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Aplicação do Arco de Maguerez na Assistência de Enfermagem a Crianças Hospitalizadas, Exercícios de Enfermagem

Um relato de experiência de acadêmicos na aplicação do arco de maguerez na assistência de enfermagem a crianças hospitalizadas, com ênfase no papel da família e da enfermagem no cuidado. O documento discute a importância de apoiar e informar a família, a compreender-la como sujeito principal do cuidado, e a utilizar a política nacional de humanização brasileira para minimizar os efeitos negativos da internação. O arco de maguerez é descrito como estratégico para promover ações de saúde à criança hospitalizada e sua família.

O que você vai aprender

  • Quais estratégias podem ser utilizadas para minimizar os efeitos negativos da internação em crianças?
  • Como a família pode ser apoiada e informada durante a internação de uma criança?
  • Qual é o objetivo da aplicação do Arco de Maguerez na assistência de enfermagem a crianças hospitalizadas?

Tipologia: Exercícios

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Raimundo
Raimundo 🇧🇷

4.6

(212)

216 documentos

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APLICAÇÃO DO ARCO DE MAGUEREZ NA ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA
HOSPITALIZADA
Ana Gabriella Slva dos Santos1;
Anndreya Marques de Souza Rodrigues1;
Kananda Karla Andrade Freitas1;
Luana Nunes Lima1;
Pamela Uaqui Alvino dos Santos1;
Rodrigo Augusto Gonçalves Fonseca1;
Manuela Costa Melo2.
1 Acadêmicos Escola Superior em Ciências da Saúde, Brasília, Distrito Federal, Brasil.
2 Docente da Escola Superior em Ciências da Saúde, Brasília, Distrito Federal, Brasil.
Resumo: Internação hospitalar é uma experiência angustiante a qualquer indivíduo, porém os
sentimentos podem estar potencializados quando se trata de criança. Objetivo: Aplicar o Arco
de Maguerez na atenção à saúde da criança hospitalizada. Método: A atividade refere-se ao
relato de experiência de acadêmicos na utilização do Arco de Maguerez, com embasamento
teórico nos pressupostos da Metodologia da Problematização, aplicada na assistência de
enfermagem à criança em um hospital-ensino, localizado no Distrito Federal, Brasil. A
atividade ocorreu entre março e abril de 2017. Participaram seis acadêmicos. Resultado:
Aplicado as cinco etapas do Arco de Maguerez. No qual os acadêmicos vivenciaram crianças
internadas em processo de sofrimento com a hospitalização; foram levantados, e
problematizaram sobre o conceito de hospitalismo e hospitalização, suscetibilidade das
crianças para o fenômeno do hospitalismo; os acadêmicos buscaram informações seguras que
possibilitaram suporte teórico; e propuseram momento de discussão dialogada com os
familiares e criancas; orientação relacionada ao processo da internação. Considrações finais:
O Arco de Maguerez demonstrou ser estratégico e possibilitou o desenvolvimento de ações de
promoção da saúde à criança hospitalizada e sua família.
Palavras chave: Criança; Promoção da Saúde; Educação em Saúde; Educação em
Enfermagem.
Keywords: Child; Health Promotion; Health Education; Education, Nursing.
Palabras clave: Niño; Promoción de la Salud; Educación en Salud; Educación en Enfermería.
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APLICAÇÃO DO ARCO DE MAGUEREZ NA ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA

HOSPITALIZADA

Ana Gabriella Slva dos Santos 1 ; Anndreya Marques de Souza Rodrigues 1 ; Kananda Karla Andrade Freitas^1 ; Luana Nunes Lima^1 ; Pamela Uaqui Alvino dos Santos 1 ; Rodrigo Augusto Gonçalves Fonseca^1 ; Manuela Costa Melo^2_._ 1 Acadêmicos Escola Superior em Ciências da Saúde, Brasília, Distrito Federal, Brasil. (^2) Docente da Escola Superior em Ciências da Saúde, Brasília, Distrito Federal, Brasil. Resumo: Internação hospitalar é uma experiência angustiante a qualquer indivíduo, porém os sentimentos podem estar potencializados quando se trata de criança. Objetivo: Aplicar o Arco de Maguerez na atenção à saúde da criança hospitalizada. Método: A atividade refere-se ao relato de experiência de acadêmicos na utilização do Arco de Maguerez, com embasamento teórico nos pressupostos da Metodologia da Problematização, aplicada na assistência de enfermagem à criança em um hospital-ensino, localizado no Distrito Federal, Brasil. A atividade ocorreu entre março e abril de 2017. Participaram seis acadêmicos. Resultado: Aplicado as cinco etapas do Arco de Maguerez. No qual os acadêmicos vivenciaram crianças internadas em processo de sofrimento com a hospitalização; foram levantados, e problematizaram sobre o conceito de hospitalismo e hospitalização, suscetibilidade das crianças para o fenômeno do hospitalismo; os acadêmicos buscaram informações seguras que possibilitaram suporte teórico; e propuseram momento de discussão dialogada com os familiares e criancas; orientação relacionada ao processo da internação. Considrações finais: O Arco de Maguerez demonstrou ser estratégico e possibilitou o desenvolvimento de ações de promoção da saúde à criança hospitalizada e sua família. Palavras chave: Criança; Promoção da Saúde; Educação em Saúde; Educação em Enfermagem. Keywords: Child; Health Promotion; Health Education; Education, Nursing. Palabras clave: Niño; Promoción de la Salud; Educación en Salud; Educación en Enfermería.

Introdução O ambiente hospitalar é caracterizado por rotinas de cuidados e por intervenções terapêuticas que podem ser dolorosas e restritivas, porém necessárias à melhora do estado clínico do individuo. A internação hospitalar é uma experiência normalmente angustiante e preocupante para qualquer indivíduo, porém os sentimentos podem estar potencializados quando se trata de criança. A hospitalização de criança impõe modificações na vida da família, exigi readaptações frente a esse fenômeno (Melo et al, 201 4 ). Essa adaptação requer transformar a permanência fatigante em agradável. Nesse intuito faz-se necessário que a família receba apoio e informações de profissionais envolvidos com a assistência da criança, em especial a enfermagem, tornando-se necessário compreender a família como sujeito principal da ação no cuidar. O cuidar é um indicador relevante de qualidade no atendimento à saúde. A sua importância encontra suporte na atenção prestada pelos serviços e profissionais de saúde, e a Enfermagem possui um papel significativo, pois os Enfermeiros, um dos profissionais de saúde, que são legal e profissionalmente, responsáveis por quaisquer intervenções que possam utilizar em apoio à saúde do individuo. A Política Nacional de Humanização brasileira propõe a utilização de tecnologias de humanização da atenção e da gestão no campo da saúde. A presença do acompanhante junto ao usuário dos serviços de saúde é uma das estratégias utilizadas para minimizar os efeitos negativos da internação, especialmente aqueles relacionados a aspectos emocionais. Pois, contribui para fortalecer o núcleo familiar e social da pessoa hospitalizada, facilita o fluxo de informações, a identificação de necessidades, incluindo a comunidade nos cuidados, o que fortalece sua confiança no período de internação (Pasche et al, 2011; Ministério da Saúde, 2007 ). Objetivo Aplicar o Arco de Maguerez na atenção à saúde da criança hospitalizada em atividade com os acadêmicos do curso de Enfermagem da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). O tema proposto para o desenvolvimento de tal processo foi a Educação em Saúde em uma unidade pediátrica com os acadêmicos da segunda série. Referencial Teórico Em 1988, com a criação do sistema público de saúde brasileiro, o Sistema Único de Saúde (SUS) (Presidência da República, 1990), houve a necessidade de estruturação dos

  • Etapa 1 : observação da realidade (problema) - este é o momento do olhar criterioso diante da situação apresentada, observar a realidade, identificar os aspectos intrigantes e problemáticos da realidade;
  • Etapa 2 : pontos chave - procuram-se, diante da observação, as possíveis indagações, é o momento de levantar os determinantes do problema, ou seja, identifica as variáveis que podem contribuir para a compreensão e solução do problema identificado;
  • Etapa 3 : teorização - informações são analisadas, buscando explicações acerca da realidade observada e a compreensão dos pontos-chaves, possibilitando algumas conclusões que viabilizarão a etapa seguinte;
  • Etapa 4 : formulação de hipóteses de solução - após o aprofundamento teórico do problema, este é o momento de reflexão. As hipótese são construídas a partir da profunda compreensão do problema, utilizando-se criatividade e originalidade, para buscar novas maneiras para a resolução desses, de acordo realidade observada inicialmente e das limitações da realidade;
  • Etapa 5 : aplicação à realidade (prática) - momento em que ocorre a ligação entre a prática e a teoria, com o objetivo de intervir na realidade e modificá-la, as soluções eleitas como viáveis e o estudante aprende a generalizar o aprendido para utilizá-lo em diferentes situações, permitindo que ele saia do âmbito intelectual e volte a sua realidade, O método permite incorporar ideias e criar novas ideias e depois confrontá-las com a realidade, possibilitando o desabrochar de todas as suas potencialidades. Favorece ainda a integração das instâncias do ensino e do serviço que serve de cenário à prática acadêmica, bem como a integração com a comunidade, à qual, em última instância, se voltam as intervenções elencadas no processo de aprendizagem (Moura & Machado, 2016). Método A atividade refere-se ao relato de experiência de acadêmicos com a utilização do Arco de Maguerez (Berbel, 2012). A atividade possui embasamento teórico nos pressupostos da metodologia ativa, Metodologia da Problematização, aplicada durante as atividades curriculares da ESCS, na área da assistência de enfermagem na saúde da criança, no setor de internação pediátrica em um hospital-ensino, localizado no Distrito Federal. Os participantes dessa atividade foram seis acadêmicos. O desenvolvimento da atividade ocorreu no período entre março e abril de 201 7.

Resultado e Discussão Esta atividade foi desenvolvida pelos acadêmicos de Enfermagem, que assumiram o protagonismo do seu aprendizado, e pelo docente, que atua no direcionamento das ações, e será apresentada de acordo com as etapas desenvolvidas no Arco de Maguerez, conforme explicitado. Etapa 1 - Observação da realidade Apresentamos o contexto que despertou a atenção: o processo de hospitalização com as crianças internadas, justificado pela necessidade de cuidados específicos aos cuidados pediátricos e prevenção de agravos, com foco na promoção e restauração da saúde. A observação ocorreu durante o desenvolvimento das atividades acadêmicas, que ao conversar com uma das crianças internadas, observou a face de tristeza estampada. Neste estudo chamaremos essa criança com o nome fictício, Bela, de 5 anos. Relato inicial: “Assim, que ocorreu a abordagem dos acadêmicos, Bela parou de chorar, começamos a conversar e seu semblante mudou, ela demonstrava estar mais feliz, e encantada com a palavra “tórax” que acabara de conhecer”. Após essa aproximação, as atividades seguiram de cordo com o programado, e pouco tempo depois, re-encontramos a Bela, e novamente em um choro velado, questionamos a respeito daquele comportamento, pois acreditava que o tempo que ela estava internada, cerca de dois dias, não era suficiente para tanta tristeza. Esse comportamento chamou atenção, e fomos conversar com professora responsável pela Classe Hospitalar, classe localizada dentro da unidade pediátrica, na esperança de que ela pudesse sugerir atividades de entreterimento. Ela nos falou sobre o “hospitalismo”, termo que até o momento, desconhecido ao grupo, e na conversa observamos que esse comportamento era extremamente comum e esperável para todas as internações. O Programa Classe Hospitalar, prevista pelo Ministério da Educação e do Desporto do Brasil, por meio da publicação da Política Nacional de Educação Especial, mantém assegurado, que o aluno que por motivo de internação ou qualquer outra enfermidade, tem garantido o atendimento escolar que cumpra o conteúdo ministrado pela escola regular, afim de que, o aluno não perca o ano letivo além de facilitar o seu retorno à escola. Esse documento é embasado na política de inclusão e contribui para a humanização da assistência hospitalar. Além disso, esclarece todas as questões que permeiam a classe hospitalar, desde como deve ser feita sua implantação até o seu funcionamento: recursos humanos, quadro de funcionários, integração com a escola, recursos e atendimento pedagógico, entre outros.

Esse é o momento de propor hipóteses de soluções ao problema encontrado, e assim, propomos discussão dialogada com os familiares, crianças e profissionais de saúde; orientação relacionada ao processo da internação; praticar a ludicidade com as crianças. A partir do conhecimento adquirido pelo grupo de acadêmicos, e de ampla discussão dialogada, entre os acadêmicos e o docente, sobre como seria realizada a aplicação da proposta, foram idealizados as seguintes soluções:

  • envolver o acompanhante em uma atividade de reflexão, proporcionada pelos próprios acadêmicos, por meio de perguntas simples sobre essa e/ou outras experiências de internação da criança, seguida de orientação relacionada ao processo vivenciado naquele momento;
  • presentear a criança com objetos simples e financeiramente acessíveis, como folhas para pintar, giz de cera e mordedores, capazes de entreter a criança durante esse período. Etapa 5 – Aplicação à Realidade Foi possível realizar as soluções propostas na etapa anterior. A experiência proporcionada por esse estudo foi surpreendente, tanto para o grupo que não esperava tamanha sensibilização e rapidez na formação de vínculo com o acompanhante, evidenciado por abraços solicitados pelos participantes, relatos pessoais, além de demonstração de gratidão, como aos acompanhantes e crianças que não se sentem parte daquele ambiente, e em parte são obrigados a participar das rotinas do serviço, de repente percebidos por si mesmos como parte importante no processo de hospitalização, digna de escuta qualificada e acolhida humanizada. Reflexão da atividade Foi notório, nas conversas ocorridas, com as crianças e os acompanhantes, que a partir das discussões acerca das dificuldades enfrentadas por elas e seus filhos, as mães se sentiram muito mais acolhidas e puderam externar esses sentimentos de medo, angústia e agonia por estar longe do conforto familiar. A experiência foi de grande crescimento pois possibilitou a percepção de que todo conhecimento pode ajudar a prestar uma assistência em saúde de forma melhor e mais humanizada. A conversa, o apoio que pudemos prestar a essas mães, reforçaram que não precisa de muito para possibilitar mair conforto no ambiente hospitalar. Os acompanhantes e crianças querem muito, serem ouvidos e terem seus medos/angústias compartilhados com alguém que quer ouvir e que possa-o apoiar e aconselhar.

Para as crianças foi dados brinquedo e caderno com desenhos e giz de cera para que pudessem ocupar um pouco do tempo que estão internados, e com isso, promover um sentimento menos desconfortável naquele ambiente que não se assemelha em quase nada com o “natural” que eles costumam viver. Contribuições para a área da saúde A partir das atividades desenvolvidas, percebemos que as estratégias de assistência e educação em saúde, quando realizada de forma clara e compreensiva, propicia o desenvolvimento da autonomia no cuidado e na promoção da saúde. Essas consistem em relevantes instrumentos de trabalho, pois permitem identificar problemas e buscar soluções, de forma simples e dinâmica. Considerações finais A vivência desta prática permitiu desenvolver um processo de ação-reflexão-ação acerca da autonomia e das atribuições do Enfermeiro, apresentada a transformação da realidade diante do problema apresentado. Percebemos que a experiência da aplicação do Arco foi essencial à formação profissional, se constituindo em estratégia que oportuniza ao estudante o aprender a aprender. O Arco de Maguerez demonstrou ser estratégico e buscou a visão crítica reflexiva e criativa do acadêmico, e possibilitou o desenvolvimento de ações de promoção da saúde à criança hospitalizada e sua família. Referências Berbel, N.A.N., (2012). Metodologia da Problematização: com o Arco de Maguerez. Londrina: Ed. UEL, pp 71- 107. Berbel, N.A.N., (2016). A utilização de metodologias da problematização com o Arco de Maguerez no cuidar em saúde. In. França FC de V; Melo MC; Guilhem D (org.). Processo de Ensino e Aprendizagem de Profissionais de Saúde: a Metodologia da Problematização por Meio do Arco de Maguerez – 1ª Ed. – Brasília, Coleção Metodologias Ativas, pp 112 - 118. Bowlby J., (1960). Separation Anxiety. The International Journal of Psycho-analysis. 41 :89-

Bordenave, J.D., & Pereira, A.M., (2012). Estratégias de ensino-aprendizagem. 32. ed. Petrópolis, RJ:Vozes.