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Introdução à Pesquisa Científica: Tipos, Objetivos e Normas, Notas de estudo de Pedagogia

Neste documento, aprenda a registrar e comunicar trabalhos científicos, além de conhecer os pressupostos teórico-metodológicos básicos da pesquisa científica. Saiba identificar os diferentes tipos de pesquisa, seus objetivos e fontes de dados. Encontre informações sobre pesquisa exploratória, descritiva e explicativa, pesquisa de campo, laboratório e bibliográfica, e experimental, ex-post-facto, levantamento, estudo de caso, pesquisa-ação, bibliografia e documento.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Havaianas81
Havaianas81 🇧🇷

4.6

(34)

219 documentos

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Baixe Introdução à Pesquisa Científica: Tipos, Objetivos e Normas e outras Notas de estudo em PDF para Pedagogia, somente na Docsity!

Metod_Pesq_Cient_Pedag.indd 1 20/1/2008 18:37: 01 - PEDAGOGIA - 1º PERÍODO - 6ª PROVA - 20/01/2008 APROVADA? NÃO ( ) SIM ( ) VISTO ______________

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MATERIAL DIDÁTICO – EQUIPE UNITINS Organização de Conteúdos Acadêmicos 1ª versão: Marcelo Rythowem 2ª versão: Leila Amaral Marcelo Rythowem Coordenação Editorial Maria Lourdes F. G. Aires Assessoria Editorial Darlene Teixeira Castro Assessoria Produção Gráfica Katia Gomes da Silva Revisão Didático-Pedagógica Marilda Piccolo Revisão Lingüístico-Textual Ivan Cupertino Dutra Revisão Digital Douglas Donizeti Soares Projeto Gráfico Douglas Donizeti Soares Irenides Teixeira Katia Gomes da Silva Ilustração Geuvar S. de Oliveira Capa Edglei Dias Rodrigues MATERIAL DIDÁTICO – EQUIPE FAEL Coordenação Editorial Leociléa Aparecida Vieira Assessoria Editorial William Marlos da Costa Revisão Juliana Camargo Horning Lisiane Marcele dos Santos Programação Visual e Diagramação Denise Pires Pierin Kátia Cristina Oliveira dos Santos Rodrigo Santos Sandro Niemicz William Marlos da Costa EMPRESA DE EDUCAçãO CONTINUADA LTDA Diretor Presidente Luiz Carlos Borges da Silveira Diretor Executivo Luiz Carlos Borges da Silveira Filho Diretor de Desenvolvimento de Produto Márcio Yamawaki Diretor Administrativo e Financeiro Júlio César Algeri

FUNDAçãO UNIVERSIDADE DO TOCANTINS Reitor Humberto Luiz Falcão Coelho Vice-Reitor Lívio William Reis de Carvalho Pró-Reitor de Graduação Galileu Marcos Guarenghi Pró-Reitor de Pós-Graduação e Extensão Claudemir Andreaci Pró-Reitora de Pesquisa Antônia Custódia Pedreira Pró-Reitora de Administração e Finanças Maria Valdênia Rodrigues Noleto Diretor de EaD e Tecnologias Educacionais Marcelo Liberato Coordenador Pedagógico Geraldo da Silva Gomes Coordenadora do Curso Willany Palhares Leal

FACULDADE EDUCACIONAL DA LAPA Diretor Acadêmico Osíris Manne Bastos Diretor Administrativo e Financeiro Cássio da Silveira Carneiro Coordenadora do Curso Clélia Peretti

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Apresentação

Dando continuidade aos conteúdos já vistos no caderno, no qual você conheceu as diferentes modalidades do conhecimento – senso comum, conhe- cimento teológico, conhecimento filosófico – e também o conhecimento cientí- fico e seus principais métodos, vamos agora apresentar-lhe mais um grupo de conteúdos fundamentais para sua formação acadêmica. Em um curso de graduação, freqüentemente, você entrará em contato com vários textos que têm uma linguagem completamente diferente daquela a que estamos habituados no nosso dia-a-dia. É normal que encontre alguma difi- culdade tanto na leitura de alguns textos, quanto na elaboração de outros. Isso ocorre sobretudo pelo desconhecimento das normas de elaboração dos trabalhos acadêmicos, bem como pelo despreparo para a leitura de textos científicos, informativos, formativos e até mesmo dos textos literários. Neste caderno de conteúdos e atividades, você aprenderá como registrar e comunicar trabalhos científicos, bem como as técnicas de elaboração do projeto de pesquisa, do artigo científico e do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sempre atendendo às normas da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT). Além disso, entrará em contato com as diferentes modali- dades de pesquisa científica e conhecerá o instrumental de cada uma delas. Esperamos que o presente material o auxilie na sua produção acadêmica e científica, bem como no seu crescimento intelectual. Profª. Leila Amaral Prof. Marcelo Rythowem

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UNITINS/FAEL • pEDAGOGIA • 1º pERÍODO 7

bibliOgrAfiA básiCA

ANDRE, Marli Eliza D. A. O papel da pesquisa na formação e prática dos professores. Campinas: Papirus, 2001. (Prática Pedagógica) BARROS, Aidie de Jesus Paes; LEHFELD, Neide Ap. de Souza. Projeto de Pesquisa: propostas metodológicas. 12. ed. Petrópolis: Vozes, 2001. BRANDãO, Carlos Rodrigues (Org.). Repensando a pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense, 1984. GIL, Antonio C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,

LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina. Fundamentos de metodologia cientí- fica_._ 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. SEVERINO, A J. Metodologia do trabalho acadêmico. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

bibliOgrAfiA COmPlEmEntAr

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. São Paulo: McGraw-Hill,

GOLDENBERG, Miriam. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Record, 1997. LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina de. A metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000. MÁTTAR NETO, João Augusto. Metodologia científica na era da informática. São Paulo: Saraiva, 2003. SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 1999. SANTOS, Antonio. R. dos. Metodologia científica: a construção do conheci- mento. Rio de Janeiro: DP & A, 2002. SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho cientifico. São Paulo: Cortez, 2004.

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s

umário

Aula 4 – A pesquisa científica: conceitos e modalidades ........................ 9

Aula 5 – Tipos de registro e apresentação de trabalhos acadêmicos ..... 25

Aula 6 – O projeto de pesquisa: normas de elaboração ...................... 45

Aula 7 – Artigo e TCC: normas de elaboração ................................... 53

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AULA 4 • METODOLOGIA DA pESqUISA cIENTÍFIcA

10 1º pERÍODO • pEDAGOGIA • UNITINS/FAEL

sistemático. Problemas na área ambiental, de saúde, de educação, entre outros, que afetam o globo, em suas várias regiões, são investigados em rede. Pesquisar, como você verá nesta aula, é algo extremamente importante para o desenvol- vimento de habilidades cognitivas e para a produção de novos conhecimentos necessários para a solução dos problemas que nossa sociedade enfrenta. Os diferentes níveis de pesquisa apontam para a necessidade de distinção entre os vários tipos de pesquisa quanto: aos objetivos, às fontes e aos proce- dimentos da coleta de dados. É importante destacar que uma vez definido o problema e a teoria que fundamenta a investigação, o pesquisador precisa identificar se a pesquisa, quanto aos objetivos, será somente exploratória, exploratória e descritiva ou exploratória e explicativa. As pesquisas acadêmicas são, via de regra, exploratórias e descritivas, por não buscarem explicações do problema a partir de suas raízes. Já as explicativas situam-se em nível de pesquisa de ponta. As fontes utilizadas para coleta de dados e informações, bem como os procedimentos da coleta, são, conseqüentemente, selecionados a partir do problema/hipóteses levantados e dos objetivos selecionados.

4.1 O que é pesquisa?

O termo pesquisa pode ser compreendido segundo vários significados e autores. Vejamos alguns. a) Significado amplo: no dicionário Aurélio (1999, p. 1556), pesquisa significa uma “indagação ou busca minuciosa para averiguação da realidade; investigação, inquirição”. Aplica-se a levantamento de opinião (pesquisas de mercado, eleitoral, etc.); investigação policial, detetive, entre outros. b) Pesquisa escolar, acadêmica: para Santos (2002), é um levantamento de informações sistematizadas, em, sua maior parte, já produzidas por meio da investigação científica e publicadas nos livros didáticos, para conhecer algo não devidamente esclarecido pelo professor/ aluno – (por interesse pessoal ou por solicitação do professor). c) Significado restrito, propriamente científico: entre as várias definições, citamos Gil (2002, p. 17), que define pesquisa como um procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. De acordo com a concepção de

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AULA 4 • METODOLOGIA DA pESqUISA cIENTÍFIcA

UNITINS/FAEL • pEDAGOGIA • 1º pERÍODO 11

Gil, utilizamos a pesquisa quando não dispomos de informação sufi- ciente para responder às questões relacionadas a um problema que se quer investigar; ou então, quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacio- nada ao problema. Máttar Neto (2003, p. 145), por sua vez, afirma que “a pesquisa é, ao mesmo tempo, um processo de descoberta e de invenção. Há um elemento de criatividade, de lúdico, envolvido na atividade de investigação científica”. Assim, a pesquisa científica é uma busca de dados e informações, por meio de métodos específicos de cada ciência, para investigar um problema/hipóteses com vistas a validar as respostas encontradas que, “às vezes, a pesquisa vai confirmar suas idéias ou opiniões, às vezes vai modificá-las, mas quase sempre vai ajudar a dar forma a seu pensamento” (MÁTTAR NETO, 2003, p. 146). A pesquisa científica exige rigor, paciência e seriedade no tratamento dos dados, bem como, ética na divulgação de seus resultados. Dessa forma a pesquisa é sempre resultado da busca de solução para algum problema. Os problemas podem ser de duas diferentes ordens de razão: de ordem intelectual e de ordem prática. Ambas estão interligadas, pois investigar um problema de ordem intelectual, mesmo que em sua origem ou por curiosidade do pesquisador pode, de alguma forma, resultar em uma aplicação. A partir dessa concepção, é comum classificar as pesquisas de acordo com a sua orientação final. Teríamos a chamada pesquisa pura, ou teórica, e a pesquisa aplicada. Na tradição intelectual ocidental, é comum colocá-las em campos opostos, como se fossem excludentes. O que se percebe na realidade é que ambas se complementam. Por exemplo, quando foram descobertas as propriedades radioativas de alguns elementos químicos, logo em seguida foi possível aplicar esse conhecimento em instrumentos até hoje utilizados pela medicina, como os raios X, tão úteis nos hospitais. Como afirma Gil (2002, p. 18), “uma pesquisa sobre problemas práticos pode conduzir a descoberta de princípios científicos. Da mesma forma, uma pesquisa pura pode fornecer conhecimentos passíveis de aplicação prática imediata”.

4.2 Níveis da pesquisa científica

Podemos distinguir dois níveis de pesquisa.

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UNITINS/FAEL • pEDAGOGIA • 1º pERÍODO 13

  • por meio de seusobjetivos: exploratórias, descritivas, explicativas;
  • segundo asfontes utilizadas na coleta de dados: campo, laboratório, bibliografia;
  • segundo osprocedimentos de coleta: experimental, ex-post-facto , levan- tamento, estudo de caso, pesquisa-ação, bibliográfica, documental. Esses critérios não são excludentes. Ao definir o objetivo de uma pesquisa, seleciono as fontes que irei utilizar e os procedimentos que serão adotados.

4.4 Pesquisas segundo os objetivos

Definir o objetivo de uma pesquisa constitui a sua espinha dorsal. Trata-se de explicitar: o que pretendo alcançar com a pesquisa que vou realizar? Esse critério leva em conta o grau de aproximação do pesquisador com o problema que irá estudar e o nível conceitual com que o pesquisador se coloca diante do seu objeto de estudo. Nesse critério, as pesquisas podem ser classi- ficadas em exploratórias, descritivas ou explicativas. a) Exploratórias: via de regra, toda pesquisa tem início com a explo- ração do problema/fenômeno que vai ser investigado. Trata-se de responder às perguntas: o que eu sei sobre o problema que quero investigar? O que já está publicado a respeito? Essas são informações preliminares que o pesquisador deverá coletar que lhe permitirão deli- mitar de forma mais objetiva o problema e construir suas hipóteses. Do ponto de vista conceitual, você deve selecionar a melhor teoria que irá fundamentar sua pesquisa e destacar e explicitar os conceitos básicos que serão utilizados como referências. As fontes de coleta de dados e informações, geralmente, envolvem o levantamento biblio- gráfico e documental, a realização de entrevistas com pessoas que tiveram contato ou experiências com o problema a ser pesquisado, análise de situações que permitam uma maior compreensão a respeito do assunto, visita a sítios da Internet , entre outros. A pesquisa explora- tória lhe permitirá mapear o seu objeto de estudo e, muitas vezes, você irá descobrir que o problema (ou um de seus aspectos) que pretende investigar já foi solucionado. Quando você respondeu à pergunta anteriormente colocada – o que pretendo alcançar com a pesquisa que vou realizar? –, você, praticamente, já definiu se sua pesquisa será descritiva ou explicativa. Vejamos por quê.

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b) Descritivas: seu principal objetivo é descrever as características de uma determinada população ou fenômeno por meio do estabelecimento de relação entre variáveis. É feita na forma de levantamento de dados siste- maticamente organizados. As pesquisas descritivas podem visar ao estudo das características de um grupo, obter a opinião de uma determinada população ou investigar como se dá o atendimento do sistema público de saúde em uma localidade, por exemplo. Em geral, a pesquisa descritiva objetiva descrever um fenômeno por meio de seus efeitos, utilizando como procedimento de coleta de dados a estatística, com ênfase na análise quantitativa. c) Explicativas: são consideradas as mais profundas porque buscam explicar as razões ou fatores que determinam a ocorrência de determinado fenô- meno. Como não se resumem a apenas descrever ou explorar um fenô- meno, as hipóteses levantadas podem não ser validadas, e novas hipó- teses serão elaboradas para novas investigações. Não se pode, aqui, desmerecer as outras modalidades de pesquisa, tendo em vista que uma pesquisa explicativa pode ser o desdobramento de uma pesquisa explora- tória ou descritiva. Por exemplo, o resultado fornecido por uma pesquisa descritiva sobre os efeitos no mercado de trabalho da não qualificação da mão-de-obra necessária pode provocar indagações diversas que levam a uma pesquisa explicativa: quais as razões da não qualificação da mão-de- obra necessária a determinado tipo de trabalho?

4.5 Pesquisas segundo as fontes de dados

Uma pesquisa só é possível desde que exista a disponibilidade de fontes de dados para que se possa coletá-los e analisá-los. Em uma analogia bastante simples, da mesma forma que um automóvel se locomove porque queima combustível, a pesquisa depende de dados para que possa elaborar seus raciocínios, pois “entende-se pesquisa como atividade intelectual, como desen- volvimento de raciocínios, cujo combustível são dados” (GIL, 2002, p. 19). Entre as possíveis fontes de dados, três merecem destaque por serem as mais utilizadas: a bibliografia a respeito de um tema, o campo, no qual se possa observar os fenômenos e um laboratório em que se possa recriá-los. a) Pesquisa de campo: geralmente é realizada por meio de observação direta do pesquisador. Os dados são colhidos no local onde são produzidos, por isso os dados obtidos são mais fidedignos. Sua maior desvantagem é que os resultados podem demorar mais a aparecer.

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Comenta Costa que, em termos metodológicos, Davis descobriu que a taxa de crescimento era a variável dependente , conseqüência da renda per capita , variável independente. Essa autora chama a atenção para a necessidade de que os dados censitá- rios sejam de fonte fidedigna. Ao se realizar uma pesquisa desse tipo, é preciso testar, em uma pequena amostra, as variáveis que se quer experimentar. b) História de vida É outro método de pesquisa amplamente utilizado em sociologia. A história de vida “compõe-se de relatos, depoimentos, memórias e documentos perten- centes ao depoente” (COSTA, 2001, p. 234). É um tipo de fonte de coleta de dados e informações que apresenta vantagens como fator importante para recuperar interpretações “não-oficiais” sobre certos acontecimentos, e pode revelar novos aspectos desses acontecimentos, a visão de quem viveu e teste- munhou. Atualmente, tem-se valorizado “a análise dos valores, das tradições, da expressão de opinião” que permitem a decifração mais apurada desses depoimentos (COSTA, 2001, p. 234). c) Levantamento histórico Trata-se de realizar levantamentos de documentação para apreender o processo de transformação de determinado fenômeno. Esses documentos cons- tituem fonte preciosa de informação, tais como correspondências, diários, contratos, relatos de viajantes, atas de instituições, entre tantos outros. As fontes de pesquisa anteriormente citadas podem ser usadas de forma combinada, dependendo do objetivo a ser alcançado e do problema a ser desvendado.

4.7 Pesquisas segundo os procedimentos de coleta de dados

Conforme Santos (2002, p. 29-32), os procedimentos de coleta são os métodos práticos utilizados para juntar as informações necessárias à construção dos raciocínios em torno de um fato/ fenômeno/processo. Na verdade, a coleta de dados de cada pesquisa terá peculiaridades adequadas àquilo que se quer descobrir. Mas é possível apontar alguns procedimentos-padrão, comumente utili- zados, aos quais se fazem as adaptações de espaço/ tempo/matéria necessárias às exigências de cada caso.

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Variável: “são aspectos observáveis de um fenômeno e devem apresentar variações ou diferenças em relação ao mesmo ou a outros fenômenos [...] A variável indepen- dente pode ser definida como aquela que afeta outra variável, mas não precisa existir uma relação entre elas. Influencia outra variável chamada dependente. Esta pode ser definida como aquela afetada ou explicada pela variável independente, isto é, variará de acordo com a mudança na variável independente” (SOUZA, 1998).

a) Pesquisa experimental: parte da determinação de um objeto de estudo e da seleção de variáveis que poderiam provocar algum tipo de influência. É preciso, também, determinar a forma pela qual serão realizados o controle e a observação dos efeitos produzidos por uma variável no objeto de estudo. A pesquisa experimental, geralmente, é feita por amostragem, ou seja, escolhe-se dentro de um universo, bastante extenso para ser esgo- tado, um conjunto significativo de casos que comporão a amostra. Os resultados deverão ser aplicados a todos os casos. Esse tipo de pesquisa necessita de um bom planejamento para que a experimentação seja reali- zada de modo a se observarem os aspectos que interessam ao estudo. Assim, muitas vezes, escolhe-se a variável que se quer analisar e neutra- lizam-se as demais para que se possa compreender qual a sua influência no objeto de estudo. Esse objeto pode ser um fato, um fenômeno ou um processo. Exemplos: pesquisa para descobrir uma vacina contra o vírus da AIDS ou da gripe aviária.

Variável: “são aspectos observáveis de um fenômeno e devem apresentar variações

saiba mais

b) Ex-post-facto : literalmente, significa “a partir de depois do fato”. A pesquisa ex-post-facto é, também, uma pesquisa experimental. A diferença fundamental entre esses dois tipos está no fato de que a pesquisa ex-post- facto é anterior à pesquisa experimental, ou seja, ocorre sem o controle do pesquisador. A observação se dá depois que ocorre o problema a ser investigado. Por exemplo, compreender por que determinada campanha publicitária não atingiu seus objetivos. c) Levantamento: busca obter, junto a um determinado grupo, as informações que se deseja. A partir da coleta das informações solicitadas, é elaborada uma análise quantitativa dos dados para que se formulem as conclusões. Muito utilizado nas pesquisas exploratórias e descritivas, é realizado em três etapas: seleção da amostra a ser pesquisada; aplicação dos ques- tionários; e análise estatística dos dados coletados. Entre as principais

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UNITINS/FAEL • pEDAGOGIA • 1º pERÍODO 19

relatórios de empresas; documentos informativos arquivados em repartições públicas, associações, igrejas, hospitais, sindi- catos; fotografias; epitáfios; obras originais de qualquer natu- reza; correspondência pessoal ou comercial etc. A utilização de qualquer dessas fontes de informação caracteriza a pesquisa como pesquisa documental (SANTOS, 2002, p. 32). A pesquisa documental utiliza-se de documentos que não constam em publicações oficiais. O grande forte de se utilizar documentos como planilhas, tabelas, informativos, etc. é colaborar para a sustentação do objeto central da pesquisa. Os vários tipos de pesquisa apresentados nessa aula, segundo os objetivos, as fontes e procedimentos de coleta, e a adequada seleção dos mesmos para realização da investigação poderá facilitar e simplificar seu trabalho, que certamente contará com o acompanhamento de um professor orientador.

síntese da aula Nesta aula, você aprendeu que a ciência é um tipo de conhecimento sistema- tizado, ou seja, planejado e organizado metodologicamente. Logo, a pesquisa

  • um procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos - é uma de suas principais caracte- rísticas, na qual dois níveis fundamentais se destacam: a pesquisa acadêmica e a de ponta. Muito do que sabemos sobre o tipo de pesquisa adequado para analisar um fenômeno é determinado pelo próprio objeto da pesquisa. Assim temos pesquisas segundo os objetivos que se subdividem em exploratórias, descritivas e explicativas; temos as pesquisas segundo as fontes: pesquisa de campo, laboratório e bibliográfica e, por fim, as pesquisas segundo os proce- dimentos de coleta: experimental, ex-post-facto , levantamento, estudo de caso, pesquisa-ação, bibliografia e documento. As pesquisas científicas proporcionam o avanço desse tipo de conhecimento e, muitos de seus resultados, podem favo- recer a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Atividades

  1. A pesquisa é sempre resultado da busca de solução para algum problema. Os problemas podem ser de duas diferentes ordens de razão: ordem intelectual e ordem prática. Ambas formas estão interligadas, pois investigar um problema de ordem intelectual em sua origem pode, de alguma forma, resultar em uma aplicação. Temos, assim, dois níveis de

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pesquisa: acadêmica e de ponta. Elabore uma reflexão, por meio de um texto dissertativo de 20 linhas, concordando ou não com o conteúdo das assertivas a seguir. a) A pesquisa acadêmica é, antes de tudo, exercício, preparação. O resultado mais importante não é a oferta de uma resposta salvadora para a Humanidade, mas a aquisição do espírito e método para a indagação intencional. b) Para a realização da pesquisa, é imprescindível a formação acadê- mica em nível de pós-graduação. c) A pesquisa de ponta refere-se a buscar respostas aos fatores funda- mentais do problema levantado. d) Na pesquisa de ponta, o sujeito do conhecimento é desafiado a responder ao problema oferecendo respostas concretas a problemas concretos atuais ou futuros.

  1. O termo pesquisa pode ser compreendido segundo vários aspectos. Há uma diferença fundamental entre consumir pesquisa e fazer pesquisa. Poucos indivíduos são pesquisadores profissionais, mas todos nós já reali- zamos alguma investigação. No entanto, todos nós, também, somos, quer desejemos ou não, consumidores de pesquisas. Observando o significado de pesquisa, marque as alternativas corretas. I. A pesquisa exige rigor, paciência e seriedade no tratamento dos dados e ética na divulgação de seus resultados. II. A pesquisa é ao mesmo tempo, um processo de descoberta e de invenção que exige um elemento de criatividade. III. Para realizar uma pesquisa não são necessários conhecimentos dispo- níveis nem a utilização cuidadosa de métodos e técnicas. IV. A aprendizagem das metodologias de pesquisa nos ajuda a ser consu- midores esclarecidos e, até mesmo, produtores de pesquisa. As alternativas corretas são: a) III, IV, II b) I, II, IV c) IV, I, III d) II, III, I

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