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Anti-helmínticos em Prática Veterinária: Espectro de Ação, Dosagem e Administração, Esquemas de Veterinária

Este documento fornece informações detalhadas sobre a utilização de anti-helmínticos em prática veterinária, incluindo o espectro de ação, dosagem e administração para diferentes espécies animais. Além disso, aborda fatores limitantes no uso de anti-helmínticos, tais como eficácia da droga, mecanismo de ação, propriedades farmacocinéticas, características relacionadas ao hospedeiro e resistência aos anti-helmínticos.

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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DOENÇAS PARASITÁRIAS-UfRRJ Prof.DR. Argemiro
Sanavria
DROGAS-ANTI-HELMÍNTICAS
INTRODUÇÃO
A utilização dos anti-helmínticos na prática veterinária, está limitada por fatores que
incluem a eficácia da droga, mecanismo de ação, propriedades farmacocinéticas,
características relacionadas ao hospedeiro, características dos parasitas, como grau de
hipobiose, localização no corpo e resistência aos anti-helmínticos.
O anti-helmíntico ideal deve ter amplo espectro de atividade contra formas maduras
e imaturas, ser de fácil administração a um grande número de animais, ter alta margem de
segurança, ser compatível com outros compostos, não deixar resíduos e ser de uso
econômico.
1- ANTI-HELMÍNTICOS QUE AGEM SOBRE PROCESSOS ENERGÉTICOS.
1.1 Inibidores das reações mitocondriais e/ou transporte de glicose.
a- Benzimidazóis e pró-benzimidazóis.
Se caracterizam por ser produtos de largo espectro de ação, atuando contra formas
imaturas e maturas e tendo fraca toxidade dentro das doses terapêuticas.
A eficácia desses anti-helmínticos, está relacionada ao prolongamento do tempo de
contato entre a droga e o parasita, sendo um processo lento, pois existe a necessidade de
levar a exaustão das fontes energéticas dos parasitas. As formas sólidas que dissolvem
lentamente, assim como as que formam metabólicos ativos no fígado, mantém
concentrações efetivas por um período extenso no trato intestinal e no plasma.
Albendazole- atua contra formas jovens e adultas de nematódeos
gastrointestinais e pulmonares, cestódeos e trematódeos.
Bovinos- 7,5 a 15mg/kg, ovinos e caprinos- 5 a 7,5mg/kg, equídeos- 5 a
25mg/kg e caninos e felinos- 25mg/kg. Doses a cada 12 horas por 3 a 5 dias.
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DOENÇAS PARASITÁRIAS-UfRRJ Prof.DR. Argemiro Sanavria

DROGAS-ANTI-HELMÍNTICAS

I NTRODUÇÃO

A utilização dos anti-helmínticos na prática veterinária, está limitada por fatores que incluem a eficácia da droga, mecanismo de ação, propriedades farmacocinéticas, características relacionadas ao hospedeiro, características dos parasitas, como grau de hipobiose, localização no corpo e resistência aos anti-helmínticos. O anti-helmíntico ideal deve ter amplo espectro de atividade contra formas maduras e imaturas, ser de fácil administração a um grande número de animais, ter alta margem de segurança, ser compatível com outros compostos, não deixar resíduos e ser de uso econômico.

1- ANTI-HELMÍNTICOS QUE AGEM SOBRE PROCESSOS ENERGÉTICOS.

1.1 Inibidores das reações mitocondriais e/ou transporte de glicose.

a- Benzimidazóis e pró-benzimidazóis.

Se caracterizam por ser produtos de largo espectro de ação, atuando contra formas imaturas e maturas e tendo fraca toxidade dentro das doses terapêuticas. A eficácia desses anti-helmínticos, está relacionada ao prolongamento do tempo de contato entre a droga e o parasita, sendo um processo lento, pois existe a necessidade de levar a exaustão das fontes energéticas dos parasitas. As formas sólidas que dissolvem lentamente, assim como as que formam metabólicos ativos no fígado, mantém concentrações efetivas por um período extenso no trato intestinal e no plasma.

Albendazole - atua contra formas jovens e adultas de nematódeos gastrointestinais e pulmonares, cestódeos e trematódeos. Bovinos- 7,5 a 15mg/kg, ovinos e caprinos- 5 a 7,5mg/kg, equídeos- 5 a 25mg/kg e caninos e felinos- 25mg/kg. Doses a cada 12 horas por 3 a 5 dias.

Cambendazole - atua contra nematódeos gastrointestinais e

pulmonares,. possui atividade embriotóxica e teratogênica e prolongada excreção, não sendo recomendado para vacas em lactação. Bovinos- 25 a 40 mg/kg, equídeos- 20 mg/kg e suínos- 15 a 25 mg/kg.

Fenbendazole - atua contra nematódeos gastrointestinais e pulmonares.

Bovinos- 7,5 mg/kg, equídeos- 10 a 50 mg/kg, ovinos e caprinos-5 a 10 mg/kg, suínos- 3mg/kg ( Trichuris suis- 30mg/kg) e caninos e felinos- 50 mg/kg,. Doses por 3 a 5 dias.

Tiabendazole- atua contra nematódeos gastrointestinais, com exceção de Ascaris, trichuris e vermes pulmonares_._ Bovinos- 100 mg/kg, equídeos- 50 mg/kg, ovinos e caprinos- 50 a75 mg/kg e suínos- 500mg/kg.

Mebendazole- atua contra nematódeos e cestódeos gastrointestinais. Tem efeito embriotóxico e teratogênico. Equídeos- 10 a 15 mg/kg, suínos- 2,5 a 5 mg/kg e caninos e felinos- 20 mg/kg ou 100mg (segundo alguns autores, independente do peso). As doses diárias podem ser divididas em duas vezes e por 3 a 5 dias.

Oxibendazole - atua contra nematódeos gastrointestinais. Equídeos- 10 mg/kg

Febantel- pró-benzimidazol atua contra nematódeos gastrointestinais ,pulmonares e cestódeos. Equídeos- 10 a 50 mg/kg por 1 a 5 dias.

1.2- Desacopladores da fosforilação oxidativa

Podem ser tóxicos se usados em doses superiores a recomendadas.

a- Salicilanílidas.

Rafoxanide- atua contra formas adultas e jovens de Fasciola , Haemonchus contortus e larvas de Oestrus ovis. Bovinos- 7,5 mg/kg e ovinos- 7,5 a 10 mg/kg.

Niclosamida - controle de cestódeos de cães e gatos. Caninos e felinos- 157 mg/kg.

b- Fenóis Substituídos.

Promovem despolarização prolongada dos receptores colinérgicos.

a- Imidazotiazóis - Atuam contra nematódeos gastrointestinais e pulmonares.

Levamisole. Ruminantes,suínos, equídeos- 8mg/kg.

Tetramisole. Bovinos-3,75 mg/kg e suínos- 5 mg/kg.

b- Pirimidinas- Controle de nematódeos gastrointestinais. Se apresentam sobre a forma de sais de tartaro e pamoato.

Pirantel- Equídeos- 12,5 a 13,2 mg/kg, suínos- 10 mg/kg e caninos- 5 mg/kg para animais pesando acima de 2,25 kg e 10mg/kg para os com peso inferior. Morantel- Bovinos- 10 mg/kg.

2.3- Hiperpolarizadores colinérgicos.

a- Piperazina - Controle de nematódeos adultos gastrointestinais. Bovinos e equídeos- 220 a 275 mg/kg, suínos- 110 mg/kg e caninos e felinos- 110 a 200 mg/kg.

b- Dietilcarbamazina - Controle de ascarídeos em cães e gatos e prevenção de infestação por Dirofilaria immitis. Controle de ascarídeos- 55 a 110 mg/kg e prevenção dirofilariose- 6,6 mg/kg diariamente, a partir dos 2 meses de idade.

2.4- Potencialização dos transmissores inibitórios, ácido γ -aminobutírico (GABA).

a- Avermectinas- ivermectin, doramectin e moxidectin. Controle de nematódeos gastrointestinais e pulmonares, potencializando o GABA , levando a uma paralisia flácida dos parasitas. Não atuam contra cestódeos e trematódeos. Ruminantes e equídeos- 200 microgramas/kg, suínos- 300 microgramas/kg e caninos contra larvas de Dirofilaria immitis , 6,6 microgramas/kg uma vez ao mês.

3- ANTI-HELMÍNTICOS DIVERSOS.

a- Praziquantel- Atua somente contra cestódeos, promovendo alterações na motilidade, no funcionamento da ventosa e no tegumento, levando a um aumento de permeabilidade com perda excessiva de glicose. Caninos e felinos- 3mg/kg.

b- Nitroscanato - Atua contra nematódeos gastrointestinais, pulmonares e cestódeos de cães e gatos. Caninos e felinos- 50 mg/kg.

c- Arsenamida - Controle de formas adultas de dirofilárias. Caninos- 2,2 mg/kg duas vezes ao dia por 2 dias seguidos.

d- Fenotiazínicos- Atua contra formas adultas de nematódeos gastrointestinais e pulmonares, interferindo nos seguintes sistemas enzimáticos vitais: inibem a esterase, hexoquinase, succiniloxidase, transferase e colinesterase. Podem ser tóxicos se usados acima das doses recomendadas. Não utilizar para cães e gatos. Ruminantes, equídeos e suínos- 600 mg/kg.

DOENÇAS PARASITÁRIAS-UfRRJ Prof.DR. Argemiro Sanavria

CONTROLE ANTI-HELMÍNTICO

Medidas inerentes a todos os mamíferos domésticos:

  • Seleção de plantel resistente.
  • Separação dos animais do criatório por faixas etárias.
  • Higienização periódica de abrigos, comedouros bebedouros e

utensílios, com desinfetantes, água sobre pressão, água sobre vapor e vassoura

de fogo.

  • Identificação das espécies de parasitas presentes na criação, épocas

mais críticas, níveis de infestações e sensibilidade a anti-helmínticos.

  • Cuidados especiais com as parturientes, tratando-as no terço final da

gestação com anti-helmínticos e promovendo higienização adequada de

perínio , ubere e tetas antes da parição, com manutenção de local apropriado

somente para a parição ( maternidades).

CONTROLE PARA RUMINANTES

As medidas antiparasitárias devem está voltadas principalmente para os animais jovens de até 2 anos de idade, com tratamento a cada 30, 60 ou 90 dias conforme infestações. Bovinos adultos desenvolvem resistência aos helmintos através da manunteção de uma pequena carga parasitária, não havendo novas infestações. Assim não se preconiza o tratamento de animais adultos, pois haverá perda da resistência por eliminação da pequena carga de helmintos, podendo surgir casos clínicos agudos. Deste modo deve-se proceder o tratamento apenas quando aparecer casos clínicos, ou tratar se puder manter os animais em piquetes insentos de larvas infectantes. Alguns autores preconizam o tratamento estratégico para animais adultos no início das chuvas e no início da estação seca. Pequenos ruminantes adultos devem ser tratados periodicamente, conforme níveis de infestações, com intervalos de 60, 90 ou 120 dias.

CONTROLE PARA EQUÍDEOS

Os animais adultos devem ser tratados no início do inverno e no começo da estação de parição, que coincide com o início das chuvas, época que ocorre a maturação de larvas inibidas com produção de ovos contaminando maciçamente o ambiente. Potros a partir de 2 meses até 6 meses de idade, devem ser tratados com anti- helmínticos para o controle de Strongyloides westeri eascarídeos. Quando houver confirmação de infestações maciças por Strongyloides westeri (passa pela glândula mamária), o tratamento deve ser feito a partir do nascimento. A partir de 6 meses passa a ter importância o controle de Strongylus sp. Os tratamentos devem ser feitos com intervalos de 60 a 90 dias.

CONTROLE PARA SUÍNOS

Os animais adultos devem ser tratados a cada 60, 90 ou 120 dias, conforme a infestação e antes da cobertura. O Strongiloides ransoni passa pelas glândulas mamárias contaminando os leitões ao nascimento. Também de grande importância para os animais jovens, temos o Ascaris suum e Trichuris suis. O tratamento deve ser feito o mais breve possível a partir da primeira ou segunda semana de vida, com intervalos a cada 30 ou 60 dias conforme a infestação.

CONTROLE PARA CÃES E GATOS

Animais adultos são tratados com intervalos de 60 a 180 dias, conforme a infestação. Filhotes são tratados a partir da segunda semana de vida, com o primeiro intervalo variando de 10 a 15 dias para a repetição do tratamento e uma terceira dose após três semanas da segunda dose. A partir daí, a cada 45 ou 60 dias. Em canis com níveis elevados de contaminação por larvas infectantes de ascarídeos, se preconiza o tratamento diário das cadelas a partir do terço final da gestação até 14 dias de parição com benzimidazóis e dos filhotes a partir do nascimentos por 5 a 15 dias seguidos.