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Uma revisão da literatura sobre avaliação e controlo de treino no remo, abordando técnicas, fatores que afectam a performance e nutrição. O texto discute a importância da escolha das melhores afinações, dependente de fatores como a condição física das tripulações, condições climatéricas, tipo de água e temperatura da água. Além disso, são apresentados estudos sobre o ciclo de remada, consumo de oxigénio, energia glicolítica e lactato, e nutrição de remadores.
Tipologia: Notas de estudo
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Capitulo II - Revisão da literatura
É Sayer (1996) quem nos dá uma imagem feliz do que tem sido o Remo ao longo da evolução dos tempos: «Remar é velho como o Mundo». Ao estabelecer as suas primeiras comunidades, o homem procurou as proximidades das ribeiras e dos rios, dos lagos e dos mares, pois uma necessidade vital se lhe impunha a sobrevivência. As águas ofereciam-lhe um precioso tesouro, a pesca e a possibilidade de subsistir. Subsistir constava em, para além do mais, alimentar-se e deslocar-se na superfície da água para descobrir ou conquistar, para atacar ou defender- se e porque não, para recrear-se. Assim, começou por flutuar sobre um tronco arrastado pela corrente dos rios, depois, construiu uma balsa pela união de vários juncos, o que lhe garantiu desde logo urna maior estabilidade. Seguidamente, descobriu a quilha e depois efectuou o estreitamento da proa o que lhe proporcionou uma maior velocidade. Os nossos antepassados foram, deste modo, avançando na sua conquista da navegação. Neste lento progresso, o homem descobriu o Remo. Talvez essa descoberta tenha sido feita através de uma diferente adaptação das longas varas com que ele impulsionava, por apoio no leito dos rios, esses troncos ou essas balsas. À descoberta do Remo, seguiu-se, como não podia deixar de ser, o seu aperfeiçoamento. Tornou a embarcação mais leve e desenhou a pá, conferindo-lhe maior rendimento.
As descobertas arqueológicas dos nossos dias, confirmam que a navegação a remo se praticava nas orlas do Báltico, numa época intermédia entre a Idade da Pedra e a Idade do Ferro, quer dizer, antes do aparecimento da Arca de Noé." (Marques, 1992). No desporto do Remo encontramos algumas das mais antigas e populares manifestações desportivas, que subsistem nos dias de hoje. Na história das competições de Remo, destaca-se a clássica regata entre as Universidades de Oxford e de Cambridge, que teve a sua primeira edição em 1829. Esta regata, que atrai muitos apreciadores da modalidade, atinge, segundo Marques (1992) os quinhentos mil espectadores.
Capitulo II - Revisão da literatura
1.2-TIPO DE PROVAS
As competições de remo vulgarmente denominadas por regatas, têm duas distâncias de referência: 5000 m e 2000 m. Entre Setembro e Janeiro (período preparatório) as regatas são de 5000 m e têm lugar em rios e albufeiras. De Fevereiro a Junho, período pré competitivo e competitivo que inclui as regatas mais importantes (Jogos Olímpicos, Campeonatos do Mundo e Taças do Mundo) a distância é de 2000 m em percursos delimitados por seis pistas.
1.3- CATEGORIAS
No escalão sénior, os (as) remadores (as) estão divididos (as) nas seguintes categorias:
1.4-TIPO DE EMBARCAÇÕES DE COMPETIÇÃO
As embarcações de Remo utilizadas em competição estão divididas em duas classes (Secher, 1992): uma denominada de “ponta”, onde cada remador utiliza um só remo, e outra de “parelhos”, onde são utilizados dois remos (mais pequenos), um de cada lado do barco. Como se pode verificar na figura n.º 1, o número de remadores por embarcação varia com a classe da mesma: assim, nas embarcações de “ponta”, o número de remadores pode ser 2, 4 ou 8; nas embarcações de “parelhos”, 1, 2 ou 4 remadores (Mahler e col., 1984). As embarcações de ponta de 2 e 4 remadores subdividem-se em dois tipos, com e sem timoneiro. As de 8 remadores têm sempre timoneiro.
Capitulo II - Revisão da literatura
Recordes do Mundo Tabelas nº1 – Recordes do mundo nos vários tipos de embarcações (adaptado de FISA coach manual)
Evento Tempo País Data Localização (M1x) 6:35.40 Nova Zelândia 2006 Eton, GBR (M2-) 6:14.27 Inglaterra 2002 Seville, ESP (M2x) 6:03.25 França 2006 Poznan, POL (M4-) 5:41.35 Alemanha 2002 Seville, ESP (LM2x) 6:10.02 Dinamarca 2007 Amsterdam, NED (LM4-) 5:45.60 Dinamarca 1999 Lucerne, SUI
(M4x) 5:36.20 Austrália 2008 Beijing, CHN
(M8+) 5:19.85 USA 2004 Athens, GRE (M2+) 6:42.16 Croácia 1994 Indianapolis, USA
(LM1x) 6:47.82 Inglaterra 2006 Eton, GBR
(LM8+) 5:30.24 Alemanha 1992 Montreal, CAN
(M4+) 5:58.96 Alemanha 1991 Vienna, AUT
(LM2-) 6:26.61 Irlanda 1994 Paris, FRA
(LM4x) 5:45.18 Itália 1992 Montreal, CAN
(W1x) 7:07.71 Bulgária 2002 Seville, ESP
(W2-) 6:53.80 Roménia 2002 Seville, ESP
(W2x) 6:38.78 Nova Zelândia 2002 Seville, ESP
(W4-) 6:25.35 Austrália 2006 Eton, GBR
(LW2x) 6:49.77 China 2006 Poznan, POL
(W4x) 6:10.80 Germany 1996 Duisburg, GER
(W8+) 5:55.50 United States 2006 Eton, GBR
(LW1x) 7:28.15 Roménia 1994 Paris, FRA
(LW2-) 7:18.32 Austrália 1997 Aiguebelette-Lac,FRA
(LW4x) 6:23.96 China 2006 Eton, GBR
Capitulo II - Revisão da literatura
1.6- DESCRIÇÃO TÉCNICA DO CICLO DE REMADA
Um dos conceitos mais enganadores sobre bem remar, é o que afirma haver diferentes técnicas para isso. Os treinadores pensam, frequentemente que para ter sucesso precisam de conhecer os segredos de uma particular técnica, mas isso não é verdadeiro. A maioria das Nações de sucesso está, em geral, de acordo com o que considera eficiente : 1- a necessidade de uma rápida e viva conexão no momento em que as pás tocam a água ; 2- que as pás precisam de maior acelaração durante toda a remada; 3 - que o movimento da volta - a recuperação - deve ser tão relaxado e controlado quanto possível. Onde encontramos diferenças é na ênfase que cada treinador coloca nos elementos que levam à boa técnica. Por exemplo, alguns acham muito importante desenvolver uma rápida aceleração final enquanto outros exigem mais concentração na aplicação da potência do ataque ( fase de aplicação das pernas). O que deve ser lembrado é que não há um remador com técnica perfeita e eu ainda estou para conhecer um treinador (ou um remador internacional) que esteja 100% satisfeito com a técnica da sua tripulação. O que nós vemos quando olhamos para uma tripulação é o nível da sua técnica , naquele momento , e isso não é necessariamente o produto final. Muitos podem acreditar que a técnica de remadores “top class”, que têm sido treinados pelo mesmo treinador por muitos anos, deve ter alcançado o estádio que representa o que eles e o seu treinador se têm esforçado por atingir. Isto também é falso, porque se sempre foi dito que a técnica busca a perfeição, então não haveria lugar para melhorá-la e, portanto, a complacência estaria alojada. A par disso, como a biomecânica e a fisiologia do remo são, a cada dia, melhor entendidas, tambem a técnica tem progredido gradualmente. É raro nos nossos dias encontrar grandes oscilações do corpo nos extremos da remada como se via no passado. Em geral, o movimento do corpo - e em particular o seu movimento no sentido vertical durante a remada – tem sido evitado. A ênfase é posta na minimização de qualquer movimento vertical, mantendo o corpo durante a remada em numa posição mecânica vantajosa. Adicionalmente, é importante evitar qualquer perda desnecessária de energia no retorno, ou seja, na fase de recuperação da remada
Capitulo II - Revisão da literatura
2 - OS PRINCIPAIS GRUPOS MUSCULARES UTILIZADOS NO REMO
No Remo, o movimento principal é o movimento muscular coordenado que requer a aplicação da força de uma forma repetitiva e máxima, mas suave. Todos os grandes grupos musculares contribuem para este movimento. As exigências musculares foram analisadas pelo Dr. Thomas Mazzone. O movimento do Remo foi dividido na sequência que se segue:
Capitulo II - Revisão da literatura
2.1. - A tomada de água Nesta fase os músculos do tronco posterior estão relaxados para permitirem a flexão do tronco que é feita pelos abdominais.
Figura nº 3 – Tomada da água ( Adaptado Kinesiology of the rowing stroke , NSCA Journal)
2.2. – A fase motora 2.2.1 - Membros inferiores A importância dos, membros inferiores No início da remada é exigida a força máxima dos membros inferiores. Os quadricipedes estendem os joelhos e os pés fazem uma ligeira flexão plantar.
Figura nº 4 – Importância da participação dos membros inferiores (Adaptado Kinesiology of the rowing stroke , NSCA Journal)
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2.3. - Final
Os joelhos e os tornozelos mantêm-se constante enquanto as ancas completam a extensão total.
Os extensores das costas contraem-se continuamente e os membros superiores rodam internamente através da contracção do latissimus
Figura nº 7 – Final (Adaptado de Kinesiology of the rowing stroke , NSCA Journal)
2.4. - Recuperação
Os membros superiores estão relaxados e são afastados do tronco pela acção dos tricepedes. Os deltóides anteriores contraem-se e há uma ligeira flexão do tronco
Figura n.º 8 Recuperação (Adaptado Kinesiology of the rowing stroke , NSCA journal)
Capitulo II - Revisão da literatura
3 - CARACTERIZAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DOS REMADORES
3.1 - Variáveis Antropométricas
Os atletas de elite dos diferentes desportos variam nas suas características físicas e fisiológicas (Bourgois et ai, 2000). Assim, a quantificação do físico, que pode ser chamada de antropometria de atletas de alto rendimento é uma referência na relação entre a performance desportiva e a estrutura corporal (Bourgois et ai, 2000). No caso do remo, enquanto desporto de tipo de endurance, as dimensões e a massa corporal são factores indubitavelmente relacionados com a performance (Shephard, 1998). Neste capítulo iremos primeiro relacionar algumas características antropométricas com a performance em Remo (8.1.1.1) e numa segunda parte analisaremos os protocolos utilizados (8.1.1.2). Uma vez que as características físicas dos remadores "Peso Ligeiro" diferem completamente das dos "Pesados", torna-se importante diferenciar e analisar separadamente estas categorias.
3.1.1. Relação entre variáveis antropométricas de remadores e de remadoras e a sua performance.
Neste capítulo iremos abordar a relação que se estabelece entre a estatura, a massa, as percentagens de massa gorda e de massa magra e a performance em Remo.
3.1.1.1. Estatura e Massa
A constituição morfológica dos remadores parece ter influência na sua performance, uma vez que, segundo Shephard, (1998), os remadores de sucesso são indivíduos altos e pesados e os de menos sucesso são os mais baixos e leves. A tabela nº 1, adaptada de Secher, (1990), procura resumir vários estudos com remadores de diferentes níveis competitivos, diferentes categorias e diferentes sexos. Da análise da tabela nº 1 parece depreender-se que, em média, para os remadores pesados, quanto maior é o nível competitivo maiores são a estatura e a massa do remador.
Capitulo II - Revisão da literatura
eram mais altos e mais pesados, relativamente aos não seleccionados. No segundo caso os autores verificaram que, quando comparados os remadores finalistas com os não finalistas, os primeiros eram mais pesados e mais altos, como pode ser comprovado na tabela nº 3.
Tabela nº 4 – Valores médios de Estatura e de Massa em remadores Juniores candidatos a participar num Campeonato do Mundo (Bourgois et ai, 1998) e participantes no Campeonato do Mundo de 1997 (Bourgois et ai., 2000) Nível competitivo Idade Nº de atletas Massa (Kg)
Estatura (cm) Candidatos a Seleccionados 17,0 (^10) 81,2 ±5,0 186 ±3, participarem num campeonato do Mundo
Não seleccionados
Participantes nos Finalistas 17,2 (^144) 84,8±7,1 189 ±5, Campeonatos do Mundo (^) Não Finalistas 17,8 (^222) 80,6±7,0 186 ±6,
Como já foi referido, as características físicas dos remadores PL (Pesos Ligeiros) diferem radicalmente da dos "Pesados" e tal facto parece influenciar o modo como as características se relacionam com a performance. De facto, a tendência descrita anteriormente para os remadores pesados parece não se verificar nos remadores PL, como se pode constatar no estudo apresentado por Jensen (1994). Neste, o autor apresenta os valores da estatura e da massa relativos a remadores Dinamarqueses PL participantes e não participantes num (CM) Campeonato do Mundo, em que os primeiros não são, em média, nem mais altos nem mais pesados (ver tabela nº 4).
Tabela nº5 - Valores médios e desvio padrão da idade, Estatura e Massa em remadores PL Dinamarqueses (Jensen,1994) Idade (anos) Estatura (cm) Massa (kg) Participantes C.M. 25,2±3,5 182±4,7 74,5± 3, Não participantes C.M 23,2±3,8 183±4,5 74,8±4,
O estudo desta relação com remadores de menor nível competitivo, foi realizado por Cosgrove et ai. (1999), com resultados diferentes dos obtidos no estudo anterior. Assim,
Capitulo II - Revisão da literatura
os autores caracterizaram 13 remadores de nível competitivo de clube e constataram que se a relação entre a estatura e a performance foi fraca, a relação entre a massa e a performance foi relativamente forte, como se pode observar na tabela n.º 5.
Tabela n.º 6 - Valores de correlação de estatura e da massa com a performance máxima em "2000 m" em CIIRE (Cosgrove et ai., 1999) Estatura (cm) Massa (kg) 181± 5 73,1 ±6, Correlação com a performance 0,207 0,
Convém referir que os rendimentos são bastante diferentes, quando se comparam atletas que se apuram para Campeonatos do Mundo com atletas que apenas realizam o seu treino regular em clubes com o objectivo único de participar nas regatas das federações a que pertencem.
3.1.1.2. Percentagem de Massa Gorda e Massa Magra
Para estudos da respectiva composição, o corpo humano pode ser dividido em quatro partes: massa muscular (MM), massa gorda (MG), massa óssea (MO) e massa residual (MR). Nesta última estão incluídos os diversos órgãos que formam o corpo humano: o sangue, a pele e o sistema nervoso segundo Pollock et ai., (1993). Para fins mais didácticos, os autores sugerem a divisão do corpo humano em duas componentes: a massa corporal isenta de gordura (massa corporal magra) e a gordura corporal. A gordura corporal, segundo Kacth et ai. (1996), pode ser classificada sob duas formas: A primeira "gordura essencial" consiste na gordura armazenada internamente nos principais órgãos, intestinos, músculos e tecidos ricos em lípidos presentes no sistema nervoso central. Este tipo de gordura é indispensável para o funcionamento fisiológico satisfatório do organismo. A segunda: "gordura armazenada" consiste na gordura acumulada no tecido adiposo que, internamente, reveste vários órgãos e ainda, em grande volume, na camada de gordura subcutânea.
Capitulo II - Revisão da literatura
4 – CARACTERIZAÇÃO DO ESFORÇO NA MODALIDADE DE REMO
O Remo é classificado segundo Garcia e Sóidan (1991), como um desporto aquático que se realiza à superfície da água, em embarcações com uma propulsão de origem mecânica. O Remo, com a excepção do single scull , é um desporto de endurance que envolve dois ou mais remadores a trabalhar em conjunto de uma forma rítmica e síncrona (Hagermann e Hagermann, 1990). O Remo de competição é um desporto considerado como dos mais exigentes a nível da resistência muscular (Hagermann, 1984, citado por Wiener e col., 1995) e “como um dos mais exigentes, do ponto de vista fisiológico, (Vo 2 máx. e participação das três vias energéticas) comparativamente a outros desportos de predomínio aeróbio” (Hagermann e Hagermann, 1990). Se Korner (1993) e Gullstrand (1996) classificam o Remo como um desporto de endurance, Steinacker e col. (2000), são ainda mais precisos, classificando-o como um desporto de endurance de média duração. De acordo com esta classificação, o remador para obter um bom rendimento necessita de elevados níveis, quer de força (para alcançar uma elevada potência de remada), quer de resistência (para manter essa mesma potência durante 2000m) (Steinacker e col., 2000). “Os remadores de elite são um grupo de atletas que exibem um grande consumo de oxigénio” (Gullstrand, 1996, p198), o que se reflecte na predominância do metabolismo aeróbio durante o esforço competitivo, sendo este responsável pelo fornecimento de 67% (Steinacker, 1993), 70% (Mahler e col., 1984), 84% (Russell e col., 1998) ou 87,7% (Pripstein e col., 1999) da quantidade total de energia. Nos remadores em período competitivo o limiar corresponde a 80%, 85%do. Vo 2 máx. No remo, as competições são de alta intensidade, pelo que as capacidades anaeróbicas aláticas e lácticas, assim como aeróbia, são utilizadas no seu máximo. Tal esforço exige altas capacidades metabólicas e grande massa muscular, das quais aproximadamente 70% são utilizados com uma média de potência de 450 W a 550W, pois todas as extremidades e o tronco participam na propulsão do barco. (Steinacker, 1998) Em termos de potência, o limiar anaeróbio corresponde aproximadamente a menos 60 W do resultado obtido num teste ergométrico máximo de 2000 metros (Steinacker, 1993).
Capitulo II - Revisão da literatura
Segundo Thor Nilsen, 2004 FISA Coach Conference- Japan o VO 2 nas 4mmol/l é aproximadamente 85% do Vo 2 máximo e o lactato máximo diminui com o treino devido ao aumento da capacidade metabólica oxidativa. A curva de lactato é sensível à mudança no treino de resistência. O remo competitivo necessita das três vias energéticas, dai que não se possa reduzir o trabalho de desenvolvimento das vias anaeróbias. A intensidade do exercício varia de acordo com a fase de treino, bem como com as características especificas e nível de treino de cada atleta. Quando as condições ambientais não favorecem a prática do remo ao ar livre, utiliza-se um ergometro específico, o remoergometro, no qual o atleta pode treinar in door. Este equipamento permite avaliar a potência mecânica desenvolvida (watts). Com um maior rigor no controlo do ritmo (voga - remadas por minuto) da remada, bem como a simulação de distâncias e intensidades próximas das regatas.
Tabela n.º 8 – Valores dos recordes do Mundo em remo ergometro, adaptado de www.concept2.com
Idade Massa Nome Pais Tempo Época
19– 29 H Rob Waddell Nova Zelândia 5:38.3 1999
HPL Henrik Stephansen Dinamarca 5:58.5 2009
Segundo Ulrich Hatmann e Alois Mader in Rowing Faster, 2005, o remo é um desporto de resistência de grande exigência técnica. Requer disciplina individual e também trabalho de equipa, muitos anos de grande rigor técnico que favorece a condição física e o aumento da resistência e da força. Apesar das mudanças no equipamento do remo, nas tendências modernas do treino e nas alterações dos requisitos da estatura, muitos especialistas estão de acordo em que o desenvolvimento que a performance do remo conheceu nos últimos trinta anos se deve, em grande parte, à melhoria da condição física. A performance metabólica determina, de forma decisiva, a performance psicológica específica do remo. Numa regata que dure cinco minutos e trinta segundos, a potência mecânica média dos atletas masculinos de elite é de cerca de 475-525 W no remo-
Capitulo II - Revisão da literatura
Gráfico nº 2 - contributo dos diferentes tipos de metabolismos para o fornecimento total de energia para remadores
Gráfico nº 3 - contributo dos diferentes tipos de metabolismos para o fornecimento total de energia para remadores Os atletas de elite conseguem usar uma técnica de remo excelente para compensar um desempenho metabólico inferior, pelo que, embora um elevado desempenho metabólico seja necessário, ele, por si só, não se traduz em sucesso. É impossível inferir directamente a velocidade de competição partindo apenas do desempenho metabólico. O gráfico nº 4 mostra a possível contribuição de cada uma das fontes energéticas. Com um desempenho glicolítico crescente, o fornecimento anaeróbio
Capitulo II - Revisão da literatura
láctico que é habitualmente de cerca de 10% num remador bem treinado, pode aumentar para 15% à custa de uma diminuição (85 para 80%) do fornecimento de energia aeróbia.
Gráfico nº 4 - Contribuição das fontes de energéticas ao longo de um esforço de 6´
4.1.1 - VIA AERÓBIA No remo, a potência é mensurável com recurso a ergometros, podendo um remador de elite produzir uma potência efectiva de 520W, ao remar durante um período de seis minutos equivalente a uma prova de 2000m.