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Os resultados de uma pesquisa exploratória sobre os testes genéticos mais utilizados na prática clínica de nutricionistas no brasil e os laboratórios mais solicitados. O estudo enfatiza a importância da nutrigenômica e nutrigenética na nutrição personalizada e o papel dos testes genéticos preditivos na prevenção de doenças crônicas.
Tipologia: Notas de estudo
Compartilhado em 07/11/2022
4.4
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Desde a publicação do Projeto Genoma Humano em 2003, houve avanços consideráveis na pesquisa genética e na utilidade clínica dos testes genéticos (TG) na nutrição. Com base nisso, um número crescente de empresas está fornecendo os TG visando o mercado da nutrição personalizada (NP). O objetivo desse trabalho é caracterizar quais são os testes genéticos mais utilizados dentro da prática clínica no Brasil e quais são os laboratórios mais utilizados. Foi realizada uma pesquisa exploratória de campo com nutricionistas de área clínica que trabalham em consultórios com os TG no Brasil. A pesquisa foi aplicada através da internet pela plataforma de pesquisa online SurveyMonkey®. Foram feitas duas perguntas abertas sobre o tipo de teste nutrigenético solicitado para os pacientes e em qual laboratório. Antes de responder as perguntas o participante precisou dar o aceite no Termo de Consentimento livre e Esclarecido (TCLE). 98 nutricionistas responderam à pesquisa e 6 8 com respostas completas. Sobre os tipos de teste genéticos solicitados, as respostas dos pesquisados contemplavam marcadores relacionados a nutrição, metabolismo, atividade física e a propensão ao desenvolvimento doenças crônicas (DC). Os 4 laboratórios mais solicitados para realização dos testes genéticos por nutricionistas da pesquisa são: Centro de Genomas com 38,9% (n=28); Biogenetika 1 3,9% (n= 10 ); DF Medica e Nutrigenomix, cada um com 1 1, 1 % (n=8). A nutrição personalizada baseada em genótipo pode oferecer uma perspectiva de melhorar a alimentação com a ajuda da nutrigenômica e começar cedo na prevenção da doença, especialmente em doenças crônicas que, tem um período de latência maior que outras doenças. É necessário estar atento que, ao mesmo tempo que os resultados dos TG podem fornecer uma motivação para uma mudança de comportamento de um paciente, uma atitude fatalista ou negativa frente aos resultados também pode acontecer. Outro ponto é que os laboratórios também poderiam investir em cursos gratuitos iniciais para os nutricionistas que desejam firmar parcerias e atuar na área. A nutrigenética e a nutrigenômica são áreas em franco crescimento, entretanto, faltam estudos nesse seguimento. No Brasil, a maior parte dos estudos são na área de nutrigenômica e, ainda são raros, os estudos em nutrigenética. A pesquisadora declarou não ter conflitos de interesse no estudo. Palavras-chave : testes genéticos; nutricionista; nutrigenômica; atendimento nutricional.
Desde a publicação do Projeto Genoma Humano (PGH) em 2003, com a decodificação e o sequenciamento do DNA, houve avanços consideráveis na pesquisa genética e na utilidade clínica dos testes genéticos (HORNE et al. , 2018). Conti, Moreno e Ong (2010), acrescentam que a descoberta do PGH de cerca de 25 mil genes impulsionou a busca pelo entendimento nas interações gene-ambiente, sejam elas influenciadas pelo tabagismo, fármacos, poluição, estresse, atividade física e pela dieta. Os recentes progressos na genética sugerem que o aconselhamento nutricional baseado no genótipo, pode aumentar a eficácia de intervenções planejadas para reduzir o risco de DCNT e reforça a ideia de que a informação genética poderia ser usada para promover mudanças comportamentais. Entretanto, se o “determinismo genético” prevalecer, as pessoas podem assumir uma atitude negativa em relação à melhoria ou manutenção da saúde, porque seu perfil genético não pode ser modificado. O contrário também é possível, ou seja, um indivíduo com um “genótipo protetor” pode adotar um estilo de vida pouco saudável porque se sente protegido geneticamente (CELIS-MORALES et al. , 2015). Dentro da ciência da nutrição, a nutrigenômica relaciona a influência dos nutrientes na expressão dos genes e a regulação dos processos biológicos, ou seja, como um composto bioativo (CBA) atua direta ou indiretamente na expressão gênica e na síntese de uma determinada proteína com efeitos benéficos ou maléficos à saúde (COMINETTI, ROGERO e HORST, 2017). A nutrigenética estuda a influência da variabilidade genética entre os indivíduos, pelas diferenças no estado de saúde e no risco de doenças, considerando os diferentes padrões de ingestão alimentar sobre as necessidades nutricionais. Os polimorfismos de base única chamados Single Nucleotide Polymorphism (SNP), são as alterações mais estudadas dentro da nutrigenética e, as respostas individuais a partir de um contato com o ambiente, são determinantes no aumento ou diminuição do risco de doenças (CINTRA, 2018).
se desenvolver uma pesquisa a respeito dos laboratórios mais utilizados no país e os tipos de testes mais solicitados. 3 OBJETIVO
Electronic Library Online (Scielo). Para essa busca, foi estabelecida a utilização de trabalhos realizados nos últimos cinco anos, a partir de 20 14 e os descritores utilizados foram: “testes genéticos”; “nutrigenômica”; “nutrigenética”; “epigenética nutricional”. Para as perguntas referentes aos laboratórios solicitados, as respostas foram organizadas em uma tabela com frequência absoluta e relativa em percentual. Já para a questão relativa ao tipo de teste solicitado, como nem todos responderam, alguns nutricionistas só citaram o nome do teste, sem especificar, os dados não foram agrupados. 5 DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS A pesquisa (APÊNDICE A) foi respondida por 98 nutricionistas. Deste total, 68 respostas foram válidas ou completas. Mesmo com a explicação do TCLE (APÊNDICE B) e o aceite, 30 nutricionistas não terminaram a pesquisa ou deixaram as respostas incompletas. Sobre os tipos de teste genéticos solicitados, as respostas dos pesquisados contemplavam marcadores relacionados a nutrição, metabolismo, atividade física e a propensão ao desenvolvimento doenças crônicas (DC). Horst (2017) afirma que os testes genéticos nutricionais têm caráter preditivo e surgiram no Brasil em 2012. Os TG podem identificar polimorfismos que predispõem riscos para DC e investigar genes relacionados com o metabolismo de nutrientes e até com a obesidade. De acordo com Rios e De Jesus (2016), existem basicamente 3 perfis de testes genéticos disponíveis no mercado brasileiro: perfil detox , que verifica como os genes se expressam mediante a uma resposta inflamatória e o estresse oxidativo; perfil de composição corporal, que verifica os marcadores genéticos que podem induzir a obesidade e a associação com nutrientes e com o metabolismo basal; perfil nutrigenético, que mostra mais de 100 genes relacionados com risco para DC, alimentação e comportamento alimentar. Um estudo de revisão qualitativo sobre como as alterações genéticas podem modificar o paladar, o olfato e as escolhas alimentares afetando diretamente atitudes
profissionais de saúde e, muitas publicações, já identificaram o profissional de saúde como chave para a entrega e tradução dos TG (ARUOMA et al ., 2019). Na Austrália, um estudo feito com pacientes que fizeram os testes genéticos diretamente com um laboratório, 63% (n=41) relataram que mudaram sua dieta; 51% (n=33) procuraram aconselhamento de um nutricionista; 43% (n=28) seguiram uma dieta personalizada e 30% (n=20) procuraram aconselhamento médico; 15% (n=10) não fizeram nada com a informação (METCALFE et al ., 2019). De acordo com a reunião anual do American College of Nutrition de 2018, os principais obstáculos para o desenvolvimento dos testes genéticos são: metodologia de desenvolvimento das empresas que vendem os testes; evolução dos profissionais de saúde como especialistas; uma rede de networking para apoiar e conectar os profissionais e um programa de orientação para apoiar os profissionais através da experiência da prática clínica (ARUOMA et al ., 2019). O quadro a seguir, adaptado de Rios e Batinga (2018), retrata algumas características dos 4 laboratórios mais solicitados, conforme as informações disponíveis nos sites e/ ou contato com os responsáveis técnicos. Todos os laboratórios acima citados disponibilizam o laudo em português, mas nenhum deles fornece treinamento ou curso gratuito inicial para nutricionistas (RIOS e BATINGA, 2018). Quadro 1 : Considerações práticas a respeito dos laboratórios que realizam os testes genéticos. São Paulo, 2019. CONSIDERAÇÕES SOBRE OS LABORATÓRIOS LABORATÓRIO Centro de Genomas Biogenetika DF Medica Nutrigenomix Possui selo de acreditação Sim Não Não Não Utiliza Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Sim * Não Sim Tem cobertura sobre o envio das amostras Sim Não * Não As amostras são armazenadas no local Sim * * Sim A análise é feita dentro do Brasil Sim Não Não Não Quem fatura / cobra o exame Nutricionista ou Laboratório Laboratório Laboratório Nutricionista Há taxa administrativa para o nutricionista Sim Sim * Não Os dados são sigilosos / privativos Sim * * Sim Há suporte de nutrigeneticistas Sim * * Sim Fonte: Adaptado de Rios e Batinga (2018).
A pergunta referente aos tipos de testes nutrigenéticos solicitados não pode ser analisada mais profundamente porque as respostas não foram específicas e os nutricionistas colocaram apenas o nome do teste ou laboratório sem especificar o número de polimorfismos analisados ou o tipo de teste, caracterizando um viés no estudo. A nutrição personalizada baseada em genótipo pode oferecer uma perspectiva de melhorar a alimentação com a ajuda da nutrigenômica e começar cedo na prevenção da doença, especialmente em doenças crônicas que, tem um período de latência maior que outras doenças. É necessário estar atento que, ao mesmo tempo que os resultados dos testes genéticos podem fornecer uma motivação para uma mudança de comportamento de um paciente, uma atitude fatalista ou negativa frente aos resultados também pode acontecer. Os testes que analisam poucos polimorfismos serão mesmo eficazes ou apenas mais uma estratégia de marketing dos laboratórios e ou/ profissionais? Até que ponto a venda de um teste genético diretamente para um consumidor, sem a indicação de um profissional da área da saúde ou nutricionista é eficiente? Os laboratórios também poderiam investir em cursos gratuitos iniciais para os nutricionistas que desejam firmar parcerias e atuar na área. A nutrigenética e a nutrigenômica são áreas em franco crescimento, já são uma realidade na nutrição e não simplesmente uma moda passageira. Entretanto, faltam estudos nesse seguimento. No Brasil, a maior parte dos estudos são na área de nutrigenômica e, ainda são raros, os estudos em nutrigenética. A pesquisadora declarou não ter conflitos de interesse no estudo. 7 FONTES CONSULTADAS ARUOMA, Okezie I. et al. Personalized Nutrition: Translating the Science of Nutrigenomics Into Practice: Proceedings From the 2018 American College of Nutrition Meeting. Journal of the American College of Nutrition , v. 38, n. 4, p. 287- 301, 2019. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/07315724.2019.1582980. Acesso em: 07 de julho de 2019.
METCALFE, Sylvia A. et al. Australians’ perspectives on support around use of personal genomic testing: findings from the Genioz Study. European journal of medical genetics , v. 62, n. 5, p. 290-299, 2019. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1769721218304385. Acesso em 11 de julho de 2019. ORDOVAS, Jose M. et al. Personalised nutrition and health. BMJ , v. 361, p. bmj. k2173, 2018. Disponível em: https://www.bmj.com/content/361/bmj.k2173. Acesso em: 13 de dezembro de 2018. PRECONE, V. et al. Taste, olfactory and texture related genes and food choices: implications on health status. European review for medical and pharmacological sciences , v. 23, n. 3, p. 1305-1321, 2019. Disponível em: https://www.europeanreview.org/wp/wp-content/uploads/1305-1321.pdf. Acesso em: 09 de julho de 2019. PHILLIPS, Kathryn A. et al. Genetic test availability and spending: where are we now? Where are we going?. Health affairs , v. 37, n. 5, p. 710-716, 2018. Disponível em: http://www.healthaffairs.org/doi/abs/10.1377/hlthaff.2017.1427 Acesso em: 04 de julho de 2019. RIOS, Cecilia Santos. BATINGA, Letícia. Tabela comparativa de laboratórios. Curso Nutrigenômica Descomplicada. DNA Nutrition. 2018. RIOS, Cecilia Santos. DE JESUS, Rosangela Passos. Nutrigenômica: fundamentos e aplicação clínica. In : SILVA, Sandra Maria Chemin Seabra da; MURA, Joana D’Arc Pereira. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. 3ª ed. São Paulo: Editora Payá, 2016. p. 592 - 606. SCHORK, N. J.; GOETZ, L. H. Single-Subject Studies in Translational Nutrition Research. Annual review of nutrition , v. 37, p. 395-422, 2017. Disponível em: de https://europepmc.org/articles/pmc6383767 Acesso em: 07 de julho de 2019. STEWART-KNOX, Barbara J. et al. Attitudes toward genetic testing and personalised nutrition in a representative sample of European consumers. British journal of nutrition , v. 101, n. 7, p. 982-989, 2008. Disponível em: https://www.cambridge.org/core/journals/british-journal-of-nutrition/article/attitudes- toward-genetic-testing-and-personalised-nutrition-in-a-representative-sample-of- european-consumers/399BC096AF04C15378A8B34D5EBDCD19. Acesso em: 13 de dezembro de 2018.