposição 5 Se f é diferenciável em ( x 0 , y 0 ), então as derivadas direcionais de f existem em qual- quer direção v 6 = 0 e ∂ f ∂v

( x 0 , y 0 ) = 〈∇ f ( x 0 , y 0 ), v 〉.

Decorre da proposição acima que a aplicação d f ( x 0 , y 0 ) : R^2 → R dada por

d f ( x 0 , y 0 ) · v =.

∂ f ∂v

( x 0 , y 0 )

é linear. Esta aplicação é chamada de derivada de f em ( x 0 , y 0 ). A demonstração da proposição (5) e a definição de diferenciabilidade provam o corolário a seguir.

Corolário 6 Se f é diferenciável em ( x 0 , y 0 ) então

f ( x 0 + h , y 0 + k ) = f ( x 0 , y 0 ) + d f ( x 0 , y 0 ) · ( h , k ) + r ( h , k ) ,

onde

r ( h , k ) p h^2 + k^2

→ 0 quando ( h , k ) → (0, 0).

Exemplo 7 Já sabemos que a função g do exemplo (4) não é diferenciável em (0, 0). Outra maneira de

comprovar este fato é observar que, embora

∂g ∂v

(0, 0) exista para todo v ∈ R^2 não-nulo, esta quantidade

não depende linearmente de v.

Quando f é diferenciável em ( x 0 , y 0 ), a fórmula (2) contém uma informação importante a respeito da função f. Suponha que estejamos sobre o ponto ( x 0 , y 0 ), que ∇ f ( x 0 , y 0 ) 6 = (0, 0) e desejemos saber em qual das direções v a derivada direcional é máxima (i.e., em que direção f cresce mais). É claro que, se trocarmos v por λv , a derivada direcional será multiplicada pela mesma constante λ , então,

para que o problema tenha sentido, vamos nos restringir a vetores v unitários. Como

∂ f ∂v

( x 0 , y 0 ) =

〈 ∇ f ( x 0 , y 0 ), v

, observamos que o maior valor para

∂ f ∂v

( x 0 , y 0 ) será atingido quando v for um vetor

unitário paralelo e com o mesmo sentido que ∇ f ( x 0 , y 0 ), i.e., v =

f ( x 0 , y 0 ) |∇ f ( x 0 , y 0 )|

. Para este último v ,

temos ∂ f ∂v

( x 0 , y 0 ) =

∂ f ∂v

( x 0 , y 0 ),

f ( x 0 , y 0 ) |∇ f ( x 0 , y 0 )|

= |∇ f ( x 0 , y 0 )|.

Proposição 8 Se f é diferenciável em ( x 0 , y 0 ) ∈ D e ∇ f ( x 0 , y 0 ) 6 = (0, 0), então a derivada direcional máxima de f em ( x 0 , y 0 ) ocorre na direção do vetor gradiente em ( x 0 , y 0 ) e vale |∇ f ( x 0 , y 0 )|. Em outras palavras, o vetor gradiente aponta sempre na direção de maior crescimento de f.

2 Regra da cadeia

Considere uma curva γ : (− ε , ε ) → D , γ ( t ) = ( x ( t ), y ( t )), de classe C^1 tal que γ (0) = ( x 0 , y 0 ) e f : D → R uma função de classe C^1. Vamos provar que a composição f ( x ( t ), y ( t )) é diferenciável em t = 0 e calcular o valor da derivada. Pelo teorema do valor médio para funções de uma variável, obtemos t 1 , t 2 entre 0 e t tais que

f ( x ( t ), y ( t )) − f ( x (0), y (0)) t

f ( x ( t ), y ( t )) − f ( x (0), y ( t )) t

f ( x (0), y ( t )) − f ( x (0), y (0)) t = fx ( x ( t 1 ), y ( t )) x ′( t 1 ) + fy ( x (0), y ( t 2 )) y ′( t 2 ).

Fazendo t → 0 na expressão acima e usando o fato que as funções envolvidas são de classe C^1 , concluímos que

d d t

t = 0

f ( x ( t ), y ( t )) = fx ( x 0 , y 0 ) x ′(0) + fy ( x 0 , y 0 ) y ′(0). (3)

Para facilitar a lembrança, abolimos as variáveis na expressão acima e obtemos

d d t

f ( x ( t ), y ( t )) =

∂ f ∂x

d x d t

∂ f ∂y

d y d t

Mostre que f admite derivadas parciais em ( x 0 , y 0 ) e α = fx ( x 0 , y 0 ), β = fy ( x 0 , y 0 ). Em particular, f é diferenciável em ( x 0 , y 0 ).

Exercício 3 Prove a recíproca do corolário (6), i.e., prove que se f : D → R é uma função e χ : R^2 → R é um funcional linear tal que

f ( x 0 + h , y 0 + k ) = f ( x 0 , y 0 ) + χ ( h , k ) + r ( h , k ) ,

com

r ( h , k ) p h^2 + k^2

→ 0 quando ( h , k ) → (0, 0) então f é diferenciável em ( x 0 , y 0 ) e d f ( x 0 , y 0 ) = χ.

Exercício 4 Determine (com justificativa) o conjunto dos pontos nos quais as funções abaixo são di- ferenciáveis:

(a) f é um polinômio em x , y (b) f é uma função racional (c) f ( x , y ) = 5

5 x^4 + 9 x^2 y^6 + 3 y^2 (d) f ( x , y ) = 3

x^2 y (e) f ( x , y ) = ln( x^2 + y^2 ) (f) f ( x , y ) = | x + y |

Exercício 5 Mostre que um funcional linear ϕ é diferenciável em todos os pontos de R^2 e ( x 0 , y 0 ) = ϕ.

Exercício 6 Mostre que f ( a ) = | a |^5 é diferenciável fora da origem e d f ( a ) · v = 5 | a |^3 〈 a , v 〉, para todos a 6 = 0 e v ∈ R^2. Generalize para f ( a ) = | a | r^ , para qualquer r ∈ R.

Exercício 7 Seja ϕ : R → R uma função contínua e considere f : R^2 → R dada por f ( x , y ) =

∫ (^) y

x

ϕ ( t ) d t ,

( x , y ) ∈ R^2. Mostre que f é de classe C^1 em R^2 e calcule a derivada de f em um ponto ( x 0 , y 0 ) ∈ R^2.

Exercício 8 Se f é diferenciável em ( x 0 , y 0 ), então existe pelo menos um vetor não-nulo v ∈ R^2 tal que ∂ f ∂v

( x 0 , y 0 ) = 0. Interprete este resultado geometricamente.

Exercício 9 Admitindo que f seja uma função diferenciável, encontre uma fórmula para a derivada de g ( x , y ) = f ( x , y ) k^ em ( x , y ) em termos da derivada de f em ( x , y ).

Exercício 10 Seja f : R^2 → R diferenciável tal que f ( t x , t y ) = t f ( x , y ) para todos t > 0 e ( x , y ) ∈ R^2. Mostre que f é uma função linear.

O que se pode dizer sobre a diferenciabilidade da função f ( x , y ) =

x^3 x^2 + y^2

, f (0, 0) = 0, no ponto

(0, 0)?

Exercício 11 Se f : R^2 → R é diferenciável e f ( x /2, y /2) = f ( x , y )/2 para todo ( x , y ) ∈ R^2 então f é linear.

Exercício 12 Seja f : D → R diferenciável em ( x 0 , y 0 ) ∈ D e γ : (− ε , ε ) → D uma curva diferenciável tal

que γ (0) = ( x 0 , y 0 ) e γ ′(0) = v. Prove que

∂ f ∂v

( x 0 , y 0 ) =

d d t

t = 0

f ( γ ( t )).

Exercício 13 (Desigualdade do valor médio) Seja f : D → R de classe C^1 em D tal que |∇ f ( u )| ≤ C para todo uD. Prove que | f ( p ) − f ( q )| ≤ C | pq | para todos p , qD.

Exercício 14 Seja A : R^2 → R^2 uma transformação linear e considere a função f : R^2 → R dada por f ( u ) = 〈 Au , u 〉, u ∈ R^2. Prove que f é de classe C^1 em R^2 e calcule a derivada de f em um ponto ( x 0 , y 0 ) ∈ R^2.

Exercício 15 Seja f : R^2 → R de classe C^1. Prove que f ( x 0 , y 0 ) = 0 e d f ( x 0 , y 0 ) = 0 se e só se existem funções contínuas a , b : R^2 → R tais que f ( x , y ) = a ( x , y ) x + b ( x , y ) y , para todo ( x , y ) ∈ R^2.

Exercício 16 Define o laplaciano de uma função f : D → R uma função de classe C^2 por

f = fxx + fy y.

Uma função é dita harmônica quando ∆ f = 0.

  1. Prove que a função f ( x , y ) =

ln( x^2 + y^2 ), ( x , y ) 6 = (0, 0), é harmônica.

  1. Uma função f : R^2 \ {0} → R é dita radial se existe ϕ : (0, ∞) → R tal que f ( x , y ) = ϕ (

x^2 + y^2 ), ( x , y ) ∈ R^2. Mostre que uma função harmônica radial deve ser da forma f ( x , y ) = A 2 ln( x^2 + y^2 )+ B , onde A , B são constantes reais.

  1. Seja T : R^2 → R^2 uma transformação linear e

( (^) a b c d

sua matriz em relação à base canônica. De- termine ∆( fT ) e mostre que ∆( fT ) = (∆ f ) ◦ T quando T é ortogonal.^1

Exercício 17 Seja f : R^2 → R de classe C^2.

  1. Prove que fx y ≡ 0 se e só se existem ϕ , ψ : R → R de classe C^2 tais que f ( x , y ) = ϕ ( x ) + ψ ( y ), para todos ( x , y ) ∈ R^2.
  2. Considere a mudança de variáveis x =

u + v 2

e y =

uv 2

. Determine fxx e fy y em função de fuu , fuv e fv v.

  1. Usando a mudança de variáveis do ítem anterior, mostre que f satisfaz a equação da onda

fxx = fy y

se e só se fuv = 0. Conclua, usando o ítem (a), que existem ϕ , ψ : R → R de classe C^2 tais que f ( x , y ) = ϕ ( x + y ) + ψ ( xy ) para todo ( x , y ) ∈ R^2. Esta última igualdade é chamada de Fórmula de d’Alembert.

  1. Dado α ∈ R não-nulo, use a mudança de variáveis x =

u + v 2

e y =

uv 2 α

e argumente como nos ítens anteriores para mostrar que se fy y = α^2 fxx então existem ϕ , ψ : R → R de classe C^2 tais que f ( x , y ) = ϕ ( x + αy ) + ψ ( xαy ) para todo ( x , y ) ∈ R^2.

Exercício 18 Neste exercício, vamos encontrar uma forma canônica para um tipo especial de função.

  1. Mostre que uma função ϕ : R → R de classe C^1 se anula na origem se e só se existe uma função contínua ψ : R → R tal que ϕ ( t ) = t ψ ( t ). (Dica: use o teorema fundamental do cálculo)
  2. Seja g : R^2 → R uma função de classe C^1 tal que g ( x , 0) = 0 para todo x ∈ R. Mostre que existe h : R^2 → R contínua tal que g ( x , y ) = xh ( x , y ), para todo ( x , y ) ∈ R^2. (^1) Isto significa que o laplaciano é invariante por transformações ortogonais.